terça-feira, fevereiro 21, 2006
É Carnaval
Pois é meus amigos, hoje é terça, amanha é quarta e eu já não trabalho, quinta já estou na rua curtindo o carnaval e só volto ao trabalho na outra quinta. Como eu atualizo este Blog, basicamente, no trabalho, provavelmente ele só voltará a ser atualizado daqui a uns 8-9 dias.
Quem não conhece pode até estranhar, mas carnaval em Salvador é assim mesmo, são 6 dias de festa, mais 1 ou 2 dias de descanso.
Este ano vou sair no Filhos de Gandhi e viva o Carnaval.
Clipping
- Via Gustibus, percebemos que a TV não faz mal as criancinhas.
- No dia em que os muçulmanos conseguirem rir de seu deus e seus profetas, terão chegado ao que convencionamos chamar de civilização
- Lula recebe R$ 3.900,00 mensais como aposentado da ditadura que, em 1980, prendeu-o por 51 dias e tomou-lhe a presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. O governo japonês paga a cada um dos 300 mil sobreviventes das bombas de Hiroshima e Nagasaki uma pensão de 1.120 dólares (R$ 2.400,00).
- Você acha que a vida é um adventure, mas ela tem momentos de RPG.
- Ainda não discuti com Guillermo, mas já li o texto de Filgueiras e estou com as idéias na cuca, depois do carnaval eu escrevo um post decente por aqui, mas posso dizer que o título deveria ser; "Análise Marxista da Histórica Recente do Brasil"
- Boxel, finalmente eu comprei o microfone, agora já podemos gravar as eventuais reuniões e fazer o Podcast de AsquintaS
- No dia em que os muçulmanos conseguirem rir de seu deus e seus profetas, terão chegado ao que convencionamos chamar de civilização
- Lula recebe R$ 3.900,00 mensais como aposentado da ditadura que, em 1980, prendeu-o por 51 dias e tomou-lhe a presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. O governo japonês paga a cada um dos 300 mil sobreviventes das bombas de Hiroshima e Nagasaki uma pensão de 1.120 dólares (R$ 2.400,00).
- Você acha que a vida é um adventure, mas ela tem momentos de RPG.
- Ainda não discuti com Guillermo, mas já li o texto de Filgueiras e estou com as idéias na cuca, depois do carnaval eu escrevo um post decente por aqui, mas posso dizer que o título deveria ser; "Análise Marxista da Histórica Recente do Brasil"
- Boxel, finalmente eu comprei o microfone, agora já podemos gravar as eventuais reuniões e fazer o Podcast de AsquintaS
"Os Alkimistas estão chegando, estão chegando os Alkimistas"
Essa turma do PSDB realmente não é pouco incompetente não, a um mês atrás estavam como favoritos e agora... Não se pode nem culpar o Alckimin e seus alkimistas, mas o José Serra e aquela cúpula tucana são realmente muito lerdos.
O Serra provocou uma briga imensa no PSDB em 2002 pra ser candidato, e hoje fica nesse "chove e não molha". Ele vai acabar fazendo a mesma bagunça este ano...
E depois dessa lambança toda, ainda querem fazer campanha sobre a competência na gestão, aiaiaiai, o pior é que faltam candidatos pra derrotar o Lula.
O Serra provocou uma briga imensa no PSDB em 2002 pra ser candidato, e hoje fica nesse "chove e não molha". Ele vai acabar fazendo a mesma bagunça este ano...
E depois dessa lambança toda, ainda querem fazer campanha sobre a competência na gestão, aiaiaiai, o pior é que faltam candidatos pra derrotar o Lula.
segunda-feira, fevereiro 20, 2006
Ainda o Debate de Olavo
Ainda não leu o debate, leia a ultima parte. Segue o trecho mais legal;
ALAOR CAFFÉ ALVES : Parece que não se percebeu claramente a lei do materialismo histórico. É que a indução do socialismo no século passado foi artificial. Não é que socialismo acabou, como você está dizendo. Ele nem começou.
OLAVO DE CARVALHO : Ah!
ALAOR CAFFÉ ALVES : Nem começou.
OLAVO DE CARVALHO : Então me enganaram o tempo todo!
ALAOR CAFFÉ ALVES : Enganaram todo o tempo. Quer dizer, isso de ver fantasmas socialistas de anos atrás por toda a parte [palavras inaudíveis], isso realmente obscurece a pessoa.
OLAVO DE CARVALHO : [Risos.]
ALAOR CAFFÉ ALVES : É preciso ter clareza disso aí. O socialismo como tal, como o próprio Marx disse, teria de fazer com que as forças produtivas avançarem de tal maneira a chegar no limite das relações sociais de produção. O fato é que até agora não se chegou aos limites do sistema. Está se percebendo agora que está começando a entrar nesse processo.
OLAVO DE CARVALHO : Puxa, que maravilha…
ALAOR CAFFÉ ALVES : A crise está começando a entrar agora.(...)Porque os limites o sistema vai ter. E está tendo já, está começando agora. Não sei quanto tempo, pode durar duzentos anos, sei lá. (...)
OLAVO DE CARVALHO : Bom, vocês sabem quantos livros foram publicados com o título de “A Crise Geral do Capitalismo”?
ALAOR CAFFÉ ALVES : Ih, muitos…
OLAVO DE CARVALHO : Milhões e milhões. Todos faziam esse diagnóstico: “Agora sacamos a crise, agora cai, e agora virá o socialismo.” E quando se diz que muita água vai correr, não: muito sangue ainda vai correr. Matar cem milhões não foi o bastante.(...)
ALAOR CAFFÉ ALVES : Parece que não se percebeu claramente a lei do materialismo histórico. É que a indução do socialismo no século passado foi artificial. Não é que socialismo acabou, como você está dizendo. Ele nem começou.
