sexta-feira, abril 22, 2005

Religião

Não existe religião progressista

No colégio tive um professor de história que era de esquerda e se recusava a dar esmola, pois este seria o papel do Estado. Nesta polemica toda sobre o papa não faltaram torcida e palpites no sentido da religião ocupar o papel inicialmente destinado ao estado e que ela se enquadrasse no politicamente correto.

Vimos com a eleição do papa um bando de gente falar que a igreja católica deveria ser voltada para o social, liberar o uso da camisinha, o casamento gay, o aborto, a ordenação de mulheres,etc... ser progressista (um elogio) ao invés de ortodoxa (um xingamento).

Não sou católico e acho que isso é problema deles e ponto final. Por sinal são poucos os católicos hoje em dia, poucos estão dispostos a seguir o que manda a religião católica, querem sim que a religião se relativize, que libere tudo que a pessoa já está fazendo e seja politicamente correta.

Ser cristão e ser católico são duas coisas distintas. Cristão é quem crê em Jesus Cristo, católico quem aceita a interpretação da igreja católica sobre os ensinamentos de Jesus. Portanto não existe “católico a seu modo” como Caludio Humes caracterizou o Lula. E boa parte dos que se consideram católicos são na verdade cristãos.

Católico não faz sexo sem fins reprodutivos e fora da instituição sagrada do casamento, quem faz este tipo de coisa deveria ou mudar seu comportamento ou deixar de ser católico, afinal a igreja católica não é uma democracia

Não existe espaço dentro do catolicismo para mudanças sérias nas doutrinas (como a teologia da libertação ou a teologia africana), quem tem uma interpretação diferente dos ensinamentos de Jesus deveria de fato fundar uma nova igreja, e muitos o fazem.

O papel da igreja católica não é o de abrir exceções e adaptar a doutrina a realidade ou aos costumes de certas regiões mas de servir de unificar os costumes das diferentes pessoas em diferentes regiões a sua interpretação dos ensinamentos de Jesus.

Moderno x Pós-moderno

Penso eu, que os tempos mudaram e a vida (urbana e pós-moderna) vai reduzir pouco a pouco a fé das pessoas nos pilares centrais das religiões modernas; cristianismo, islamismo e judaísmo.

Estas três religiões monoteístas difundem valores que levam as pessoas a terem ódio de si, ódio dos outros, a negar a carne, os desejos, as paixões, as pulsões, a vida.

Percebam que estes valores combinavam perfeitamente com as sociedades anteriores, moderna, feudal, etc... a vida urbana prega exatamente o contrario; elogia a carne, os desejos, as paixões, as pulsões, a vida.

Estamos vendo surgir uma moral e uma ética pós-cristã, pós-verdade revelada, pós-escrituras sagradas, pós-fogo do inferno.


Por: André Greve Pereira