sexta-feira, junho 09, 2006

Teoria dos Jogos na Política Brazuca

"Verticalização 13: TSE recua, adota a lógica política e diz que
eleições de 2006 vão usar as regras das coligações de 2002
O TSE havia decidido aprofundar a regra da verticalização, determinando que a coligação nacional, fechada para sustentar uma candidatura à Presidência da República, teria de ser seguida obrigatoriamente nas coligações para as disputas estaduais"

Pois é, mas como eu já tinha pensado a análise a partir da teoria dos jogos, eu a escrevo assim mesmo, é o seguinte:

Dos partido principais PT e PSDB tem estratégias dominantes de tentar atrair os outros partidos para sua órbita.
PFL e PMDB são os grandes players do jogo e suas decisões afetaram todos os outros (PP, PTB, PV, PPS, PDT, PRB) por exemplo:
1- Se o PFL fechar com o PSDB, o PPS também participa da coligação atraindo provavelmente também o PDT e PV e influenciando também a escolha dos demais.
2- Agora, se o PFL não fechar com o PSDB, então nem PPS, nem PDT, nem PV, nem ninguém fecha com o PSDB, que possivelmente nem tem mais candidato a presidente pois prejudicaria em muito a eleição do partido como um todo e de Serra e Aécio em especial.

O jogo teria dois equilíbrios de Nash, ou todos os partidos citados ficavam sem apoiar nenhum candidato a presidência ou todos escolheriam um dos dois candidatos.
No primeiro caso teríamos uma disputa eleitoral praticamente sem concorrentes pro Lula e no segundo uma disputa no estilo dos EUA, com o eleitor escolhendo entre apenas dois candidatos viáveis eleitoralmente.

Um comentário:

Anônimo disse...

Me parece que a verticalização virtualiza, de fato, um quadro de baixa divergência política. Num país onde pouco se diverge em termos de gestão do aparelho estatal e muito se briga por manutenção de poder e influência, diminuir os polos de construção de planos e visões de governo parece até algo normal. E ruim, sem dúvida alguma.

Eu só não sei Feijon, se isso é forçar a barra ou admitir uma realidade. Se grande parte das divergências que haviam sobre gestão pública, como "privatizar" ou "não privatizar", ou "privatizando: de que forma", foram com o PT, embora ainda sejam pertinentes, e boa parte dos partidos, ou parlamentares melhor dizendo, não dão posições muito claras sobre o que pensam (e se dão elas parecem aindamais confusas, como é o caso do PC do B) as grandes divergências desaparecem. E fica só a briga política pelos cargos; os partidos se diferenciam muito mais por suas tradições e posições de ocupação histórica da vida do que pela forma de entender um "melhor governo".
Daí não fazer grande diferença para o "debate" se há mais ou menos partidos: o enfrentamento e a manutenção do poder dependem cada vez menos disso e da coerência das proposições nele defendidas. Depende mesmo da eficiência de cada um em descaracterizá-las para fazer as coligações.

A riqueza do debate político é pobre. Restaria à quantidade de partidos sucumbir a elas através de interesses relacionados àquelas articulações que descaracterizam o debate e priorizam os conchavos eleitoreiros. Se não foi dessa vez, quem sabe na próxima. Eu discordo, mas fazer o que(?).