sexta-feira, março 31, 2006

A Campanha Começou

Os e-mails que recebo estão com cada vez mais conteúdo eleitoral. Recebi um, de um amigo dizendo o seguinte:
"Tucanos são bandidos. Destituídos de caráter, de qualquer princípio, sequer imorais, plenamente amorais". O texto pode ser encontrado na integra aqui.
Devo dizer que se trocarmos a expressão 'tucanos' por 'petistas', eu concordaria com ela.

Eu tenho motivos e embasamento teórico pra afirmar o que afirmo, claro que o autor do texto e os meus amigos que o divulgam também os têm. São opiniões opostas e irreconciliáveis, além disso é um debate que para o leitor comum não tem a menor importância.
Por estas e outras eu criei um novo Blog, só pra analisar, participar e fazer campanha na internet dos candidatos que eu escolher.
Enquanto isso, estou tentando convencer meus diversos amiguinhos (Rodrigo, Guillermo, Saulo, meu pai, e outros) a me ajudar a postar coisas neste Blog já que não terei mais tanto tempo pra me dedicar a ele, por motivos que explico num futuro post.

quinta-feira, março 30, 2006

Dúvida Cruel 2

Quais são as diferenças entre;

A Teoria Crítica, da Escola de Frankfurt
O Desconstrutivismo
A Transvalorização dos Valores, de Nietzsche
O Hedonismo, como filosofia coletiva
A Fuga, em Fernando Pessoa

Fernando Pessoa, parte 2, “Vivo só o Me Cercar”.

Logo que decidiu ser poeta, Fernando Pessoa decidiu também ser só poeta. E além disso: ser poeta por ser poeta. A poesia, tal como eu a venho compreendendo, é, pelo menos para os grandes do gênero, mais que uma forma de expressão artística: é uma determinação da alma, da personalidade. Não dá pra ser outra coisa, pelo menos não algo que se desligue desta atividade artística, pois a atividade por si é o que dá sentido à vida do sujeito que é poeta. O poeta é da poesia mais (e muito mais) do que a poesia é do poeta.

Fernando Pessoa, talvez, foi o que melhor tenha compreendido isso. E por compreender, foi fundo nas suas conseqüências. Daí pra frente em sua vida literária ele irá expressar de sobremodo uma capacidade autêntica de abdicar de todo o sentido que a vida comum nos assiste para ser só o que em sua mente ele pretende ser – se é que no fim ele pretende ser alguma coisa. Desejos, sonhos, planos, nada disso vale a pena agora; são apenas “fugas”. Sabemos que é justamente este nível de significados que nos faz atribuir sentido a nossas vidas, e deste modo seguir em busca de sua realização, mas é justamente isso que Fernando Pessoa pretende relativizar. Se antropológica ou sociologicamente diz-se que corresponderia ela própria também à “decisão de ser poeta” numa outra possibilidade de sentido que a cultura dá ao homem para que ele viva a sua vida, o poeta surpreende: é justamente por ser impelido à poesia que ele não se sente completamente feliz: “Os meus pensamentos são contentes. Só tenho pena de saber que eles são contentes,/Porque, se o não soubesse,/Em vez de serem contentes e tristes,/Seriam alegres e contentes”.

“Ascetismo” é a palavra chave portanto. Ele critica profundamente todo um nosso hábito comum de estar o tempo todo atribuindo significados e significantes a tudo e a todos para no final acabar abdicando do seria mais precioso para nós: um sentir completamente desvinculado de conteúdo; imediato, da vida no agora; um momento de distração em que nós estamos mergulhados em nós mesmos e só a nós devemos satisfações, desvencilhando-nos ainda de nós mesmos a parcela dos outros que em nós é vivente; um apreciar do agora da vida sem qualquer temor ou ânsia, necessidade ou obrigação, nem mesmo a de sentir algo como felicidade ou paz – algo muito além do simples “carpe diem”, importa frizar. Talvez, captar o que ele quis dizer seria se pegar num momento como este: em que você está como está e ponto final. Que não necessariamente está triste nem alegre, preocupado ou relaxado: está apenas como está. E curtir isso.

Pois na verdade é como as coisas são: as coisas são como elas são!Sem mais delongas. Uma árvore, uma árvore. Nem bela, nem forte, nem nada. Apenas a árvore e você num passar agradável do tempo. A melhor forma de viver este momento é não atribuindo mais nada ao momento. Basta o que sua consciência automaticamente já lhe infere. Da próxima vez você nem precisará chamar aquilo que você está vendo de árvore, apenas ira toca-la, se lhe der vontade, beija-la, se lhe der vontade, ou não fazer nada. Sem nem pensar nessa vontade que lhe surge ou deixa de surgir. “Há metafísica o bastante em não pensar em nada”.

Fernando Pessoa passeia por estes temas para demonstrar a contingência de todos os significados e sentidos da vida que para nós soam perenes, e que à vezes terminam por nos impedir de sermos livres viventes e felizes, com toda a “insignificância” que a felicidade merece.
Sua poesia passa portanto pela vida que o circunda: sem grandes pensamentos ou idéias, apenas o prazer de escrever sobre assuntos diversos – a natureza o inspira muito –, interrompendo-os ou mesmo sendo mentiroso e contraditório, se assim preferir.

O próprio poeta assume a dificuldade de alcançar tal nível de “concentração distraída”, o que também não quer dizer que isso seja impossível ou mesmo uma balela. Todo este ascetismo é, na verdade, um elemento que permeia toda a sua poesia e de alguma forma termina por envolver o leitor “distraído”, que sem entender acaba entendendo. Mas pra se distrair é preciso, antes, saber se distrair. Se você pesava que, se divertindo, se distraía, saiba que está na contramão.
Por: Rodrigo Lessa

Open-Source

Fazendo uma pesquisa exploratória descobri alguns trabalhos legais sobre a economia do Open-Source, tem este em português e este em inglês.
No site dos autores tem links pra diversos outros trabalhos relacionados a propriedade intelectual com víes econômico. Tem o site do Josh Lerner e o do Jean Tirole.

Ah, o PuraEconomia esta com um post sobre a economia da religião cheio de links.

