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Copiado diretamente daqui
Reproduzo aqui o que aprendi na palestra de Reinaldo Gonçalves da UFRJ que ocorreu outro dia lá na faculdade. A tese do professor era que não se pode fazer uma analise internacional tendo os interesses nacionais como um bloco hegemônico, mas também se deve analisar as brigas dentro do estado pela hegemonia.
Todos conhecem a historia da guerra de tróia, ter o visto o filme (na qual Brad Pitt deveria ganhar o premio de pior ator) ajuda bastante a compreender a questão, mas vamos a ela: O que causou a Guerra de Tróia?
Segundo um cientistas político, Agamemon tinha um projeto de poder, ele queria unificar a Grécia e aproveitou a oportunidade.
Segundo um geógrafo, a guerra ocorreu por causa do território onde se localizava Tróia que era próximo ao trajeto das caravanas de comercio entre a Europa e a Ásia
Segundo um sociólogo, a sociedade grega era divida em estamentos, o estamento dominante ligados aos militares precisavam se mostrar atuantes para manter seu status, isto é, a sociedade grega para se manter como estava necessitava estar permanentemente em guerra.
Segundo um economista, a influencia do setor econômico foi essencial, o setor estaleiro (dos barcos) que era grande então viu uma oportunidade de expansão e pressionou o estado neste sentido.
Segundo um advogado, ocorreu uma violação do direito internacional, a partir do roubo de um bem público grego, o seqüestro de Helena.
Segundo um psicólogo, temos que considerar a motivação pessoal de cada pessoa separadamente;
por exemplo quando consideramos a luxuria de Paris em conquistar Helena, que topa a aventura de bom grado e a honra do seu irmão Heitor para com Paris, chegamos a uma escolha completamente injustificada coletivamente, mas plenamente justificada individualmente.
Do lado grego temos uma outra serie de egos pessoais que combinados resultam na declaração de guerra.
Depois dessa exposição, na qual cada profissional destaca uma parte da trama, não há mais como ver o todo, como uniforme.
Várias visões diferentes e factíveis sobre um mesmo assunto, evidenciam a incapacidade de uma única visão (dentre as 6) explicar totalmente o assunto. “como conceber o todo sem as partes, ou mesmo as partes sem o todo?”
Considerando isto, como não lembrar de AsquintaS.
Em diversos locais de Brasília, foram afixados nesta terça cartazes em que o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), é retratado como um nazista. A montagem fotográfica mostra a cabeça do senador pefelista sobre um corpo vestido com um uniforme do Partido Nacional Socialista alemão, como o utilizado por Hitler. Numa das mãos, a figura tem um exemplar da revista Veja, em cuja capa se lê o título Juntos contra o PT.
Isso tudo é feito em resposta a uma declaração que ele fez a uma mÊs atrás na qual com as denuncias contra o PT permitiriam o país “se ver livre desta raça”
A expressão raça era utilizada para designar o petismo, que é maior que o próprio PT.
Tirando o juízo de valor, não acho que ele não tenha o direito de se expressar assim não, imaginem a situação inversa, um petista afirma que é necessários acabar com esta raça ao se retratar ao Malufismo, ao Carlismo, Tucanismo, etc...
A exatos um ano, eu estava falando isso contra o Carlismo, acabar com aquela raça. Lembro-me bem, estávamos nos reunindo pra decidir como ia ser a boca de urna de Newton Junior, então candidato a vereador pelo PT e hoje no PSOL, quando se chegou a questão de oq falar quanto ao candidato a prefeito.
Não íamos votar no Nelson Peleguinho, mas os outros candidatos também não era lá grande coisas, a solução foi buscar o voto na oposição ao carlismo, queríamos é acabar com aquela raça, me lembro que alguém cunhou esta mesma expressão.
Se a expressão é perfeitamente utilizável tanto pra esquerda como para direita, por que acusar a direita de facista? Não seria facista impedir o outro de se expressar desta forma?
andre
Tem um siter massa na net, cheio de textos, resenhas
e artigos interessantes.
Pra quem sabe ingles e se tem algum tempo livre na
net, é uma boa pedida.
http://www.aldaily.com/
Eu acabei de achar um texto interessantissimo, que
falava mais ou menos o que tentei expressar nop texto
anterior vejam uma frase que selecionei:
"because happiness is what we get when we are in
control and assume responsibility ourselves. A way of
travelling, not a destination."
segue o texto completo, disponivel no site:
http://www.cis.org.au/Policy/spring05/polspr05-2.htm
Querido Igor,
Me permita, explicar a "minha" idéia novamente, este
texto faz parte de um linha de pensamento que venho
tendo a bastante tempo no grupo de debates (o convite
está de pé), portanto analisá-lo sozinho pode levar a
erros de interpretação.
