O Líbano é historicamente um país composto de diversos grupos étnicos e religiosos. Existem muitos grupos e subgrupos, contudo, quando se olha no agregado, existem basicamente os cristãos e os muçulmanos sunitas e xiitas.
Para entender os motivos que levaram a guerra civil libanesa e a participação israelense no Líbano em 1982, é importante voltar um pouco no tempo...
Após a Guerra dos Seis Dias (1967), quando os exércitos de países árabes novamente se preparavam para destruir Israel, mas novamente perderam a guerra, muitos palestinos que moravam na Cisjordânia (de 1948 até 1967 sobre controle da Jordânia) se mudaram para a Jordânia. Uma significativa parte desses palestinos que estavam na Jordânia era terrorista e em 1970 tentaram um golpe de Estado contra o Rei Hussein da Jordânia.
Em apenas uma semana a Jordânia matou dez mil palestinos como retaliação a tentativa de golpe e a situação para grande parte dos palestinos na Jordânia ficou insustentável, tal acontecimento ocorreu em setembro de 1970 e o evento ficou marcado como Setembro Negro. (Imagino que um fato tão importante como esse não seja de amplo conhecimento dos leitores, pois árabes matando árabes não vende na mídia, o que vende mesmo são judeus matando árabes).
Uma vez que essa situação estava insustentável, a liga árabe e outros países do mundo pressionaram para que algum outro país recebesse os milhares de palestinos discidentes. É evidente que nenhum país árabe da região tinha interesse em receber para si tamanho problema, mas, como o Líbano era o país mais fraco (politicamente, militarmente, geograficamente, etc.), acabou imposto que o esse país receberia os palestinos. Os países árabes não queriam receber os palestinos, tanto que a Síria não quis que os refugiados nem passassem por seu território, de modo que Israel gentilmente permitiu que os milhares de palestinos chegassem ao Líbano passando por um corredor dentro de Israel.
Por: Saulo da Rocha
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