Tubarão Branco


Via LLL, clique aqui para mais imagens desses bichinhos.

quarta-feira, março 29, 2006

Cursos do MIT em Português

O Portal Universia e o MIT oferecem acesso gratuito à seleção
de materiais dos cursos do MIT traduzidos para o português.

Aqui os de economia e aqui um de econometria com ciência política.

Ligando os Pontinhos

Descoberta rede que abastecia programa nuclear do Irã

06h08 — N'O Estado: "A alfândega alemã descobriu um esquema ilegal de envio de equipamentos para o programa nuclear do Irã. O esquema envolvia uma rede de empresas baseadas em Moscou que compravam peças na Alemanha e as repassavam aos iranianos. A rede estaria vinculada a uma companhia clandestina de Berlim, dirigida por empresários russos."

Rússia diz não aceitar sanções contra o Irã no CS da ONU


11h50 – O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, afirmou nesta quarta-feira que Moscou não vai apoiar nenhuma decisão que implique o uso da força ou da coerção contra o Irã. "Toda solução pela força ou mediante coerção seria extremamente contraproducente e não pode ser apoiada", afirmou o chanceler. "Nossa posição permanece invariável. Estamos a favor de que os temores da comunidade internacional sejam dissipados", acrescentou. A Rússia negocia com os demais membros do Conselho de Segurança – China, Estados Unidos, França e Reino Unido – o teor de uma resolução que trata do caso nuclear iraniano. A China e a Rússia se opõem a um texto que abra a possibilidade de sanções contra o governo de Teerã.

segunda-feira, março 27, 2006

Temas

Estou aqui sentado no computador pensando em como escrever o roteiro de atividade de TPE (pré-monografia), isto é aonde, quando e como eu vou fazer as pesquisas pré-liminares do meu tema da monografia.
O problema é que eu não tenho 1 tema pra monografia, mas vários.
Pensei, pensei, pensei e decidi fazer o seguinte. Reduzi a 3 os meus temas e vou trabalhar com eles até julho, quando finalmente definirei 1.

Em TPE escreverei um projeto de monografia sobre o carnaval, em econometria escreverei um artigo sobre a influência de algumas variáveis políticas na economia e tentarei preparar um artigo sobre a economia do open source pro festival de software livre.

Que Estado de Direito é esse?

Chego em casa e recebo as noticias, o Presidente da Caixa Econômica Federal levou o sigilo bancário do caseiro na casa de Palloci, que por sinal já pediu pra ser afastado do cargo. aiaiaiaiaiaiai
Em que estado de direito nós vivemos, onde apenas os governistas têm direito a sigilo bancário?
Qual diferença entre este caso e o WaterGate?

Quando postei a charge do Angelli, ainda não tinha certeza sobre isso, até porque os cartunistas tem uma espécie de licença poética na qual podem desenhar o que quiserem contanto que fique claro que estão ridicularizando o personagem e não acusando-o, o melhor exemplo disso esta no filme “O Povo Contra Larry Flint”. Mas a charge se concretizou, o ridículo se tornou realidade.

Pra mim este é mais um exemplo da ética petista, uma ética imoral. Uma ética na qual roubar, mentir, quebrar sigilos bancários, mudar de convicção ao sabor dos ventos, são as coisas certas a fazer quando os interesses do partido estão em jogo.

O moderno Príncipe, desenvolvendo-se, subverte todo o sistema de relações intelectuais e morais, uma vez que seu desenvolvimento significa, de fato, que todo ato é concebido como útil ou prejudicial, como virtuoso ou criminoso, somente na medida em que tem como ponto de referência o próprio moderno Príncipe e serve ou para aumentar seu poder ou para opor-se a ele. O Príncipe toma o lugar, nas consciências, da divindade ou do imperativo categórico, torna-se a base de uma laicismo moderno e de uma completa laicização de toda a vida e de todas as relações de costume”
Isso foi escrito pelo comunista italiano Antonio Gramsci, que chamava o partido comunista de moderno príncipe, agora leia o parágrafo acima substituindo-o por PT.
A utopia de Gramsci é o estado de direito que vivemos hoje no Brasil.

As operações Caça-Alckimin e Caça-PrimeiraLeitura já começaram.

Vivo só o Me Cercar; parte 1

(Pretendo comentar o poeta Fernando Pessoa por partes. Esta primeira saiu maior, porque é a introdução-síntese, mas prometo que as próximas serão mais curtas e ainda mais sintéticas.
Isto faz parte de uma espécie de leitura-estudo que venho fazendo do poeta. Arrependi-me de não ter feito isso na leitura na obra de Vinícius de Moraes e por isso pretendo expor aqui o que venho descobrindo a cada fase, dividindo com o AsquintaS os melhores momentos dessas leituraszinhas de relaxamento, que são ótimas, eu acho.
É possível que no final eu faça correções (muitas quem sabe!) devido a interpretações errôneas. Portanto, perdoem-me a ignorância literária e perdoem-me mais ainda os conhecedores deste nobre poeta. Diletante eu cá: café com leite!)


*trechos extraídos da edição “Fernando Pessoa – Obra Poética”. Companhia José Aguilar Editora. 1969, Rio de Janeiro.


“Vivo só o Me Cercar”.

Em poucos momentos em minha vida tive tanta dificuldade de explicar alguma coisa. Isso porque (acredito eu) uma boa explicação depende de aspectos essenciais, tais como correspondência, linearidade, clareza, amplitude. E se, numa grande obra tal qual a poesia de Fernando Pessoa estes elementos remetem a outros que são quase que seus opostos na noção comum – o que faz a correspondência depender do desprendimento, a linearidade do diverso, a clareza da omissão, a amplitude da simplicidade –, a tarefa se torna ainda mais aventureira do que comumente seria comentar um poeta.
Na verdade, eu estou querendo dizer que para “adentrar” Fernando Pessoa é preciso, de início, compreender a forma com que ele, para alcançar o cerne de sua idéia de poesia e de vida, diverge de um conjunto de atos e hábitos tão necessariamente comuns e determinantes na vida social; como ele dispensa o usual; toma o necessário enquanto evitável, enquanto algo a ser abolido, esquecido. Mas além disso, como ele, poeta, julga necessário evitar a busca constante de interpretar (como assim evitar, não é isso que faz um poeta!?) a tudo e a todos. Tudo isso para encontrar no resultado deste avesso completo uma capacidade extraordinária de se comunicar e ser amplamente reconhecido e compreendido pelos verdadeiros cultivadores de tudo que ele pretende abolir. Cultivadores que na verdade somos nós mesmos, caros amigos.