No próprio texto eu faço referência a estes textos
anteriores: “Já expliquei, pessoalmente e por escrito,
a ‘minha’ tese da felicidade relativa, da renda
relativa, dos bens sociais, etc...”
O ultimo texto escrito neste sentido vai em anexo.
Os textos foram feitos para subsidiar uma discussão,
portanto não tem caráter cientifico ou buscam
transformar o mundo, apenas analisá-lo.
Este texto (a liberdade é legal) se propõe a ser um
complemento idealista aos textos anteriores
predominantemente materialistas. São textos
complementares, teses complementares.
Os próprios autores que tomei como referencia são
pessoas de esquerda preocupadas com a “liberdade
material” (este termo existe?); Sartre, que dispensa
apresentações e Michel Onfray que nas ultimas eleições
francesas fez campanha para a Liga Comunista
Revolucionária (LCR), uma espécie de PSOL de primeiro
mundo.
(((Nota: Queria deixar claro, que utilizo o atalho de
demonstrar o esquerdismo das referências para
demonstrar suas preocupações com a “liberdade
material”, apenas porque acredito ser esta a forma
mais fácil de lhe convencer. Eu acredito que se pode,
muito bem ser de direita e se preocupar com a
“liberdade material”. Eu mesmo não me considero mais
de esquerda e me preocupo com isso, mas com certeza
não pretendo debater isso nesta lista de e-mails.)))
Quanto à parte da ideologia eu acho que houve mais um
problema de comunicação, eu estava criticando as
“engenharias sociais”, pois considero que estas sim
pressupõem buscar um novo-homem, algo próximo do
super-homem de Nietzsche que você criticou.
A inquisição católica, o macarthismo, o policiamento
político da URSS, a revolução cultural chinesa que
buscava a ‘regeneração moral’, são exemplos de estados
que decidiram o que era melhor ou não para os
indivíduos, são exemplos de “engenharias sociais”,
motivadas seja por ideologias seja por religiões.
A minha argumentação afirma que é o cidadão, e não o
estado, que deve escolher o melhor caminho pra cada
indivíduo. Afinal achar que está fazendo a coisa
certa, é fazer a coisa certa.
Por fim, a noção de liberdade coletiva não é
incompatível com a busca do hedonismo coletivo
(maximização da felicidade na sociedade), pelo
contrário, é condição necessária (mas não suficiente)
a este.
Um abraço,
André
Nem foi incompetência sua em explicar e nem minha em
entender. Eu apenas disse que essa concepções são
idealista, e portanto, incapazes de transformar a
realidade em um édem. E que além disso são carregadas
de ideologia. Por fim, essas concepções são, em si,
contraditórias, pois a noção de liberdade coletiva é
imcompatível com o hedonismo.
Um abraço.
Igor
Hoje quero ressaltar aqui a importância da liberdade e das liberdades individuais como parte necessária da busca da felicidade, isto significa que nenhuma engenharia social poderia mostrar o caminho da felicidade a pessoa, apenas ela própria poderia escolher este caminho, porque achar que está no caminho certo, é de fato estar no caminho certo.
Utilizarei como referencial teórico, duas teorias que admiro, o hedonismo e o existencialismo. Elas são distintas, mas convergem na questão da liberdade.
Em uma sociedade democrática, o desejo da maioria, deve ser seguido pelos governantes. Como a moral hedonista é hegemônica na sociedade e seu objetivo é a busca da felicidade, o Estado deveria atuar com o objetivo de promover a maior felicidade possível para seus cidadãos, à maximização da felicidade deveria ser o objetivo do Estado.
Já expliquei, pessoalmente e por escrito, a “minha” tese da felicidade relativa, da renda relativa, dos bens sociais, etc... em contraponto com o crescimento econômico pura e simplesmente; especialmente nos paises desenvolvidos, onde este acréscimo de renda levaria apenas ao consumismo.
Além desta tese, afirmo agora que as liberdades individuais são necessárias neste projeto de maximização da felicidade coletiva.
Tanto a moral hedonista como a existencialista, partem do pressuposto de que existem diferentes morais válidas, elas defendem a busca da liberdade, sendo este o norte da atuação política.
Na moral hedonista há diferentes morais nos diferentes indivíduos (a tal da Genealogia da Moral, “ciência” criada por Nietzsche) sendo esta moral definida por uma serie de razões; a genética, a infância, a cultura, a sociedade, etc...
Na moral existencialista o homem se escolhe, se constrói, cria sua própria moral. Moral que será influenciada pela sociedade, mas em ultima instância é sua, é única. E deve ser assim mesmo, isto é, a moral não deve ser imposta pela sociedade, mas construída pelo próprio individuo.
