"Porque nosso mundo não é o mesmo de Otelo. Não se pode fazer calhambeque sem aço - e não se podem fazer tragédias sem instabilidade social. Agora o mundo é estável. O povo é feliz; todos têm o que desejam e nunca querem o que não podem ter. Sentem-se bem; estão em segurança; nunca ficam doentes; não têm medo da morte; vivem na perene ignorância da paixão e da velhice; não se afligem com pais e mães; não tem esposas, filhos nem amantes a que se apeguem com emoções violentas; são condicionados de modo a se comportarem como devem. E se alguma coisa não estiver bem, há o soma. Que você atira pela janela em nome da liberdade, Sr. Selvagem. Liberdade! - Riu. - Espera que os Deltas saibam o que é liberdade! E quer também que compreendam o Otelo! Meu bom amigo!"
Esta passagem sai da boca do diretor regional mundial, o chefão do livro de Aldous Huxley. Nele o personagem explica como a engenharia social, via condicionamento educacional e cultural, tornou as pessoas mais felizes e estáveis em detrimento da sua liberdade de escolha.
Sabe aquele ditado de que a melhor critica a um futuro proposto por alguém é a sua descrição. Pois bem, junto com 1984, este livro serve como uma otima vacina contra as engenharias sociais.
Obs: O gustibus, misteriosamente voltou a funcionar.
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