Afinal, ir de encontro a uma série de filosofias em voga em Portugal e no mundo, propondo um estilo de vida distinto para o homem sem mesmo admitir que o propôs, só o possibilitou um diálogo claro, direto e maleável com os leitores de sua obra. É claro que, como todo grande gênio,foi incompreendido por sua época. Mas ele não via problema nenhum nisso, até porque soube bem reconhecer o quanto geraria polêmica a sua forma de descordar da poesia que até então era feita em Portugal, mas precisamente no chamado movimento da “Renascença Portuguesa” – fins do séc. XIV e início do séc. XX. “Sei bem pouca a simpatia que o meu trabalho propriamente literário obtém na maioria daqueles meus amigos e conhecidos, cuja orientação de espírito é lusitanista ou saudosista; e, mesmo que não o soubesse por eles mo dizerem ou sem querer-mo deixarem de perceber, eu a priori saberia disso, porque a mera análise comparada dos estados psíquicos que produzem, uns o saudosismo e o lusitanismo, outros a obra literária no gênero da minha, e da (por exemplo) do Mário de Sá Carneiro [seu amigo e companheiro em linha poética], me dá como radical e inevitável a incompatibilidade de aquêles para com estes”.
Tal como se percebem nos termos utilizados por ele, à sombra de Camões permanecia a poesia de Portugal. Ainda o saudosismo à pátria lusitana sob um conjunto de caracteres identitários talvez mais antigos e cansativos do que o próprio Camões. Mas um novo movimento, o de um homem só repartido em muitos (através da heteronimia), intumesce o movimento que lança à frente da poesia lusitana a figura que porá Camões, definitivamente, na história. O movimento de um homem faz de um homem um movimento. “E isto leva a crer que deve estar para muito breve o inevitável aparecimento do poeta ou poetas supremos dessa corrente da nossa terra, porque fatalmente o Grande Poeta, que este movimento gerará, deslocará para segundo plano a figura até agora primacial de Camões (A nova Poesia Portuguesa, p. 27)”.
Mas o que teria proposto ele de tão polêmico, revelador e que foi tão amplamente reconhecido? O quê em sua poesia nos faz remeter tanto à nossa própria forma de levar a vida? O que há nela para ser transformada com Pessoa?
Por Rodrigo Lessa

sábado, março 25, 2006

Falta Patrocínio?

Virou moda sair por ai reclamando que falta patrocínio pra eventos culturais. No Atarde de sábado passado (18/03/06) Walter Lima o coordenador do Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual foi entrevistado em matéria extensa, a qual transcrevo um dos trechos;

Essa falta de apoio compromete o festival?

Compromete. Se a gente não tem um apoio local, não consegue realizar
o seminário a contento. Este ano, orçamos o seminário em torno de R$
800 mil a R$ 1 milhão e conseguimos uma parte. Eu não entendo por que
as pessoas de fora conseguem coisas e a gente nunca consegue. Guido
[Araújo, da Jornada Internacional de Cinema da Bahia], por exemplo,
não tem apoio. Acho que, na área de cinema, com os eventos dessa
área, existe um preconceito.


O seminário custa algo em torno de 800 mil a um milhão de reais, e sabem quantas pessoas vão assisti-lo?
600 pessoas, isso mesmo, dá mais de mil reais por participante.


Tudo isso amplamente patrocinado com dinheiro público essencialmente federal (vejam no site), mas que desperdício.
Isso que é um governo neoliberal?

Max Weber Revisitado

Eu to aqui pensando nessa sociedade cada vez menos tradicional em que vivemos, quais seriam hoje as igrejas que seriam as novas divulgadoras desse "espirito do capitalismo"?
Seria a Batista? a Presbiteriana? a Universal? as Pentecostais?

Outra coisa interessante no livro é como o hedonismo é o oposto da definição de Weber do "espirtio do capitalismo", mais isso escreverei num Post completo.

Frio

Ir pra natação quando faz frio ou chove, não é tão legal.

sexta-feira, março 24, 2006

Vem pra Caixa você também, vem.


Via se liga, resumindo a situação.

Achei

Finalmente eu encontrei um professor lá da faculdade com site na internet, é o André Guirardi, que por sinal esta afastado da faculdade pra ser assesor do Gabrielli na Petrobras.
Eu fico impressionado como esse povo não usa a internet.

quinta-feira, março 23, 2006

Software Livre



Faz tempo que não me involvo com software livre, hoje resolvi dar uma olhada por ai e baixei os bottuns do Firefox e do OpenOffice(OO) (ambos na coluna da esquerda), baixei a segunda versão do OO pra ver como anda e achei o blog do Aurelio do PSL-BA que traz notícias interressantes sobre o a disputa Firefox contra o IE.

Tem até Um Site que faz com que se o dono de um blog indicar um usuário para ele e se o usuário mudar de navegador (do IE para o Firefox), ai o dono do Blog ganha um dólar. Nada mau heim.

Clipping

- Via Gustibus, descobri que a McDonald´s será obrigada a vender brinquedos sem vinculação com sanduíches. Eta povo que adora regular a economia.
A Polícia Federal anda vazando os emails e as informações de muita gente.
Como diria o José Simão, aquele Caseiro do Palloci recomenda "Vem pra Caixa você também, vem."

- Sabe aquela história de que Carrera não é bom professor mas seria um bom pesquisador, pois é, o Joselmar do Olhar Econômico teve sua pesquisa premiada e está escrevendo sua monografia tendo ele como referencial teórico. É o Carrera fazendo escola por ai.

- Fui hoje na memória da UFBA, que fica no segundo andar da Biblioteca Central, à procura de dissertações de mestrado sobre o carnaval, achei algumas bem legais, as 3 funcionárias foram super simpáticas, mas o que me impressionou é como pouca gente vai nela, eu fui a segunda pessoa naquele dia, e isso já era quase uma da tarde.
Sendo que no andar de baixo a biblioteca em si, estava cheia. Será desprezo pelas pesquisas produzidas na UFBA? Será que o pessoal só vai atrás do livro que o professor passou?