Portanto diferentes indivíduos têm diferentes morais, e vêem diferentemente os mesmo fatos, sente prazer e felicidade de modos diferentes, não existindo uma moral certa ou errada, mas apenas morais diferentes.
Hedonismo:
É um consenso que os diferentes indivíduos buscam o prazer e a felicidade como objetivo em suas vidas, contudo eles divergem em como alcançar este objetivo.
A felicidade se encontraria, em poder seguir o caminho que ele próprio escolheu, mesmo não sendo o certo, pois basta achar que ele está no caminho certo, para de fato estar no caminho certo. Para o prazer e a felicidade, a impressão é tudo e ninguém vai contestar a sua opinião.
No caminho para a felicidade não se deve utilizar regras e valores exteriores a si próprio como manual de conduta, mas, construir a sua própria moral e a sua conduta. Não se deve ter vergonha de seguir as vontades do corpo, e sim evitar conflitos internos; corpo x mente, consciente x inconsciente.
Existencialismo
Todos deveriam defender a liberdade (ela seria um bem com externalidades positivas, hahaha), pois ela precisa existir para todos, para que os indivíduos sejam realmente livres.
A busca da liberdade coletiva é também a busca da liberdade individual. Agir pela liberdade é agir corretamente; em contraponto ao não-escolher, a má-fé, a servidão voluntária.
É importante que cada pessoa possa traçar o seu próprio caminho em busca da felicidade, em contraposição às engenharias sociais: ideológicas (socialismo real; ex: URSS ) ou religiosas (teocracia, ex: Irã).
Eu acredito que tanto a moral hedonista, como a existencialista, indicam a busca da liberdade individual e coletiva; seja como meio (hedonismo), seja como fim (existencialismo), mas sempre como valor inegociável e necessário para um mundo melhor.
Por: André Greve Pereira
Nada como usar a frase de um opositor pra generalizar o caso, "São os cidadãos que querem acabar com essa raça pelos próximos 30 anos". hahahhaha, quantas vezes o PT já não falou em acabar com a raça dos direitistas, neoliberais, tucanos, etc..
Enquanto na direita isso é um desvio pessoal, na esquerda e no PT (coisas diferentes), isso é regra e não exceção. Este não é um comportamento a favor da democracia, é um comportamento antidemocrático.
Singer cita Chauí "Odeiam-nos porque o PT foi o principal construtor da democracia no Brasil", a firmação é mentirosa pq o PT não foi o principal construtor da democracia. Os motivos são vários; Além de ter aparecido no final do regime militar, o PT sempre apelou paras as crises da democracia , os exemplos são vários; o boicote ao colégio eleitoral (quando Maluf foi derrotado), a não assinatura da constituição burguesa de 1988, o não apoio ao governo Itamar Franco, as campanhas do Fora FHC, etc....
Como o PT não foi o principal construtor da democracia, logo acabou-se o motivo para odiá-lo, não é?
Hahahhahaha, quanta cara de pau dessa senhora, o motivo do ódio é exatamente o contrário, é porque o PT é o principal sabotador da democracia. É sabotagem da democracia; comprar parlamentares, roubar dinheiro pra financiar campanhas, o conselho de jornalismo, ANCINAV, a reforma sindical proposta.
O PT em toda sua história sempre flertou com as crises, evitou sempre as soluções institucionais e democráticas. Este é o motivo do ódio.
“Viva o que é bom” este é o slogan da Coca-Cola, isso é sintomático da força e a penetração da filosofia hedonista nas pessoas. A busca pelo prazer, pela diversão, esta é a principal moral da nossa geração, ou como diria boxel (quem te viu e quem te vê, meu amigo); “essa geração sabe o suficiente pra não querer saber de nada”.
A busca da felicidade esta presente na motivação consciente da grande maioria das pessoas, contudo fomos condicionados socialmente, a assimilar outras morais e éticas que inconscientemente competem com as nossas decisões conscientes.
Como vimos na reunião passada, deus e as religiões foram necessidades sociais históricas, por isso que nunca existiu uma sociedade atéia, as religiões foram incríveis construções humanas para justificar uma série de coisas que precisavam ser justificadas. Contudo para este texto, a existência de deus ou não, é irrelevante. A questão é quanto desta tradição ainda esta presente no nosso inconsciente, disputando espaço com nossas decisões conscientes (hedonistas em geral).
Segundo Michel Onfray é preciso “produzir no ocidente as condições de uma verdadeira moral pós-cristã, em que o corpo deixa de ser uma punição, a terra um vale de lagrimas, a vida uma catástrofe, o prazer um pecado, as mulheres uma maldição, a inteligência uma presunção, a volúpia uma danação”
“A religião habita a língua, os costumes e os usos, esta presente nos nomes, na estrutura das cidades, na seqüência do calendário, na arte, no direito, na própria maneira como concebemos o corpo, com seus desejos baixos, suas víceras sombrias, sua coragem no peito, seu nobre pensamento na cabeça, seu espírito.”
