quinta-feira, junho 23, 2005

Golpe pra que?

O que não faltou na ultima semana foram petistas acusando, que um golpe contra seu governo estava sendo tramado. No começo dei muita risada, mas como tem muita gente que acredita nisso resolvi escrever este textinho.

Pra começar todo golpe precisa de motivos, golpe pra que? Qual atitude de Lula que desagrada tanto as elites, os banqueiros, o FMI, a Rede Globo, a ponto deles preparem um golpe?

Eu lhes respondo, nenhum.

Muito pelo contrário as elites deviam é agradecer ao Lula por fazer o que FHC não teve a “vontade política”de realizar, como o recente maior superávit primário da historia de 7,26%.

No mais o governo é a continuação do FHC em quase todas as áreas (faço ressalva a área cultural e de informática). Qual mudança de política desagrada tanto as elites na educação, ou na saúde, ou na economia, ou nos transportes, ou na área energética, ou na área ambiental, ou no campo. Qual mudança de política poderia desencadear um movimento para derrubar este governo?

Se em 64 as reformas de base assustaram a burguesia nacional, a classe média e os militares, que reformas o Lula fez ou faria para assustar estes grupos? A reforma da previdência? A reforma trabalhista? A independência do Banco Central?

Sem fatos concretos resta aos petistas reclamar do comportamento da Veja, que tenta desestabilizar o governo. Mas não é assim que funciona a democracia, ou será que deveríamos “regular” todas as revistas que tentam desestabilizar todos governos? Ou esta regra só vale pra este governo apenas?

Pois é, meus amigos, tá na hora dos petistas lançarem a campanha “Fica Lula” com a variante “Fica Lula/FMI” e mostrar que o comportamento desta oposição sim, é claramente golpista. Só não vê quem não quer.


André Greve Pereira

quinta-feira, junho 02, 2005

Software LIvre que é Sucesso

É lugar comum falar da continuidade do governo Lula em relação as políticas implantadas pelo FHC, contudo em duas áreas houveram modificações significativas em sua política na área cultural e na área de informática.

Na área de informática o governo federal, seguindo a experiência do governo de Olívio Dutra no RS, resolveu investir na difusão dos software livres (SL). O principal projeto é o recém lançado PConectado que pretende subsidiar a compra de computadores que rodem SLs até 1400 reais para famílias de baixa renda.

Mas por que os software Livres seriam importantes?

1- Economia de Custos

2- Segurança

3- Efeitos de Rede – O valor dos programas

4- Custo social de combate à pirataria

5- Inversão da propriedade intelectual – Copyleft

6- Tendência já estabelecida - O Futuro é Livre

1- Economia de Custos

Quanto custa uma licença do Windows para uma maquina? 100 reais, 200reais, 300reais... Quanto custa uma licença do pacote Oficce da Microsoft? Outros 100, 200, 300 reais... Quanto custa o sistema operacional Linux? È grátis se quiser baixar na internet, custa 10 reais na banca de revistas, ou 100 reais com manual e assistência técnica. E o pacote Office?A mesma coisa.

A economia é muito grande quando se contabiliza os custos no Brasil inteiro; veja a pesquisa da Softex/Unicamp (http://twiki.im.ufba.br/bin/view/PSL/Noticia20050428141923) que afirma:

“Estima-se que no Brasil (...) Além disso, o não pagamento de licenças pode significar uma economia de cerca de R$ 85 milhões/ ano.”

2- Segurança

Já ouviram a piada de que Atlântida era um continente que regulava suas comportas utilizando o Windows? Provavelmente não, mas a questão é a seguinte, sempre que a segurança e a estabilidade são muito importantes às empresas e instituições utilizam software livre.

Sabe o que a NASA, o Google, e 70% dos servidores na internet têm em comum, todos rodam SLs.

Para entender exatamente o que um software esta fazendo é necessário ver o seu código fonte (linhas de código) e não apenas ver o seu formato binário (ex: 01010101110) no qual os software proprietários são distribuídos.

3- Efeitos de Rede

Quanto vale um software? As teorias do valor-trabalho ou valor-utilidade explicam pouco o valor de um software, pois para ele (e para a maioria dos bens intelectuais) o seu valor é dado pela quantidade de usuários.

Quanto mais usuários o Windows tiver, mais ele vale e mais desejável ele se torna. O mesmo vale pra o Word, o MSN, o Linux, O OpenOffice. Isso significa que ao utilizar um Windows (pirata ou não) ou um Linux qualquer, a pessoa esta acrescentado valor a este software e esta incentivando seu uso.

Estes efeitos de rede explicam o porque software da mesma qualidade tem um valor menor. (Linux x Windows ou Microsoft Office x OpenOficce)

4- Custo social da Pirataria

Uma Outra conta que deve ser feita é o custo do estado em combater a pirataria. Recentemente os EUA colocaram o Brasil numa lista de paises que não respeitam a propriedade intelectual e ameaçam com retaliações comerciais, a União Européia está em vias de fazer o mesmo.

O custo de vigiar as pessoas quanto à pirataria de software é um custo, a mais, a ser arcado pelo estado. Além do mais, isso é pretexto para uma serie de tentativas de redução da liberdade; programas de troca de arquivos como o Napster são ilegais nos EUA, o próximo Windows (Longhorn) só rodará programas com certificado da Microsoft.

5- Inversão da propriedade intelectual – Copyleft

Esta é a grande sacada dos software livres (e daí o seu nome) é a inversão das licenças de propriedade intelectual, do copyright para o copyleft. Os SL são licenciados de uma forma que permite a qualquer pessoa; copiar, distribuir, vender os originais, modificar, vender versões modificadas do software, contanto que as versões modificadas também permitam todas estas liberdades.

Estas inversão na propriedade intelectual cria um circulo vicioso de difusão do conhecimento livre.

Exemplo: A Debian (grupo internacional de usuários) criou um Linux que roda direto do CD, o governo brasileiro (assim como outros paises) gostou da idéia e criou um Linux que roda do CD traduzido para o português o Kurumin. O Kurumim serviu de base para a criação de outros programas e outras distribuições Linux como o Kalango.

Mas o maior feito do copyleft é ele não se reduzir aos software, mas ser aplicado a todo o conhecimento, invertendo assim a idéia de propriedade privada que a informação tem. Exemplos de projetos de conhecimento livre são:

http://pt.wikipedia.org - Enciclopédia Livre

http://search.yahoo.com/cc - Material licenciado pela Creative Commons

6- Tendência já estabelecida - O Futuro é Livre

A internet tornou desnecessário o financiamento de um suporte físico para a reprodução e distribuição da informação. A difusão desta rede internacional criou o ambiente propício para a criação de um movimento mundial pelo conhecimento livre no qual os software livres são sua “vanguarda”.

“O sistema Linux respondeu em 2003, por 9% do mercado mundial de sistemas operacionais e a estimativa é que em 2007 seja responsável por 18%.” Softex/Unicamp

Lutar pelo software livre hoje, parece coisa de quem não tem o que fazer, mais acreditem no futuro isso fará uma diferença danada.

Por: André Greve Pereira