OLAVO DE CARVALHO : Ah!
ALAOR CAFFÉ ALVES : Nem começou.
OLAVO DE CARVALHO : Então me enganaram o tempo todo!
ALAOR CAFFÉ ALVES : Enganaram todo o tempo. Quer dizer, isso de ver fantasmas socialistas de anos atrás por toda a parte [palavras inaudíveis], isso realmente obscurece a pessoa.
OLAVO DE CARVALHO : [Risos.]
ALAOR CAFFÉ ALVES : É preciso ter clareza disso aí. O socialismo como tal, como o próprio Marx disse, teria de fazer com que as forças produtivas avançarem de tal maneira a chegar no limite das relações sociais de produção. O fato é que até agora não se chegou aos limites do sistema. Está se percebendo agora que está começando a entrar nesse processo.
OLAVO DE CARVALHO : Puxa, que maravilha…
ALAOR CAFFÉ ALVES : A crise está começando a entrar agora.(...)Porque os limites o sistema vai ter. E está tendo já, está começando agora. Não sei quanto tempo, pode durar duzentos anos, sei lá. (...)
OLAVO DE CARVALHO : Bom, vocês sabem quantos livros foram publicados com o título de “A Crise Geral do Capitalismo”?
ALAOR CAFFÉ ALVES : Ih, muitos…
OLAVO DE CARVALHO : Milhões e milhões. Todos faziam esse diagnóstico: “Agora sacamos a crise, agora cai, e agora virá o socialismo.” E quando se diz que muita água vai correr, não: muito sangue ainda vai correr. Matar cem milhões não foi o bastante.(...)
Burguesia, Gramsci e a Ampla Dominação Ideológica da Sociedade
Tive uma boa conversa sobre economia com Guillermo ontem, poderia dizer que temos opiniões quase que opostas em diversos assuntos, o que torna interessante a oportunidade de se compreender o outro lado.
Meu amigo considera de esquerda quem defende na prática uma melhor redistribuição de renda na sociedade, incluindo entre os que defendem uma maior concentração de renda (a direita) a grande maioria dos políticos brasileiros (PT inclusive) e metade dos professores da faculdade.
Outro dia continuaremos nosso debate, até lá pretendo pegar um dia pra analisar a evolução da concentração de renda no Brasil e ler o texto do Luiz Filgueiras que ele me repassou por email, provavelmente este texto vai me ajudar mais a entender o pensamento esquerdista do que o neoliberalismo no Brasil (o tema do texto) porque o texto se insere numa discussão de ótica claramente esquerdista, buscando debater mais o peleguismo do Lula do que o neoliberalismo em si, fora os pressuposto que o texto tem e eu não concordo, vejam o trecho abaixo:
“5- A incapacidade da burguesia brasileira, com o seu projeto neoliberal, de obter um amplo consenso na sociedade (de ser hegemônica no sentido gramsciano) e, como conseqüência, ter que se defrontar, permanentemente, com sucessivas crises políticas. A razão mais geral desse fenômeno se deve ao fato de que, no atual período histórico, as classes dominantes e seus governos não se obrigam a fazer qualquer tipo de concessão às classes trabalhadoras, às exigências dos de baixo (Teixeira, 2003). E isto ocorre, apesar dela exercer uma ampla dominação ideológica na sociedade, evidenciando uma grande capacidade de disseminação dos valores básicos da doutrina neoliberal.”
Burguesia, Gramsci, ampla dominação ideológica da sociedade, aiaiaiai
Das duas uma, ou a burguesia é neoliberal ou ela exerce uma ampla dominação ideológica da sociedade, por que se tivesse os dois, não iam governar que nem FHC e o Lula não.
Meu amigo considera de esquerda quem defende na prática uma melhor redistribuição de renda na sociedade, incluindo entre os que defendem uma maior concentração de renda (a direita) a grande maioria dos políticos brasileiros (PT inclusive) e metade dos professores da faculdade.
Outro dia continuaremos nosso debate, até lá pretendo pegar um dia pra analisar a evolução da concentração de renda no Brasil e ler o texto do Luiz Filgueiras que ele me repassou por email, provavelmente este texto vai me ajudar mais a entender o pensamento esquerdista do que o neoliberalismo no Brasil (o tema do texto) porque o texto se insere numa discussão de ótica claramente esquerdista, buscando debater mais o peleguismo do Lula do que o neoliberalismo em si, fora os pressuposto que o texto tem e eu não concordo, vejam o trecho abaixo:
“5- A incapacidade da burguesia brasileira, com o seu projeto neoliberal, de obter um amplo consenso na sociedade (de ser hegemônica no sentido gramsciano) e, como conseqüência, ter que se defrontar, permanentemente, com sucessivas crises políticas. A razão mais geral desse fenômeno se deve ao fato de que, no atual período histórico, as classes dominantes e seus governos não se obrigam a fazer qualquer tipo de concessão às classes trabalhadoras, às exigências dos de baixo (Teixeira, 2003). E isto ocorre, apesar dela exercer uma ampla dominação ideológica na sociedade, evidenciando uma grande capacidade de disseminação dos valores básicos da doutrina neoliberal.”
Burguesia, Gramsci, ampla dominação ideológica da sociedade, aiaiaiai
Das duas uma, ou a burguesia é neoliberal ou ela exerce uma ampla dominação ideológica da sociedade, por que se tivesse os dois, não iam governar que nem FHC e o Lula não.
domingo, fevereiro 19, 2006
As Leis De Gustibus
Primeira Lei de Gustibus da Qualidade do Governo e Desenvolvimento
" Se o prédio mais alto da sua cidade é ocupado pelo setor público, você vive em um lugar atrasado."
