terça-feira, fevereiro 07, 2006

Robert Kurz com a palavra....


São poucos os esquerdistas que eu ainda respeito as opiniões, em geral eles ou são intelectualmente desonestos como o Emir Sader ou são inconscientemente desonestos, relativistas culturais, etc... Eu ainda leio boa parte desse povo pra saber o que eles pensam, e só. Entre os articulistas que eu respeito estão Antônio Negri, Slavoj Zizek e Robert Kurz.
Antonio Negri é italiano, é autor do livro Império no qual propõem a troca do termo imperialismo por Império e do livro Multidão no qual vai apontar as linhas de combate a esse império.
Slavoj Zizek é um filósofo esloveno que escreve regularmente no caderno Mais da Folha de SP, costuma fazer excelentes analises contemporâneas, como a do furacão Katrina e mais recentemente da Serie 24 horas que “propõe um novo padrão ético à sociedade ao admitir a tortura como algo inevitável”
Robert Kurz é um sociólogo alemão, que escreveu diversos livros entre ele o Colapso da Modernização (disponível na biblioteca da FCE-UFBA coleguinhas) e escreve também regularmente ao caderno Mais, seu ultimo texto data desse domingo, O triangulo de Cartas, vou transcrever algumas partes dele aqui;

Em toda parte do mundo a esquerda prefere retomar aos paradigmas da política tradicional, fundamentada nos estados nacionais . Por isso a globalização real ou é desmentida e ignorada ou é condenada.
E a crítica não principia pelas categorias do ‘trabalho abstrato’, da forma mercadoria, da ‘valorização do valor’ e das relações capitalistas entre os generosa sociedade mundial. Ela se limita a uma referencia superficial ao ‘capital financeiro’ e ao poder imperial externo dos EUA


(No Irã) “Os dissidentes e a esquerda são dizimados aos milhares; o novo presidente Mahmoud Ahmandinejad, fez da eliminação de Israel o seu programa e denomina de ‘mito ocidental’ a aniquilação dos judeus europeus pelos nazistas. Demonstra-se desmoralização intelectual quando Chávez aceita a loucura anti-semita e chama Ahmadinejad de ‘irmão’.

O projeto de uma aliança antiimperialista entre os países exportadores de petróleo, a ‘revolução bolivariana’ e a China, se revela inteiramente frágil quando o último elo da concatenação global é inserido na análise. Assim como a nova riqueza do petróleo depende da industrialização exportadora transnacional da China, esta depende do consumo dos EUA. Aqui se fecha o círculo. È unicamente o fluxo de exportação totalmente unilateral que atravessa o Pacífico o que sustém o pretenso crescimento.

Nenhum comentário: