quarta-feira, janeiro 10, 2007

Minutos de Sabedoria by Persio Arida

Sabedoria I: Déficit Público é, sim, importante
O argumento do tipo 'o déficit público não tem importância, nós precisamos aumentar o papel do Estado na economia' é um contra-senso absoluto! Tem importância, sim! Quanto menor o déficit e quanto menores os gastos do governo, melhora a distribuição de renda! Por exemplo: o governo vai fazer um hospital. Nada mais meritório. Só que, como o país está em déficit, esse hospital é financiado via emissão de moeda. Isso gera inflação, e quem paga são os trabalhadores. Foi feito algo de interesse do trabalhador, só que quem pagou foram os próprios trabalhadores.

Sabedoria II: Déficit Público gera desemprego?
Já o argumento de que cortar o déficit público gera desemprego pode ser rebatido assim: se você desincha a máquina governamental, isso gera desemprego. Só que o custo daquelas pessoas que foram desempregadas não existe mais e o governo não precisa mais emitir moeda. Isso faz com que diminua a inflação. Isso faz com que os salários das outras pessoas aumente. Quando aumenta o salário das outras pessoas, a economia se desenvolve. E dá capacidade de absorção daquelas pessoas que estão desempregadas. Aquelas pessoas que estão a mais no governo estão sendo sustentadas via inflação, que é um imposto sobre todo o resto dos trabalhadores.

Sabedoria III: Outra Reforma Agrária é possível
Vamos supor que eu vou fazer uma reforma agrária. Chego lá e desaproprio as terras dos proprietários rurais. Eu digo: isso é um absurdo. Por que é um absurdo? Vão dizer: Persio é contra a reforma agrária, Persio é conservador. Mas de onde vem o dinheiro para desapropriar as terras? Se o governo tem déficit, o dinheiro vem de emissão, gera inflação, e inflação quem paga são os trabalhadores. Claro, porque o capital está defendido. Em outras palavras: pra beneficiar os trabalhadores rurais, a reforma agrária penaliza todos os outros trabalhadores. (...) Pra fazer reforma agrária, o conceito nunca é desapropriação. O conceito é taxação proporcional ao tamanho da terra. O sujeito que tiver uma terra produtiva e consegue ter um imenso latifúndio, paga imposto e estamos conversados. O sujeito que tiver uma terra improdutiva, vai ter que vender. E aí o preço da terra baixa. E a reforma agrária é feita por mecanismo de mercado. Dentro do governo eu falava: sou contra, inclusive contra a existência do Ministério da Reforma Agrária, não tem que fazer reforma agrária, é só fazer a taxação correta...
Via Gustibus

O FUNERAL DEFINITIVO DA LRF?

1. O MP está presente em muita coisa. Até show em área pública. Mas
quanto a LRF, rigorosamente nada. No final dos mandatos em 2002, vários
governadores estouraram o artigo 46, (débitos, contas a pagar a mais que
as disponibilidades financeiras). Benedita foi um exemplo entre muitos.
O artigo 46 associado as penalidades que lhe são próprias, apontam para
até dois anos de cadeia. O MP não abriu uma ação sequer.

2. Agora os governadores do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro, do
Ceará, do Mato Grosso do Sul, abertamente, dizem que não sabem como pagar
salários e que no mínimo atrasarão uns dias. Ou seja, o artigo 46 da
LRF foi mais uma vez atropelado. Receberam restos a pagar e outros
débitos não inscritos, muito maiores que as disponibilidades financeiras.
Tudo atestado e com firma reconhecida.

3. O que fará o MP? Como 2002 a LRF estreava em relação aos
governadores, pode ser que isso explique. Mas vamos ver agora, se o MP vai
acioná-los. Se não for assim a LRF é de brincadeirinha. E não há fiscal da lei
para o que é relevante em relação aos governos.
Escrito pelo Cesar Maia

The Economist

Ganhei uma assinatura online da The Economist e vi alguns artigos interressantes:

Sobre a felicidade "Capitalism can make a society rich and keep it free. Don't ask it to make you happy as well"

Sobre a Daslu de São Paulo "This is São Paulo’s only real department store, where Chanel, Dior, bath towels and skillets can be bought at the same cash register."

terça-feira, janeiro 02, 2007

A História que eu aprendi na Escola

Nessas festas de fim de ano passei com a família de minha namorada no interior da Bahia, gastei mais de 4 horas no ônibus pra ir e outras tantas para voltar, então pensei num livrinho que fosse fácil pra ler no ônibus e me ajudasse na minha longa preparação pra prova da Anpec em outubro.

Decidi ler meu livro do colégio "História do Brasil", e fiquei impressionado com o viés esquerdista do livro, o nome do livro deveria ser "Interpretação Marxista da História Brasileira". Em diversas partes do livro os autores são tendenciosos, contando interpretações históricas polêmicas como estabelecidas, e sugerindo interpretações alternativas pra fatos consumados.

Vejam como os autores se referem ao populismo, de Vargas a João Goulart:
"Vimos também que tal política viabilizou a industrialização do país, servindo inclusive para desmobilizar os trabalhadores e submetê-los à tutela do Estado, que, agindo assim, defendia os interesses da burguesia."

Mas o mais impressionante é o que os autores escrevem no prefácio e na apresentação do livro, respectivamente:
"De fato, estes quinhentos anos assistiram a transformações mirabolantes, mas o que não tem mudado nestes cinco séculos é que a colônia, depois o país, funcionaram em favor de uma pequena minoria que esta no topo da sociedade e contra a imensa maioria da população."(o negrito é do texto original)
"Para os autores, este livro já terá valido a pena se conseguir estimular, entre vocês que estão estudando e que darão forma ao Brasil do futuro, algum debate sobre os problemas do Brasil atual, no sentido de trazer a maior participação política e de diminuir as escandalosas desigualdades do país."

Fotos by Creative Commons


Estou descobrindo o Flickr e uma coisa que me chamou atenção é a importancia que eles dão a forma de licenciamento das fotos, via diferentes formatos da creative commons.

"Mais Guerras Menos Presentes de Natal."




Cartazes dos EUA em 1943, na segunda guerra, via Rabiscos.