Corolário
" A quantidade relativa de vidro fumê nos prédios públicos em relação às construções privadas é inversamente proporcional à qualidade das instituições."
A Primeira Lei de Gustibus das Formaturas:
"A seriedade da cerimônia é, ceteris paribus, inversamente proporcional a do curso"
" Se o prédio mais alto da sua cidade é ocupado pelo setor público, você vive em um lugar atrasado."
Corolário
" A quantidade relativa de vidro fumê nos prédios públicos em relação às construções privadas é inversamente proporcional à qualidade das instituições."
A Primeira Lei de Gustibus das Formaturas:
"A seriedade da cerimônia é, ceteris paribus, inversamente proporcional a do curso"
sexta-feira, fevereiro 17, 2006
Um Verdadeiro Debate
A maioria dos 'debates' que participei não eram debates, pois um debate pressupõem divergência de opiniões... Ai distribuem aqueles e-mails convocando os alunos para 'um debate sobre o neo-liberalismo'... já viu né
Pois bem, encontrei um debate incrivel na net entre o Olavo de Carvalho e Alaor Caffé Alves realizado na USP em 2003. O debate está imperdivel, ele esta divido em 4 partes, 01, 02, 03 e 04.
Pois bem, encontrei um debate incrivel na net entre o Olavo de Carvalho e Alaor Caffé Alves realizado na USP em 2003. O debate está imperdivel, ele esta divido em 4 partes, 01, 02, 03 e 04.
Sobre Vinícius
Dialética
É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...
Montevidéu, 1960
(Vinícius de Moraes)
A poesia de Vinícius de Moraes me chegou através de sua música. Em busca de Maria Bethânia encontrei na casa do nosso querido Feijão (André) um cd que, hoje, posso dizer que mudou minha vida. Me introduziu à poesia. No Cd em que Bethânia canta músicas de Vinícius ela também recita alguns poemas seus bem bonitos, e que me levaram a ler o “Obras Completas” do Vinícius – também conseguido com Feijão -, que contém quase tudo em termos do que ele realizou em termos de escrita poética durante sua vida.
Vou tentar expor aqui o que compreendi com as leituras de veraneio.
Bem, a poesia de Vinícius se interliga em uníssono com os princípios de sua própria vida. Podemos dizer sem medo que ele escreveu as marcações de seu coração em versos; deu à escrita o privilégio de testemunhar as suas dores de amor, a vida que partiu de tanto sofrer e penar por amor.
E sua proximidade com o sofrer é algo central na obra. O poeta acredita que na vida é preciso sofrer para presenciar os maiores prazeres que ela pode proporcionar. E o sofrer neste ponto não é apenas um oposto à felicidade, seja ela momentânea ou eterna: a felicidade tem algo de sofrimento. Tome-se aí a “Dialética”, poema que transcrevi no início do texto, ou mesmo em “Como Dizia o Poeta”, transcrito por Feijão em um dos posts do blog. Acredito que esta característica de sua poesia seja resultado mesmo de sua proximidade com as raízes brasileiras. Nenhum povo é mais conhecido por tirar alegria e vida da tristeza do que o nosso.
Vejamos um belíssimo soneto que também expressa bem este espírito.
O verbo no infinito
Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar
Para poder nutrir-se; e despertar
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.
E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito
E esquecer tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito...
Rio de Janeiro, 1960
Toda esta áurea poética dialoga também de uma forma bastante interessante com a sua vida pessoal.
Nos seus nove casamentos e amores afins, Vinícius sempre disse buscar a felicidade. Para ele a felicidade estava no amor, e só se podia ser feliz amando alguém. Só que ele mesmo se dizia uma pessoa triste. Isso porque a felicidade era para ele muito mais uma busca do que um lugar em que chegar. Ser feliz talvez fosse para ele buscar a felicidade sem nunca ter a pretensão de encontra-la definitivamente, pois na vida há também as dores de amor e o sofrimento que fazem parte de sua essência e correspondem a um momento belíssimo e de grande valia para o próprio viver.
Este talvez seja apenas um resultado de toda a sua vivência poética, que na verdade é bastante rica e foge a minha capacidade de síntese ou mesmo compreensão. Até porque, se já é difícil falar sobre um poeta, e grande como ele, com pouco conhecimento então...
Mas fica o registro. Quem nunca leu poesia (como eu) e quiser começar com o Vinícius, terá começado muito bem. Quem não quiser começar ainda pode curtir a música dele, que passa muito em todo este universo simbólico-poético sem tirar nem por.
Rodrigo Lessa
É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...
Montevidéu, 1960
(Vinícius de Moraes)
A poesia de Vinícius de Moraes me chegou através de sua música. Em busca de Maria Bethânia encontrei na casa do nosso querido Feijão (André) um cd que, hoje, posso dizer que mudou minha vida. Me introduziu à poesia. No Cd em que Bethânia canta músicas de Vinícius ela também recita alguns poemas seus bem bonitos, e que me levaram a ler o “Obras Completas” do Vinícius – também conseguido com Feijão -, que contém quase tudo em termos do que ele realizou em termos de escrita poética durante sua vida.
Vou tentar expor aqui o que compreendi com as leituras de veraneio.
Bem, a poesia de Vinícius se interliga em uníssono com os princípios de sua própria vida. Podemos dizer sem medo que ele escreveu as marcações de seu coração em versos; deu à escrita o privilégio de testemunhar as suas dores de amor, a vida que partiu de tanto sofrer e penar por amor.