- Via Se Liga, o Rio vai criar um surfodrómo que vai aumentar em 80% as ondas da Praia da Macumba.

quarta-feira, março 22, 2006

Pilula Azul ou Vermelha?

Meu amigo e colega de faculdade Gabriel me citou (logo inteligentíssimo) num debate no Orkut, hoje me recordei de um pensamento dele. Ele me falou certa vez que depois que comprendeu o funcionamento da política nacional, logo começou a militar no movimento estudantil e a defender as posições que defende.
A metáfora que ele usou foi perfeita, uma vez tomada a pílula vermelha não se teria mais volta, uma vez que se conheça como se constroi a história do país não há como dar as costas para isso.

Já concordei com esse pensamento, não concordo mais.

Primeiro, porque "gato escaldado tem medo de agua fria", isto é, passei muito tempo dizendo que as respostas eram 'X', mas hoje acredito que as respostas são o oposto de 'X' e não tenho mais a certeza de que me julgamento esta certo.
Segundo, descobri que participar desse tipo de debate tem pouca capacidade mudar as coisas, tem pouca utilidade prática, e por outro lado tem uma certa desutilidade já que existe a possibilidade de ganhar inimizades.
Terceiro, acredito cada vez mais que a felicidade esta no interior de cada pessoa e de que a felicidade não depende diretamente da realidade objetiva.

Resumindo; Mesmo que eu soubesse e tivesse certeza de qual era o melhor caminho a ser seguido pelo país e que a minha participação fosse relevante na escolha desse caminho, provavelmente isso pouco afetaria a felicidade geral.
Hoje eu ficaria com a pílula azul e você escolheria qual?

terça-feira, março 21, 2006

Política

Não sei bem porque gosto tanto de política, gasto pelo menos uma hora por dia lendo noticias relacionadas que não me servem pra quase nada. Juro que gostaria de me livrar deste vício, mas não consigo.
Tomei algumas medidas lights como; não mais discutir em listas de emails ou na comunidade da faculdade, não divulgar mais este blog pra qualquer conhecido, com medo de iniciar discussões desnecessárias (obs: quase toda discussão é desnecessária) e ganhar uma inimizade.
As eleições vem ai e mesmo quem não gosta de política acaba discutindo isso nessa época. Por favor, me avisem se eu exagerar nos Post políticos por aqui, estou tentando parar.

Meu único consolo é que não sou o único com esse vício, e existem muitos textos bons pra me ajudar. Do Reinaldo Azevedo, do Alex Castro, do Steven Levitt...

segunda-feira, março 20, 2006

Os Novos Grotões

Antigamente o PT se orgulhava de ter uma maior votação entre as pessoas mais instruídas, hoje se orgulha de ser votado pelo mais pobres (e conseqüentemente menos instruídos), naquela época ter os grotões como base eleitoral era ruim.
Lula ganha de Alkimin por 42% a 23% no geral, entre os que tem até o ensino fundamental a vitória é folgada de 45% a 19%, assim como entre com renda até 5 S.M., 43% a 21%.
Já Alkimin ganha de Lula por 33% a 30% entre os que tem ensino superior e por 40% a 30% entre os que tem renda de mais de 10 S.M.
Heloisa Helena segue uma trajetória ainda mais acentuada, sai de 4% entre os de nível fundamental e 5% entre os de renda até 5 S.M., para 12% no nível superior e 11% na renda de mais de 10 S.M. No geral ela tem 6%.
A pesquisa é do Datafolha, dos dias 16 e 17 de março.

O Poderoso Chefão Revisitado

O Leo do Gustibus tá com mais um post legal;
O grande Mancur Olson tem uma das melhores explicações para o surgimento do Estado. Um bandido de tempos em tempos roubava os vilarejos. Dessa forma, ele desestimulava a atividade produtiva. Afinal, por que produzir se os riscos de roubo são altos? Em certo momento, ao invés de fazer de ficar pilhando por aí, ele resolve delimitar uma área como sua e a cobrar uma parcela fixa do produto do povo. Pronto! O ex-ladrão vira rei e surgem os impostos. Seu incentivo ,agora, é proteger o direito de propriedade da população, garantir a paz e estimulando a produção.Ou seja, mesmo numa autocracia pode haver incentivos para boas instituições.

Clipping

- “O Chamado”, mais que filme insano, eu assisto um bocado de filmes e poucos são dignos de nota, este é um desses. Se você gosta de suspenses psicológicos então, é um prato feito.
Outro filme bom que vi recentemente foi “Hotel Ruanda”.

- Pensando em temas para a monografia, pensei em escrever como o Bahia e Vitória se tornaram times tão ruins. Vale lembrar que os dois foram os primeiros clubes do Brasil a se tornarem empresas.

- Eu estou lendo o clássico de Max Weber, “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, é um livro um pouco denso pra quem não faz sociologia, mais é um bom livro, repleto de passagens magistrais.
“Com o desmoronamento da tradição e a irrupção mais ou menos enérgica do livre lucro no seio mesmo dos grupamentos sociais, o que se seguiu não foi uma afirmação de cunho ético dessa novidade, tendo sido simplesmente tolerada como um dado factual, considerado eticamente indiferente ou mesmo lamentável, se bem que infelizmente lamentável.”

- Eu adoro ver de onde vem os meus visitantes e descobri que desde que coloquei dois registros de visitantes decentes (este e este) quase a metade (44.81%) dos meus visitantes vieram de mecanismos de busca, dentre eles a maioria ( 89.27%) do Google.

sexta-feira, março 17, 2006

O Romantismo Revisitado


"Vem dos contos de fadas a figura da heroína romântica que sofre na mão de vilões e é resgatada de seu triste destino por um homem audaz, que lhe concede a recompensa com o casamento e o amor eterno. Os contos atuais já não têm tantas promessas de felicidade, mas as narrativas sobre jovens que enfrentam percalços sem desanimar até encontrarem um príncipe encantado continuam fazendo sucesso entre leitoras de todas as idades. Desdenhado pela crítica especializada como um gênero subliterário, o chamado romance rosa transformou-se na "chick lit" - ou literatura "mulherzinha", no Brasil - e ganhou vigor no fim do século XX, quando "O Diário de Bridget Jones" foi um best-seller mundial, contando as desventuras da atrapalhada trintona inglesa, que, como toda heroína romântica, almeja um final feliz ao lado de um homem idealizado."
Via Smart, neste Post.