Michel Onfray inicia seu livro, “A Arte de Ter Prazer”, com um capitulo sobre a genealogia de sua moral (seguindo aqui uma metodologia criada por Nietzsche) na qual após um enfarte aos 28 anos descobre como a vida é curta e como é importante curti-la.
Em seu livro Onfray, demonstra os conflitos internos (os desejos do corpo contra os desejos da mente) de vários filósofos e pensadores ao longo da história. O corpo responde a esses conflitos com a somatização, sendo esta, a causa das mais variadas doenças, assim como a ausência deste conflito amplia as fronteiras do pensamento e permite a criação das maiores obras da humanidade.
Seriam estes conflitos (corpo x mente, consciente x inconsciente, hedonismo x tradição cristã) uma das causa do mal estar da civilização? Ou, sendo mais pratico, será que resolver este conflito não pode melhorar a sua vida?
Até domingo.
“viver de modo que imperiosamente desejes reviver, é esse o teu dever” Nietzsche
Por: André Greve Pereira
Tavez eu tenha me empolgado um pouco no texto anterior mas o que eu queria discutir na próxima reunião é de que forma as características clássicas das religiõtradicionais, podem ser aplicadas as religiões laicas e o papel da religião como unificador de toda a sociedade se aplica as tribos urbanas de hoje?
andreAdianto aqui minha opiniões a partir da leitura dos resumos elaborados por boxel.
Pra mim todas as analises dos autores estão corretas contudo elas não mais se aplicam aos dias de hoje. Hoje a religião não tem mais a responsabilidade de manter a coesão social que tinha nas sociedades pré-capitalistas.
No capitalismo vimos o crescimento das religiões laicas modernas; o marxismo e suas variantes, a psicologia, os fascismo, a crença na ciência, o nacionalismo, o hedonismo, e (a grande vitoriosa até o momento) democracia liberal.
Contudo a democracia liberal hoje implantada em quase todo o mundo ocidental, seria uma religião as avessa, pois não tem praticamente nenhuma verdade absoluta, mas parte do pressuposto que diversas teses podem ser verdadeiras ao mesmo tempo.
Conseqüentemente se cria um ambiente em que as diferentes crenças religiosas se multiplicam (são 4 mil novas todo ano), um ambiente no qual cada vez mais as pessoas se identificam em tribos (os clãs modernos, no qual dentro deles si, podemos ter verdades absolutas)
Neste capitalismo informacional todas as crenças estão disponíveis para sua escolha e não é necessário escolher só uma, pode escolher várias. A miscigenação religiosa antes exclusividade Bahia hoje corre o mundo.
Pois é amiguinho, escolha sua tribo.
“Marx morreu, Freud também e eu não estou me sentindo bem” slogan pós-moderno
Lá em casa, no final da tarde pra discutirmos deus, as religiões e outras bobagens
Estão todos convidados
Qualquer coisa me manda um email: andregreve@yahoo.com.br é mais fácil me achar por email que pelo telefoneÉ interessante ver os doutores do grupo político ligado a reitoria da UFBA errar tanto politicamente quanto o assunto é greve nesta universidade.
Primeiro foi na greve estudantil, na qual combinaram com seus aliados no movimento estudantil a estratégia de contestar a greve em todos os fóruns possíveis.
Erraram, pois representavam a maioria dos estudantes, mas uma maioria muito desorganizada e individualista, desta forma a estratégia de retirar os cursos individualmente da greve (todo dia saia um lista atualizada dos cursos que já tinham saído da greve) se mostrou completamente contraproducente na assembléia geral da ufba, na qual os alunos dos cursos que já tinham saído da greve não pareceram mais, e os grevistas ganharam com mais folga na ultima assembléia em comparação com a penúltima.
Ai a reitoria teve aquela idéia genial de eliminar o semestre 2004.2, (eu entendi essa manobra como uma retaliação a greve estudantil e seus apoiadores). Ganharam o sindicato dos professores (APUB) e agora se começou a discutir a possibilidade de uma nova greve.
Percebam que o grupo contra a greve é uma maioria, mais uma maioria desorganizada. Esta semana na assembléia da APUB em um placar apertadíssimo foi aprovada um indicativo de greve.
Agora percebam, se estivéssemos começando o semestre de 2005.1 agora, se a reitoria não tivesse cancelado o semestre de 2004.2, eu aposto que uma dezena de professores ia olhar o atraso no calendário acadêmico e iriam rejeitar esta nova greve.
Resumindo: mais uma vez a reitoria ao tentar acabar com as greves acaba as incentivando. Aja incompetência.
Por: André Greve Pereira