E sua proximidade com o sofrer é algo central na obra. O poeta acredita que na vida é preciso sofrer para presenciar os maiores prazeres que ela pode proporcionar. E o sofrer neste ponto não é apenas um oposto à felicidade, seja ela momentânea ou eterna: a felicidade tem algo de sofrimento. Tome-se aí a “Dialética”, poema que transcrevi no início do texto, ou mesmo em “Como Dizia o Poeta”, transcrito por Feijão em um dos posts do blog. Acredito que esta característica de sua poesia seja resultado mesmo de sua proximidade com as raízes brasileiras. Nenhum povo é mais conhecido por tirar alegria e vida da tristeza do que o nosso.
Vejamos um belíssimo soneto que também expressa bem este espírito.
O verbo no infinito
Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar
Para poder nutrir-se; e despertar
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.
E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito
E esquecer tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito...
Rio de Janeiro, 1960
Toda esta áurea poética dialoga também de uma forma bastante interessante com a sua vida pessoal.
Nos seus nove casamentos e amores afins, Vinícius sempre disse buscar a felicidade. Para ele a felicidade estava no amor, e só se podia ser feliz amando alguém. Só que ele mesmo se dizia uma pessoa triste. Isso porque a felicidade era para ele muito mais uma busca do que um lugar em que chegar. Ser feliz talvez fosse para ele buscar a felicidade sem nunca ter a pretensão de encontra-la definitivamente, pois na vida há também as dores de amor e o sofrimento que fazem parte de sua essência e correspondem a um momento belíssimo e de grande valia para o próprio viver.
Este talvez seja apenas um resultado de toda a sua vivência poética, que na verdade é bastante rica e foge a minha capacidade de síntese ou mesmo compreensão. Até porque, se já é difícil falar sobre um poeta, e grande como ele, com pouco conhecimento então...
Mas fica o registro. Quem nunca leu poesia (como eu) e quiser começar com o Vinícius, terá começado muito bem. Quem não quiser começar ainda pode curtir a música dele, que passa muito em todo este universo simbólico-poético sem tirar nem por.
Rodrigo Lessa
Um Bom Debate
Cada vez, eu me convenso mais disso, mais uma do http://rrrrrrrrrrrrrnnnnnnnnnnhhhh.blogspot.com/ e do Gropius
quinta-feira, fevereiro 16, 2006
quarta-feira, fevereiro 15, 2006
Como Dizia o Poeta
Esta Musiquinha de Vinicius tem insights interessantes;
"mesmo o amor que não compensa, é melhor que a solidão"
"pra que somar se a gente pode dividir"
"mesmo o amor que não compensa, é melhor que a solidão"
"pra que somar se a gente pode dividir"
Contando Visitantes
Passei por maus bocados tentando colocar um contador de visitantes decente nesse blog, devo ter gasto umas 5 horas nessa tarefa, não sei se ele esta funcionando perfeitamente e já deixei uma marca (/body>) no canto esquerdo da tela que não sei como vou tirar.
Mas ao ver ele funcionando eu fico maravilhado, ver como os visitantes encontram o Blog é super legal.
Esses três estavam no Google procurando; um livro do Onfray, o choque de civilizações, o existencialismo e me acharam. Este outro veio do André Lopes, meu xará, que tem Blog muito legal.
Mas ao ver ele funcionando eu fico maravilhado, ver como os visitantes encontram o Blog é super legal.
Esses três estavam no Google procurando; um livro do Onfray, o choque de civilizações, o existencialismo e me acharam. Este outro veio do André Lopes, meu xará, que tem Blog muito legal.
terça-feira, fevereiro 14, 2006
Como Combater os Jihadistas?
Tenho poucos assuntos em comum com Saulo, mas sempre que conversamos sobre Israel, judeus, terrorismo... eu aprendo um bocado. Ontem convidei ele pra participar deste do blog, ele topou, mas não sei se vai chegar de fato a participar.
Na nossa conversa chegamos a uma nova discordância com relação ao futuro. Existe uma tendência clara ao crescimento do terrorismo e ao “choque de civilizações”, contudo eu acredito que essa tendência vai se reverter nos próximos anos, já Saulo acredita no aprofundamento da mesma.
Nestas discussões o que me deixa mais curioso é o processo interno de luta islâmica, entre os radicais e os moderados, entre os jihadistas e os pragmáticos. A questão central, pra mim, seria como apoiar os moderados, como evitar a expansão do jihadismo.
A única resposta que me vem a mente é o capitalismo, nada melhor que o capitalismo para promover o individualismo e diminuir o apelo dessa ideologias coletivistas. Foi ele que reduziu a influência do cristianismo/judaísmo na sociedade ocidental, é ele que vai reduzir a influências dos radicais islâmicos na sociedade oriental.
Mas ai entramos em outro ponto, como o ocidente pode promover o capitalismo (e conseqüentemente o desenvolvimento econômico) sem que esses recursos sejam utilizados contra o próprio ocidente?
Clipping
- Estou aqui testando meu novo nome, que deve aparecer ai em embaixo. Dado que apareceu alguem disposto a postar por aqui também, portanto é bom eu começar a me identificar. Em breve novas mudanças neste Blog. Technorati Profile
- Acabei de assistir, Wolf Creek, mas que filme insano, estilo terror mesmo. Me leva a pensar, sobre o que fazemos quando não tem ninguem olhando e a compreender aquela frase do inicio da colonização "não há pecado abaixo da linha do equador".
- Semana passada apliquei umas provas do Projovem, uma na Liberdade e outra em Sussuarana, duas coisas me impressionaram;
Como tem gente na rua nesses bairros a noite, eu me senti mais seguro do que no centro da cidade.
Entre as "alunas" que tive, umas 20, duas estavam grávidas.
- Acabei de assistir, Wolf Creek, mas que filme insano, estilo terror mesmo. Me leva a pensar, sobre o que fazemos quando não tem ninguem olhando e a compreender aquela frase do inicio da colonização "não há pecado abaixo da linha do equador".