121 x 2900

Compare as estatisticas:

Trio do Rock:
Excluído da programação do Carnaval há dois anos, o Trio do Rock voltou a funcionar em 2005 no Coqueiral da Praia de Piatã do dia 05/02, sábado, até a terça-feira, diversificando o ritmo criativo do axé. Ao todo 70 bandas se apresentaram no local das 18h ás 04h para um público estimado em 8.500 pessoas.

Carnaval dos Bairros:
O Carnaval dos Bairros (Itapuã, Liberdade, Periperi e Cajazeiras) disponibilizou, no período de 05 a 08 de fevereiro das 18h ás 03h, 120 atrações independentes. Estima-se que 348.000 pessoas desfrutaram dessa alternativa carnavalesca.

70 bandas de rock para um público de 8.500 pessoas, dá uma banda para cada 121 pessoas
já as bandas de pagode, axé,.... foram 120 para um público de 348.000 pessoas, isso dá uma banda para 2.900 pessoas

Os Blocos no Carnaval

Através do Site Oficial pude perceber que apesar do carnaval baiano ter aumentado bastante o circuito com a inclusão do pelourinho e do carnaval nos bairros, o numero de entidades carnavalescas não cresceu na mesma proporção.

2005: A EMTURSA cadastrou 209 entidades Carnavalescas, conforme abaixo: 14 afoxés, 42 afros, 14 alternativos, 37 blocos de trio, 05 especiais, 02 de índios, 05 infantis, 15 pequenos grupos, 25 de percussão, 11 de percussão e sopro, 08 de travestidos e 31 trios independentes.

2004: Participação de 205 entidades Carnavalescas (11 afoxés, 31 afros, 16 alternativos, 40 blocos de trio, 02 índios, 05 infantis, 11 percussão, 07 percursão e sopro, 12 travestidos, 01 orquestra, 06 especial, 26 pequenos grupos e 37 trios independentes)

2003: A Emtursa cadastrou 199 entidades, entre blocos de trio, afro, afoxés, de índio, travestidos e percussão.

2002: A Emtursa cadastrou 190 entidades, entre blocos de trio, afro, afoxés, de índio, travestidos e percussão.

2001: A programação incluiu o desfile de 190 entidades carnavalescas (das quais 8 afoxés, 21 afros, 17 alternativos, 31 blocos de trio, 1 especial, 2 índios, 8 infantis, 4 orquestras, 18 de percussão, 17 travestidos, 35 pequenos grupos e 28 trios independentes)

quarta-feira, março 15, 2006

aiaiaiaiaia

Essa turma do PSDB não consegue nem escolher candidato e ainda quer governar o país, aiaiaiiai, escolheram o candidato com a metade da intenção de votos, isso que é falta de respeito com o eleitorado.
Eu concordo com o Reinaldo Azevedo quando ele diz que "O desmonte do aparelhamento petista do Estado é uma tarefa patriótica", mas as opções além do apedauta são fraquinhas, fraquinhas. Pois bem, vamos ver no que isso vai dar.

Procura-se Tema para Monografia

Pesquisando a viabilidade de tratar o carnaval como tema da monografia, começo a achar que isso não vai dar certo. Encontrei na ATARDE de ontem uma entrevista do Geógrafo Clímaco Dias, que responde a três perguntinhas sobre o Carnaval e fala algumas coisas espertas;
“Eliminar a corda e deixar o mesmo modelo de carnaval não adianta. Trata-se de um evento complexo, heterogêneo. A corda do Chiclete não é a mesma do Ilê. Enquanto algumas cordas servem pra ostentar, outras servem pra construir identidade."

E outras coisas não tão espertas;
“Se o Carnaval gera tanto dinheiro, por que a prefeitura não consegue bons patrocinadores para ele?”

Mas o que me espantou foi essa frase dele;
“O abadá se transformou em algo secundário, o que importa é o patrocínio. Há blocos onde 40% dos abadas são dados de graça para ‘gente bonita’.”
Quinta ou sexta feira, eu pretendo ir em Geociências pra ver a dissertação de mestrado dele e ver como ele chegou a essa conclusão, mas se ele estiver certo eu vou precisar de um novo tema para monografia e rapidinho. Sugestôes?

Observações interessantes:
1- Em 1984 o PT, o PSB e o PCdoB lançaram cada um o seu bloco de carnaval em Maceió, o do PCdoB tinha o nome mais legal, “Meninos da Albânia”, na época a Albânia era o único pais onde existia o verdadeiro comunismo, segundo eles é claro.
2- O numero de ocorrências policias no carnaval de Salvador caiu 11% de 2005 para 2006.

terça-feira, março 14, 2006

Open Business 2

Achei este site, a partir da Creative Commons, é o Open Business com diversos modelos de negocios abertos. Tem também o Cultura Livre.

Marketing Viral é isso, Rapazes


Ainda o Blog de Guerrilha, com outro post bacana.
"Só há uma coisa mais viral do que peitinhos: peitinhos saltitantes.

Sabendo disso, o sutiã esportivo "Shock Absorber" lançou um simulador online para mostrar quanto os seios podem sofrer durante uma atividade física. O visitante escolhe o tamanho dos seios, o tipo de atividade física e pronto! Um vídeo comparando o impacto da atividade sendo feita sem sutiã, com sutiã e com o sutiã esportivo é gerado. E de quebra o fabricante já indica o modelo adequado para tal combinação.

Ótimo para as moças e sensacional para os rapazes. Dá para perder um bom tempo combinando tamanhos e atividades físicas. Para mim, o coquetel mais hipnotizante são os de maior tamanho praticando yoga."

Open Business

Achei mais um blog legal, o Blog de Guerrilha, que tem como tema principal o marketing (ou sociologia do consumo, hehehe) de guerrilha. Ele está com um post massa sobre a Creative Commons.
Segue um trecho da fala do Ronaldo Lemos, disponível na íntegra aqui.

