Semana passada tive uma boa conversa com Saulo, meu amigo, judeu e colega de faculdade. Digo que foi uma boa conversa, porque é raro eu aprender alguma coisa depois de um debate qualquer, mas dessa vez foi diferente.
A discussão girou em torno do “anti-semitismo” que Israel sofre no mundo todo. È fácil perceber a tendência da mídia brasileira e mundial em favor dos palestinos, contudo a nossa divergência vai se dar exatamente no uso desse termo, anti-semitismo.
O anti-semitismo existe de três formas;
1- A religiosa; a minha religião está certa, portanto a sua é uma heresia que precisa ser combatida, este tipo de anti-semitismo foi muito comum até a o século XX quando se popularizou a tolerância religiosa no mundo ocidental, já no mundo islâmico esse ‘moda’ ainda não pegou.
2- A racial, baseada na idéia da hierarquia das raças, que teve no nazismo sua principal representação. Estão reaparecendo movimentos neo-nazistas, mas não tendo como alvo primordial os judeus e sim os imigrantes.
3- A política ideológica, que é a principal. Na minha opinião (não na de Saulo) a única relevante no mundo ocidental, baseada na ideologias de esquerda e portanto seria um pré-conceito laico, que não mereceria nem o titulo de anti-semitismo.
A partir da década de 60 com o alinhamento de Israel ao bloco capitalista os palestinos começam a receber o apoio do movimento comunista internacional, dentro da guerra fria a esquerda ao identificar Israel aos EUA logo o colocaram como alvo na sua cruzada anti-imperialista.
Mas o movimento esquerdista mundial vai aos poucos perdendo esse viés econômico e vai se tornando cada vez mais cultural com o abandono progressivo do marxismo em troca da defesa de hábitos progressistas. Como diria o Reinaldo Azevedo “é mais fácil encontrar um esquerdista indignado com o fato do papa não querer homossexuais na igreja do que com os juros do Palloci”
“È como se saíssem por ai implorando vocês aceitam ser nossa classe operária?” Ao encontrar uma desigualdade, uma injustiça, uma vitima, pronto têm ai uma causa, a luta se dá na mídia na cultura, na mídia de massas, de forma a monopoliza-la. Ou alguém conhecem um comentarista a favor de Bush, ou de Israel ou mesmo a contra o casamento homossexual entre católicos?
Os palestinos são a “classe operária” desses militantes da nova ordem e a birra com Israel não é anti-semitismo, é esquerdismo.
Com a palavra Saulo, via Blog ou MSN...
Obs: Quanto ao mito do papa de Hitler eu ainda acho um mito, me baseio na resenha de PriLei do livro The Mith Of Hitler Pope
Nenhum comentário:
Postar um comentário