- Semana passada apliquei umas provas do Projovem, uma na Liberdade e outra em Sussuarana, duas coisas me impressionaram;
Como tem gente na rua nesses bairros a noite, eu me senti mais seguro do que no centro da cidade.
Entre as "alunas" que tive, umas 20, duas estavam grávidas.
segunda-feira, fevereiro 13, 2006
Economia do Conflito
Via Gustibus fiquei conhecendo o economista recém-falecido Jack Hirshleifer, que deu esta entrevista, segue um trecho.
W.P: Fine. I don’t know if this is a sensitive point for you or for Americans in general, but is there anything you would like to say regarding the recent terrorist attacks to the U.S.? How do you interpret that from your perspective?
J.H: Yes, that is quite interesting. I have a recent paper on appeasement in the American Economic Review . Sometimes we hear or we read in history that it never pays to appease an aggressor. Before World War II, at Munich, British Prime Minister Neville Chamberlain was trying to appease Hitler to say, “oh, I will give you this, I will give you that, then you’ll be satisfied, we hope, and we will not have a war”. Whereas, Winston Churchill, said, “no, no, it will not work”, and of course Churchill was absolutely right. Now the question is how general is that? Is it always true that you should never appease someone who is hostile to you? Or might it be the case that sometimes appeasing might make sense? This paper in the American Economic Review says, yes, there are circumstances where it might make sense. Nevertheless even though there are circumstances in which appeasement might make sense, they did not apply to Hitler. So Churchill was right, but that doesn’t mean that it’s absolutely always right, never, never to appease. Here is the key idea. Assume the other party is hostile. Even so, it might pay to appease him if, by making him richer, he becomes less hostile. The point is that as he gets wealthier, he will devote less effort to attacking you, then it might pay to buy him off. But, if, when he gets wealthier, he will devote more effort to attacking you, then it goes the other way. So, in the case of Hitler, Chamberlain thought: well, he’s really not a very nice man, but it could be that if we make him more powerful or wealthier, then he’ll realize that it makes sense not to go to war. Whereas Churchill thought that would be giving him the resources with which to buy weapons and attack us more. In my opinion that’s the situation here also. Let’s say we’re talking now about anti-American extremists or Islamic extremists, are they people who can be bought off? My own belief: no, they can’t. I don’t think this is a case where appeasement pays. Appeasement can sometimes pay, but I’d say no, not in this case. I don’t think these are people who can be bought off. So, going easy on them, giving them more resources, in my opinion, is not going to work.
W.P: Fine. I don’t know if this is a sensitive point for you or for Americans in general, but is there anything you would like to say regarding the recent terrorist attacks to the U.S.? How do you interpret that from your perspective?
J.H: Yes, that is quite interesting. I have a recent paper on appeasement in the American Economic Review . Sometimes we hear or we read in history that it never pays to appease an aggressor. Before World War II, at Munich, British Prime Minister Neville Chamberlain was trying to appease Hitler to say, “oh, I will give you this, I will give you that, then you’ll be satisfied, we hope, and we will not have a war”. Whereas, Winston Churchill, said, “no, no, it will not work”, and of course Churchill was absolutely right. Now the question is how general is that? Is it always true that you should never appease someone who is hostile to you? Or might it be the case that sometimes appeasing might make sense? This paper in the American Economic Review says, yes, there are circumstances where it might make sense. Nevertheless even though there are circumstances in which appeasement might make sense, they did not apply to Hitler. So Churchill was right, but that doesn’t mean that it’s absolutely always right, never, never to appease. Here is the key idea. Assume the other party is hostile. Even so, it might pay to appease him if, by making him richer, he becomes less hostile. The point is that as he gets wealthier, he will devote less effort to attacking you, then it might pay to buy him off. But, if, when he gets wealthier, he will devote more effort to attacking you, then it goes the other way. So, in the case of Hitler, Chamberlain thought: well, he’s really not a very nice man, but it could be that if we make him more powerful or wealthier, then he’ll realize that it makes sense not to go to war. Whereas Churchill thought that would be giving him the resources with which to buy weapons and attack us more. In my opinion that’s the situation here also. Let’s say we’re talking now about anti-American extremists or Islamic extremists, are they people who can be bought off? My own belief: no, they can’t. I don’t think this is a case where appeasement pays. Appeasement can sometimes pay, but I’d say no, not in this case. I don’t think these are people who can be bought off. So, going easy on them, giving them more resources, in my opinion, is not going to work.
sábado, fevereiro 11, 2006
5 - O Ócio Criativo
Este livro é uma longa entrevista com o sociólogo italiano Domenico de Masi.
Sua tese central é que estamos caminhando rumo a uma sociedade pós-industrial no qual as pessoas trabalharão cada vez menos e ai entra a necessidade das pessoas se prepararem para este tempo livre, de romper com o modelo de idolatria ao trabalho vigente na nossa sociedade e propor um esquema em que lazer, estudo e trabalho sejam simultâneos.
O Livro é bom, apesar de grande demais, os primeiros e os últimos capítulos são excelentes. Nos primeiros eles mostra como chegamos aonde chegamos;
"O dinossauro era perfeito já na origem, já sabia se mover, já sabia obter alimentom sozinho e, portanto, os genitores o abandonavam à propria sorte. O ser humano, ao contrário - e, eis aqui novamente o elogio da imperfeição - nasce indefeso. Se não fosse socorrido, morreria em poucas horas.
Contudo, a sua fraqueza se transforma na sua força, pois a assistência biológica que se dá ao seu desenvolvimento durante tanto tempo implica também a aculturação do indivíduo... E somos os únicos animais que não recomeçam sempre do ínicio, mas que, além das caracteristicas hereditárias e do saber instintivo, recebem dos adultos o saber cultural."