"Esse discurso da pirataria precisa ser combatido, porque tem uma carga emocional forte, mas obscurece o debate. Um moleque baixando música em casa, uma pessoa vendendo CD na esquina... Existem diversas razões sociais. Esse discurso é produzido pelo departamento de comércio norte-americano e não tem números confiáveis", diz Lemos. "Os EUA produzem 600 filmes por ano. A Índia, 800. A Nigéria, 1.200. Quantas salas de cinema há no país? Nenhuma. É direto para o mercado doméstico. Os filmes são vendidos em VCD, por camelôs, a US$ 3 cada um. É uma economia que emprega mais de 8.000 pessoas e, segundo eles, já movimenta US$ 3 bilhões por ano. Dos modelos alternativos e bem-sucedidos a Hollywood, o nigeriano é o único exportável", acredita Lemos, que fará no Brasil um seminário sobre o "cinema-povo" (expressão sua) nigeriano em maio. No Brasil, o foco será o tecnobrega. É um fenômeno que movimenta milhões de reais, sem que os CDs cheguem às lojas. "Nas festas de Belém do Pará, os CDs são gravados em tempo real e vendidos na saída. O cara topa pagar R$ 5 porque se sente parte do evento. O Pixies [banda americana] fez isso, e foi um alarde. Mal sabiam que o tecnobrega já fazia isso há anos", diz Lemos. Ele acredita que a pesquisa provará como é possível ganhar dinheiro através de um "modelo aberto". "As periferias estão se apropriando da tecnologia para criar modelos próprios de negócio. E isso está se tornando gigante. Para os países em desenvolvimento, o modelo "open business" é o único viável", acredita ele, ressaltando que os países ricos têm combatido fortemente essas experiências para não perder sua hegemonia."

segunda-feira, março 13, 2006

Alguém pode me ajudar?

Estou procurando alguém que seja membro da ANPAD ou tenha ido aos seus congressos em 1999 e 2000, estou tentando baixar dois (01-ORG 661 e 02-MKT 01) artigos sobre o carnaval de salvador, escritos por Sérgio Ricardo Goes Oliveira (um baiano que aparentemente não usa email), pois bem se alguém puder ajudar, esta feito o pedido...

Mais um Blog Legal

O do André Setaro, crítico de cinema e professor da Facom.

O Carinho Amarelo

Este joguinho em Flash é massa, indicado pelo Blog da Sabedoria, eu me diverti um bocado, mas não consigo passar do level 19.

sexta-feira, março 10, 2006

Mais que Charme


Via LLL

Política não serve para quase nada

Segue aqui um bom texto do Reinaldo Azevedo (com direito a dois poemas de Fernando Pessoa, Boxel).

aiaiaiai

Rossetto divulga nota em que condena invasão da Aracruz

19h47 — O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, divulgou nota nesta quinta-feira em que condena a invasão da fazenda da Aracruz Celulose em Barra Ribeiro, no Rio Grande do Sul. De acordo com ele, a “reforma agrária que todos aspiramos – massiva e de qualidade – se desenvolve dentro do mais amplo espírito democrático”. Na quarta, depois da ação das mulheres ligadas ao MST e à Via Campesina depredarem a propriedade e destruírem um laboratório de pesquisa da empresa, o ministro havia dito que as ações eram um caso para o Poder Judiciário. Nesta quinta, porém, o ministro achou por bem ser mais incisivo. Disse que “episódios deste tipo em nada contribuem para um debate sério e conseqüente a respeito do modelo de desenvolvimento rural que queremos para o nosso país” e que “é inaceitável substituir o argumento pela destruição violenta e a troca de idéias pela intolerância”. Segundo ele, é importante levar em conta também que “a luta pela reforma agrária no Brasil não tem a ver com ações desta natureza e não deve ser confundida com atos isolados”.

É a tal da Cibercultura

Sabe aquela história de que ficar muito tempo no computador, é prejudicial a sua vida social. Pois é, isso é coisa do passado.

quinta-feira, março 09, 2006

Eu já ouvi esse discurso antes

O Leo do Gustibus, esta com um post que é um primor (na minha opinião é claro) e que reproduzo aqui na íntegra. A entrevista do Pochmann e seus argumentos são utilizados por muita, muita gente.
O Pochamann ainda é da esquerda petista, mas esse tipo de argumentação só me lembra o Lula falando como o Brasil vem piorando a 500 anos... até finalmente a chegada dele no poder.
Depois o Pochmann ainda vai falar, do famoso empobrecimento da classe média, ai eu fico me perguntando, qual o conceito de classe média que ele usa? Será por renda? Será por tipo de profissão? Alguem sabe responder?
André

Não li e não gostei (parte II)

Em um post, eu já desconfiava dos resultados da pesquisa que Pochmann e outros fizeram sobre a classe média. Procurando mais dados sobre o estudo, olhem na entrevista que eu esbarrei:

"Em 20 anos, como ficou a qualidade de vida da maioria da população?

MP - Depende da lente que usamos para analisar. Tomando como referência o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que é uma tentativa de síntese, teria havido aparentemente uma melhora. Precisamos discutir com maior profundidade o conceito de desenvolvimento humano, sustentado sobre três indicadores gerados em um ambiente neoliberal, que permite países regredirem econômica e socialmente - como é o caso do Brasil - e melhorem no IDH. Isso mostra a contradição dos indicadores.

Qual a sua avaliação das transformações sociais tendo como base o IDH?

MP - Do ponto de vista do balanço das duas ultimas décadas, a expectativa média de vida aumentou em geral. O que represente deixar de viver 60 anos na pobreza para viver 70 anos na pobreza extrema? É um ganho viver mais, sem dúvida. No entanto, viver dez anos a mais na extrema pobreza é desenvolvimento humano? A pessoa continua pobre durante mais tempo. Apresenta-se isso como melhoria humana. Eu concordo, mas o indicador precisa ser mais bem qualificado. O outro indicador aponta que caiu a taxa de fecundidade de forma substancial, especialmente nas famílias pobres, reduzindo inclusive a mortalidade infantil de forma expressiva. Parte da explicação pela queda da mortalidade infantil é que as mulheres pobres deixaram de ter filhos. Devemos levar em consideração que o filho que não nasceu não pode morrer. "

Digam: eu devo ou não desconfiar de tudo que ele escreve?

Leo.

