Os muçulmanos xiitas do Líbano, que sempre foram marginalizadas do processo político e social da sociedade libanesa, assim como na maior parte do mundo muçulmano, passaram a se organizar. Criaram vínculos com o Irã, que é um país de absoluta maioria xiita (os xiitas representam menos de 10% dos muçulmanos do mundo) e acabaram criando uma milícia armada chamada Hizbollah. A agenda original era expulsar os invasores do Líbano. Nessa altura o Líbano, por diversas razoes, estava ocupado por dois exércitos distintos, o exército sírio e o exército israelense. A agenda do Hisbollah, contudo era somente a de expulsar os israelenses da região e isso seria comprovado posteriormente.
No ano 2000, após inúmeras baixas militares e pressão política, dentro e fora de Israel, o exército israelense finalmente retornou a suas fronteiras, apesar das críticas de muitos em Israel, sobretudo o partido direitista Likud, que colocavam que deixar o sul do Líbano nas mãos de grupos terroristas armados poderia ser novamente um erro vital no futuro. Israel então retirou suas tropas e foi assim reconhecido pela ONU que havia saído por completo do Líbano, cumprindo a resolução 425.
Para os terroristas do Hizbollah aquilo foi motivo de festa. Eles haviam mostrado e convencido os libaneses e a muitos do mundo árabe que eles foram os responsáveis por expulsarem os invasores do Líbano. O exército sírio espalhado por quase todo o país não era uma ameaça, não se via como um invasor, mas sim como um importante aliado.
A base de apoio do Hizbollah não era tímida. Esse grupo terrorista agia e ainda age em duas frentes. Na primeira, como todos sabem, na área militar recrutando e treinando combatentes e homens-bomba para atacar os inimigos e na outra, construindo e mantendo escolas, hospitais, creches e outros centros de apoio social para a população muçulmana xiita que hoje representa cerca de 40% da população libanesa.
Por: Saulo da Rocha
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