Nos últimos capítulos, ele conclui sua tese demonstrando a importância de se educar para o ócio;
"O ócio pode trasformar-se em violência, neurose, vício e preguiça, mas pode também elevar-se para a arte, a criatividade e a liberdade. É no tempo livre que passamosa maior parte de nossos dias e é nele que devemos concentrar nossa potencialidades."
"Educar significa enriquecer as coisas de significado, como dizia Dewey. Quanto mais educado você for, mais significados você descobre nas coisas.(...)
Educar para o ócio significa ensinar a escolher um filme, uma peça de teatro, um livro. Ensinar como se pode estar bem sozinho, consigo mesmo, (...) A grande maioria das pessoas não sabe como se distrair nem como descansar. Quando tem tempo, se entedia. Quando chea a noite, se entoca em casa como se as horas noturnas pudessem pertencer a um reino só de pecados e não de liberdade."
quinta-feira, fevereiro 09, 2006
Meu Colégio é Melhor que o Seu
Mesmo quando eu era um esquerdista puro-sangue, eu nunca consegui entender direito porque nós brigávamos tanto contra o Provão. Eu sempre achei que ele respondia uma boa pergunta, “de onde saem os melhores estudantes?” e não via mal nenhum nisso.
A FCE-UFBA foi avaliada no provão com seguidos “As”, com exceção do primeiro ano quando houve um boicote a essa avaliação. Recordo-me de quando coloquei um papel com estes números mostrando que estudávamos na melhor faculdade da Bahia e um ex-colega de chapa do DCE veio conversar comigo pra me “conscientizar” sobre o que eu havia feito. O movimento estudantil que participei era convictamente contra esse tipo de avaliação, ela era mercadológica, neoliberal, serviria a interesses escusos.
O Lula e seus ministros da educação, sempre se encaixaram dentro dessa idéia, eles cancelaram o Provão e colocaram no lugar uma outra avaliação que não responde a nenhuma pergunta objetiva, que tem pouca utilidade prática, que não seria mercadológica, neoliberal, nem serviria a interesses escusos.
Pois bem, não é que hoje a Folha de São Paulo estampa em matéria de capa o resultado do Enem por escola, isto é qual a média que os alunos de cada escola tiveram no Enem.
Descobrimos que a melhor escola de São Paulo ficou com média 78,60 e custa R$ 1.700 por mês, que a melhor escola de Salvador é o Anglo Brasileiro com média de 75,63.
Eu encontrei até o colégio em que estudei na lista, ele obteve média de 67,35, vá lá e encontre o seu também no site www.inep.gov.br
Não sei quanto custa a mensalidade do Anglo Brasileiro, mas acho que este ano deve aumentar o numero de matriculados, graças ao aval “mercadológico” do Lula.
Mas se você, como eu, não vê problemas no MEC responder a esta pergunta “onde estão os melhores estudantes do nível médio?”, então nos cabe louvar esta atitude e perguntar porque não deveríamos saber “onde estão os melhores estudantes universitários?”
Eu realmente não entendo esse governo.
A FCE-UFBA foi avaliada no provão com seguidos “As”, com exceção do primeiro ano quando houve um boicote a essa avaliação. Recordo-me de quando coloquei um papel com estes números mostrando que estudávamos na melhor faculdade da Bahia e um ex-colega de chapa do DCE veio conversar comigo pra me “conscientizar” sobre o que eu havia feito. O movimento estudantil que participei era convictamente contra esse tipo de avaliação, ela era mercadológica, neoliberal, serviria a interesses escusos.
O Lula e seus ministros da educação, sempre se encaixaram dentro dessa idéia, eles cancelaram o Provão e colocaram no lugar uma outra avaliação que não responde a nenhuma pergunta objetiva, que tem pouca utilidade prática, que não seria mercadológica, neoliberal, nem serviria a interesses escusos.
Pois bem, não é que hoje a Folha de São Paulo estampa em matéria de capa o resultado do Enem por escola, isto é qual a média que os alunos de cada escola tiveram no Enem.
Descobrimos que a melhor escola de São Paulo ficou com média 78,60 e custa R$ 1.700 por mês, que a melhor escola de Salvador é o Anglo Brasileiro com média de 75,63.
Eu encontrei até o colégio em que estudei na lista, ele obteve média de 67,35, vá lá e encontre o seu também no site www.inep.gov.br
Não sei quanto custa a mensalidade do Anglo Brasileiro, mas acho que este ano deve aumentar o numero de matriculados, graças ao aval “mercadológico” do Lula.
Mas se você, como eu, não vê problemas no MEC responder a esta pergunta “onde estão os melhores estudantes do nível médio?”, então nos cabe louvar esta atitude e perguntar porque não deveríamos saber “onde estão os melhores estudantes universitários?”
Eu realmente não entendo esse governo.
Dúvida Cruel
Quais são as diferenças entre;
A Teoria Crítica, da Escola de Frankfurt
O Desconstrutivismo
A Transvalorização dos Valores, de Nietzsche
O Hedonismo, como filosofia coletiva
A Teoria Crítica, da Escola de Frankfurt
O Desconstrutivismo
A Transvalorização dos Valores, de Nietzsche
O Hedonismo, como filosofia coletiva
Filmes, Macarthismo e Livre Mercado
Está em cartaz um novo filme-denúncia do Macarthismo, Boa Noite e Boa Sorte, com George Clooney. Eu anda não vi ele, nem nenhum filme do Oscar, por falta de tempo, mas assistirei.
Aproveito este filme político para mostrar alguns textos que li recentemente, e perguntar a quem serve (política-ideologicamente) estes filmes
O site do PSTU tem uma parte cultural riquíssima, veja a opinião da esquerda anaeróbia (obs: tem que clicar na parte cultural, eles não trabalham com pemanentlinks)
O pessoal da direita falou sobre o tema, veja a opinião de Danniel Sant'anna
Depois desses textos é possível perceber que (especialmente em para os padrões dos EUA) os filmes passam mensagens subliminares hegemonicamente de esquerda, dá-lhe Gramsci.