Clipping

- O Joselmar do Olhar Econômico encontrou na net, a calculadora e o feirão do imposto

- O André Lopes fez uma defesa interessante das ultimas atitudes do MST.

- O Carlos Sandenberg mostra a dificil situação dos neoliberais de esquerda
"O PT da esquerda gostaria mesmo de detonar o tripé de política econômica e voltar aos termos dos antigos documentos do PT, o “Ruptura Necessária” e o “Neonacional-desenvolvimentismo”. Sabendo que não tem força para isso, propõe o quê? Um superavitizinho bem menor ou nulo, de modo a sobrar mais dinheiro para gastar. E, claro, forte redução de juros, queira ou não o Banco Central."

quarta-feira, março 08, 2006

Que falta você me faz

Passei uma semana sem celular, não morri nem nada, mas que faz falta, ah faz.

Roberto Romano


A Primeira Leitura do mês de fevereiro, através de seu editor Reinaldo Azevedo, fez uma entrevista primorosa com o Filosofo Roberto Romano, a qual já citei e discuti com alguns amigos e transcrevo várias partes aqui.
As falas e a introdução de Reinaldo Azevedo seguem em negrito e as falas de Roberto Romano em itálico


“esse passado faz com que Romano preze ainda mais a democracia. Ele conhece, pessoalmente, a diferença entre ética e moral. No seu caso, foi a diferença entre a vida e a morte: “Eu estava preso no quartel da PM em São Paulo e fui salvo, literalmente salvo, pelo então coronel Confúcio Danton de Paula, que depois virou general. Eu estava separado dos meus companheiros. Eles estavam no batalhão Tobias de Aguiar. A polícia queria me levar, você já sabe por quê. Ele garantiu a minha permanência ali naquela hora e depois me transferiu”. Lendo a entrevista você saberá, leitor, por que, segundo a ética, que é coletiva, o militar poderia ter deixado que o levassem. Mas foi a moral, que é individual, que impediu o homem de fazê-lo.”


“A ética, a partir do momento que foi assumida por Hegel e pela escola hegeliana, transformou-se num caminho direto para o coletivo. A ética é essencialmente coletiva, é o conjunto de costumes da população. Seu endeusamento se deu em detrimento da moral, tanto que o grande refrão do realismo dialético, que tem as vertentes idealista e marxista supervalorizou o elemento social em detrimento do individual. Esse foi um grande problema do marxismo.

O que? O desprezo a moral?


Sim, no fim do marxismo oficial, o grande debate que se estabeleceu entre os teóricos marxistas foi justamente o lugar da individualidade – que não existia, por que ela foi esvaziada. Então quando se valoriza exclusivamente o ético caminha-se rápida e seguramente para o autoritarismo. É preciso sempre contrabalançar a ética com o elemento individual, com a responsabilidade individual, com a consciência individual....

Que concerne à moral.


Exatamente (...)”



“Oq seria viver numa sociedade cem por cento ética neste sentido em que estamos falando? O sr. Gostaria de viver nela?


Não. Desde aqueles tempos do fim do governo Sarney eu chamo atenção : ‘olhem, tomem cuidado porque eu não gostaria de ter uma sociedade eticamente correta, perfeita, segundo os padrões de um grupo ou um setor’, Por isso sempre fiz um apelo à moral. Um exemplo que eu costumava dar, para escândalo de muita gente, era o seguinte: as multidões que marchavam em Moscou ou na Alemanha nazista eram éticas. Elas estavam cumprindo exatamente aquilo que a tradição dizia, os valores diziam, os costumes diziam.”



Ademais, os que se diziam eticamente corretos foram flagrados, não é?

Ficou muito claro que essa ética não é estranha à corrupção. É um movimento autoritário dentro do partido. Tanto que aqueles membros honestos, corretos, dentro do Pt saem correndo para defender os membros não corretos.

Uma ética que só pode existir num ambiente de amoralidade.

Exatamente.”



“E o indivíduo não existe mais. O Lefort analisa os processos de Moscou, onde o indivíduo era obrigado a dizer que era culpado sabendo-se inocente porque o promotor do povo dizia: “Você não vai contra o partido não é verdade? Você gosta do partido, você não vai contra ele” Essa é a lógica que está presente na consciência de todo militante. Ele prefere se destruir, prefere quebrar toda a sua consciência para satisfazer o “nós” que está presente nele. Não há dúvida que a questão moral está na base dos problemas do pensamento marxista.

Só dele?

Olhe, há um debate nas hostes hegeliano-católicas a partir da interpretação do padre Vaz, que eu acho profundamente equivocada . Ele afirma – e é um grande leitor de Hegel, não duvido – que não há diferença entre ética e moral, dado que ambas tem a mesma raiz cultural, nos costumes etc. O ministro Patrus Ananias assume essa tese absolutamente. Eu acho isso um desastre. Se não existe a consciência do indivíduo capaz de se erguer contra uma multidão de militantes, não há possibilidade de modificação social nenhuma.”

terça-feira, março 07, 2006

Dados do Carnaval

Estou começando a ficar nervoso, minhas aulas já começaram e eu ainda não decidi o tema da monografia. Essa ideia de aprofundar a análise sobre a economia do abadá só serviu pra me confundir mais.
Procurando na net, achei as estatisticas do carnaval. Segundo a Emtursa, ele cria 220 mil empregos temporários e nele foram credenciados 2.184 profissionais de imprensa, os dados são de 2005 e estão aqui.
2200 profissionais de imprensa deve ser a quantidede de estudantes que se formam em escolas de jornalismo em um único ano em Salvador, esse povo esta fadado ao desemprego com jornalista.

segunda-feira, março 06, 2006

Filmes

Eu assisti a cerimônia do Oscar inteira, e devo dizer, estava chatissima, talvez por culpa do apresentador, talvez por culpa do tradutor, talvez porque eu não vi a maioria dos filmes indicados, mas que o programa estava chato, ah estava.
O faroeste gay perdeu pro filme sobre discriminação racial e eu não vi nenhum dos dois, mas da ultima vez que não premiaram um favorito (em 1999, o favorito era O Resgate do Soldado Ryan) foi sacanagem porque o vencedor era muito pior (Sheakspeare Apaixonado), desta vez não sei se ocorreu a mesma coisa.
Fiquei feliz que O Jardineiro Fiel ganhou em atriz coadjuvante e fiquei triste que Paul Giamatti, com o filme Cinderela Man, perdeu em ator coadjuvante. Achei muito legal a bolsa de apostas do Oscar, indicada pelo Gustibus. A lista completa dos premiados esta aqui. Os vencedores do framboesa de ouro estão aqui.
A quem interessar possa, vai rolar em Salvador o Segundo Seminário de Cinema no começo de abril.

sexta-feira, março 03, 2006

Momento Fotolog


Eu sou o da direita e Boxel é o da esquerda. Mais fotos de Gandhys neste Blog.