Aproveitando o assunto vejam a analise de Milton Friedman sobre o Macarthismo, via Gustibus
Em 1962, escreveu Friedman:
Entirely aside from the substantive issues involved [in McCarthyism], and the merits of the charges made, what protection did individuals, and in particular government employees, have against irresponsible accusations and probings into matters that it went against their conscience to reveal? Thei appeal to the Fifth Amendment would have been a hollow mockery without an alternative to government employment.
Their fundamental protection was the existence of a private-market economy in which they could earn a living. Here again, the protection was not absolute.
(...)
It is of interest to note that a disproportionately large fraction of the people involved apparently went into the most competitive sectors of the economy - small business, trade, farming - where the market approaches most closely the ideal free market. (...) This illustrates how an impersonal market separates economic activties from political views and protect men from being discriminated against in their economic activities for reasons that are irrelevant to their productivity - whether these reasons are associated with their views or their colors. [Capitalism and Freedom, p.21]
quarta-feira, fevereiro 08, 2006
Clipping
- Ainda não viu as charges de Maomé? Clique aqui. O melhor artigo que li sobre o assunto foi o do Fábios Santos.
- Este Blog passou a marca dos 500 pageviews e foi linkado pelo Blog portugues Puraeconomia
- Meu priminho, Vitor, passou em Mecatrônica na USP.
- Este Blog passou a marca dos 500 pageviews e foi linkado pelo Blog portugues Puraeconomia
- Meu priminho, Vitor, passou em Mecatrônica na USP.
terça-feira, fevereiro 07, 2006
Este é o "irmão" do Chavez
UE critica Irã por boicote a produtos dinamarqueses
15h29 — A União Européia (UE) criticou a decisão de Teerã de boicotar o comércio com a Dinamarca por causa da publicação de charges do profeta Maomé em jornais do país escandinavo. Para o porta-voz Johannes Laitenberger, a decisão não é a melhor maneira para resolver a questão e prejudica os interesses econômicos das partes envolvidas. “Um boicote dos bens dinamarqueses é por definição é um boicote aos bens europeus.”
15h29 — A União Européia (UE) criticou a decisão de Teerã de boicotar o comércio com a Dinamarca por causa da publicação de charges do profeta Maomé em jornais do país escandinavo. Para o porta-voz Johannes Laitenberger, a decisão não é a melhor maneira para resolver a questão e prejudica os interesses econômicos das partes envolvidas. “Um boicote dos bens dinamarqueses é por definição é um boicote aos bens europeus.”
Robert Kurz com a palavra....
São poucos os esquerdistas que eu ainda respeito as opiniões, em geral eles ou são intelectualmente desonestos como o Emir Sader ou são inconscientemente desonestos, relativistas culturais, etc... Eu ainda leio boa parte desse povo pra saber o que eles pensam, e só. Entre os articulistas que eu respeito estão Antônio Negri, Slavoj Zizek e Robert Kurz.
Antonio Negri é italiano, é autor do livro Império no qual propõem a troca do termo imperialismo por Império e do livro Multidão no qual vai apontar as linhas de combate a esse império.
Slavoj Zizek é um filósofo esloveno que escreve regularmente no caderno Mais da Folha de SP, costuma fazer excelentes analises contemporâneas, como a do furacão Katrina e mais recentemente da Serie 24 horas que “propõe um novo padrão ético à sociedade ao admitir a tortura como algo inevitável”
Robert Kurz é um sociólogo alemão, que escreveu diversos livros entre ele o Colapso da Modernização (disponível na biblioteca da FCE-UFBA coleguinhas) e escreve também regularmente ao caderno Mais, seu ultimo texto data desse domingo, O triangulo de Cartas, vou transcrever algumas partes dele aqui;
“Em toda parte do mundo a esquerda prefere retomar aos paradigmas da política tradicional, fundamentada nos estados nacionais . Por isso a globalização real ou é desmentida e ignorada ou é condenada.
E a crítica não principia pelas categorias do ‘trabalho abstrato’, da forma mercadoria, da ‘valorização do valor’ e das relações capitalistas entre os generosa sociedade mundial. Ela se limita a uma referencia superficial ao ‘capital financeiro’ e ao poder imperial externo dos EUA”
(No Irã) “Os dissidentes e a esquerda são dizimados aos milhares; o novo presidente Mahmoud Ahmandinejad, fez da eliminação de Israel o seu programa e denomina de ‘mito ocidental’ a aniquilação dos judeus europeus pelos nazistas. Demonstra-se desmoralização intelectual quando Chávez aceita a loucura anti-semita e chama Ahmadinejad de ‘irmão’.”
“O projeto de uma aliança antiimperialista entre os países exportadores de petróleo, a ‘revolução bolivariana’ e a China, se revela inteiramente frágil quando o último elo da concatenação global é inserido na análise. Assim como a nova riqueza do petróleo depende da industrialização exportadora transnacional da China, esta depende do consumo dos EUA. Aqui se fecha o círculo. È unicamente o fluxo de exportação totalmente unilateral que atravessa o Pacífico o que sustém o pretenso crescimento.”
segunda-feira, fevereiro 06, 2006
Judeus e o Anti-semitismo
Semana passada tive uma boa conversa com Saulo, meu amigo, judeu e colega de faculdade. Digo que foi uma boa conversa, porque é raro eu aprender alguma coisa depois de um debate qualquer, mas dessa vez foi diferente.