Shame Of Them


Via SSoB neste Post
Sim, é a mesma moeda

"(...)uma coletividade pode conviver em paz apesar de grandes diferenças sociais e econômicas, mas à condição que ela não exclua e envergonhe uma parte de seus membros.

(...)uma "elite" insegura, decidida a confirmar sua legitimidade ostentando e esbanjando, transforma a pobreza do povo em motivo de vergonha e exclusão, ou seja, induz o povo a sentir vergonha de sua própria condição."


Contardo Calligaris, com texto completo no Post.

Cuidado com o irmão de Chavéz e da esquerda mundial

Irã terá bomba atômica, no máximo, em 5 anos, diz Rússia

10h24 — O Conselho de Política Externa e Defesa da Rússia, um órgão consultivo do governo, afirma que o Irã tem condições de fabricar uma bomba atômica em no máximo cinco anos. O relatório, divulgado pela agência de notícias Interfax, diz que uma minoria de especialista acredita que Irã poderia conseguir a bomba dentro de até dois anos. A maioria, contudo, acredita que ainda seriam precisos cerca de cinco anos, destaca o conselho. “Para o mundo seria melhor começar a se acostumar a partir de agora a coexistir com um Irã potência nuclear", conclui o documento. A comunidade internacional se esforça para impedir o governo de Teerã de levar adiante o atual programa nuclear, mas tem obtido pouco sucesso pela via diplomática. Na segunda-feira, a Agência Internacional de Energia Atômica volta a se reunir para discutir a situação do Irã.

Ou como diria o marxista alemão Robert Kurz
(No Irã) “Os dissidentes e a esquerda são dizimados aos milhares; o novo presidente Mahmoud Ahmandinejad, fez da eliminação de Israel o seu programa e denomina de ‘mito ocidental’ a aniquilação dos judeus europeus pelos nazistas. Demonstra-se desmoralização intelectual quando Chávez aceita a loucura anti-semita e chama Ahmadinejad de ‘irmão’.

Ou como diria o jornalista Hugo Estenssoro
"Se nos anos 1930 o pacto entre nazistas e comunistas causou espanto, o grande fenômeno da atualidade é a coalizão da esquerda mundial - atéia, feminista, teoricamente a favor da livre expressão e dos direitos humanos - com o islamismo militante, em tudo oposto em tais conceitos."

quinta-feira, março 02, 2006

aiaiaiai

União Soviética encomendou assassinato do papa, diz CPI italiana

Economia do Abadá

Esse Post foi originalmente um comentário que eu dexei no Gustibus.
Leo,

Você levantou uma questão interessantíssima, afinal o carnaval de Salvador se financia basicamente com a venda dos abadás.
Quem compra os abadás, o fazem porque querem fazer parte de um grupo seleto (quanto mais caro o abadá, mais seleto o grupo), com mais segurança, mais gente bonita...
Portanto quanto maior for a segregação no Carnaval, maior é a viabilidade financeira dos blocos e de todo o carnaval que sobrevive taxando e regulando os blocos.

Agora que entra o problema, a tendência dos ultimos anos do carnaval de Salvador é a diminuição dessa segregação, por diversos motivos.
Pelo aumento de turistas de baixo orçamento não dispostos a comprar abadás, pelo aumento do circuito do carnaval (deixando quem está fora da corda com mais espaço) e pelo aumento do policiamento, tornando este espaço mais seguro.

Resumindo, a diminuição da segregação teve como resultado a diminuição dos preços dos abadás, que cairam bastante esse ano (especialmente nos ultimos dias).
Agora Leo, quem conseguir responder essa pergunta que você levantou, deve se explicá-la rapidamente a prefeitura de Salvador, que gasta uns 14 milhões com a festa e não arrecada nem 1 milhão em patrocínios.
Mas a questão que eu levanto é a seguinte, será a prefeitura vítima do seu próprio sucesso?

xxxxxxxxxxxxxxxxx

Outra coisa interessante foi aquela feirinha de abadás no Aeroclube, um quase-exemplo de concorrência perfeita, só faltava aquela parafernalha da Bovespa pra pessoas acompanharem as cotações no telão.

O Leo, tinha questionado se "essa situação é eficiente? Ou seja, dá pra melhorar a posição de alguém sem piorar o outro? ... como manter o business do carnaval na bahia sem os abadás?"
Quem souber responder...

Ninguém sergura esse Blog


Vejam quantas pessoas apareceram nesse blog, enquanto eu pulava carnaval sem atualizá-lo.

Acabou o Nosso Carnaval...

Pois é, amiguinhos, foram 6 dias de muita loucura e de muita festa. Encontro-me em um estado deplorável, gripado, com dor de garganta, com os pés inchados e doloridos, mas feliz. Sair seis dias seguidos no carnaval é uma coisa que todo mundo deveria fazer pelo menos uma vez na vida.
A cada ano o carnaval de Salvador cresce mais, além dos dois circuitos tradicionais, o pelourinho se legitimou como terceiro circuito e se ampliaram os carnavais nos bairros. Talvez por isso eu tenha achado o carnaval desse ano um pouco mais vazio (o que é bom, pois era muito apertado), e talvez pq disso também o carnaval tenha ficado muito menos violento, eu quase não vi brigas e não vi nenhum assalto.
Fiquei impressionado também, com a quantidade de turistas não estrangeiros, mas de outros estados que vieram em excursões e ficaram na pipoca, devo ter conhecido gente de uma dezena de estados.
No mais é aquilo mesmo, estou de volta ao estágio, a faculdade e ao Blog.
Se eu encontrar uma foto do carnaval eu boto aqui.