A discussão girou em torno do “anti-semitismo” que Israel sofre no mundo todo. È fácil perceber a tendência da mídia brasileira e mundial em favor dos palestinos, contudo a nossa divergência vai se dar exatamente no uso desse termo, anti-semitismo.
O anti-semitismo existe de três formas;
1- A religiosa; a minha religião está certa, portanto a sua é uma heresia que precisa ser combatida, este tipo de anti-semitismo foi muito comum até a o século XX quando se popularizou a tolerância religiosa no mundo ocidental, já no mundo islâmico esse ‘moda’ ainda não pegou.
2- A racial, baseada na idéia da hierarquia das raças, que teve no nazismo sua principal representação. Estão reaparecendo movimentos neo-nazistas, mas não tendo como alvo primordial os judeus e sim os imigrantes.
3- A política ideológica, que é a principal. Na minha opinião (não na de Saulo) a única relevante no mundo ocidental, baseada na ideologias de esquerda e portanto seria um pré-conceito laico, que não mereceria nem o titulo de anti-semitismo.
A partir da década de 60 com o alinhamento de Israel ao bloco capitalista os palestinos começam a receber o apoio do movimento comunista internacional, dentro da guerra fria a esquerda ao identificar Israel aos EUA logo o colocaram como alvo na sua cruzada anti-imperialista.
Mas o movimento esquerdista mundial vai aos poucos perdendo esse viés econômico e vai se tornando cada vez mais cultural com o abandono progressivo do marxismo em troca da defesa de hábitos progressistas. Como diria o Reinaldo Azevedo “é mais fácil encontrar um esquerdista indignado com o fato do papa não querer homossexuais na igreja do que com os juros do Palloci”
“È como se saíssem por ai implorando vocês aceitam ser nossa classe operária?” Ao encontrar uma desigualdade, uma injustiça, uma vitima, pronto têm ai uma causa, a luta se dá na mídia na cultura, na mídia de massas, de forma a monopoliza-la. Ou alguém conhecem um comentarista a favor de Bush, ou de Israel ou mesmo a contra o casamento homossexual entre católicos?
Os palestinos são a “classe operária” desses militantes da nova ordem e a birra com Israel não é anti-semitismo, é esquerdismo.
Com a palavra Saulo, via Blog ou MSN...
Obs: Quanto ao mito do papa de Hitler eu ainda acho um mito, me baseio na resenha de PriLei do livro The Mith Of Hitler Pope
A discussão girou em torno do “anti-semitismo” que Israel sofre no mundo todo. È fácil perceber a tendência da mídia brasileira e mundial em favor dos palestinos, contudo a nossa divergência vai se dar exatamente no uso desse termo, anti-semitismo.
O anti-semitismo existe de três formas;
1- A religiosa; a minha religião está certa, portanto a sua é uma heresia que precisa ser combatida, este tipo de anti-semitismo foi muito comum até a o século XX quando se popularizou a tolerância religiosa no mundo ocidental, já no mundo islâmico esse ‘moda’ ainda não pegou.
2- A racial, baseada na idéia da hierarquia das raças, que teve no nazismo sua principal representação. Estão reaparecendo movimentos neo-nazistas, mas não tendo como alvo primordial os judeus e sim os imigrantes.
3- A política ideológica, que é a principal. Na minha opinião (não na de Saulo) a única relevante no mundo ocidental, baseada na ideologias de esquerda e portanto seria um pré-conceito laico, que não mereceria nem o titulo de anti-semitismo.
A partir da década de 60 com o alinhamento de Israel ao bloco capitalista os palestinos começam a receber o apoio do movimento comunista internacional, dentro da guerra fria a esquerda ao identificar Israel aos EUA logo o colocaram como alvo na sua cruzada anti-imperialista.
Mas o movimento esquerdista mundial vai aos poucos perdendo esse viés econômico e vai se tornando cada vez mais cultural com o abandono progressivo do marxismo em troca da defesa de hábitos progressistas. Como diria o Reinaldo Azevedo “é mais fácil encontrar um esquerdista indignado com o fato do papa não querer homossexuais na igreja do que com os juros do Palloci”
“È como se saíssem por ai implorando vocês aceitam ser nossa classe operária?” Ao encontrar uma desigualdade, uma injustiça, uma vitima, pronto têm ai uma causa, a luta se dá na mídia na cultura, na mídia de massas, de forma a monopoliza-la. Ou alguém conhecem um comentarista a favor de Bush, ou de Israel ou mesmo a contra o casamento homossexual entre católicos?
Os palestinos são a “classe operária” desses militantes da nova ordem e a birra com Israel não é anti-semitismo, é esquerdismo.
Com a palavra Saulo, via Blog ou MSN...
Obs: Quanto ao mito do papa de Hitler eu ainda acho um mito, me baseio na resenha de PriLei do livro The Mith Of Hitler Pope
100 coisas que você prescisa saber sobre mulheres
100 Things You Need to Know About Women
Clique no aqui pra ver a lista completa, formulada pela VIP dos States.Dica do LLL
100. Girls enjoy always having something kind of wrong, like a headache or cramping or something. Remember: No matter how bad it sounds, she’s going to outlive you.
66. They can't live without tension. Every once in a while she's gonna pick a fight with you for no reason. Accept this as a running, inevitable theme and your relationship will make a lot more sense.
47. According to the U.S. Bureau of Statistics, 23 percent of 18- to 34-year-old women live with their parents, versus 31 percent of you losers.
16. Chicks aren't afraid to get kinky; you just have to have the nerve to ask.
8. Sixty percent of women in the United States color their hair, according to L'Oréal (who are obviously hoping they can peer-pressure the other 40 percent).
Clique no aqui pra ver a lista completa, formulada pela VIP dos States.Dica do LLL
100. Girls enjoy always having something kind of wrong, like a headache or cramping or something. Remember: No matter how bad it sounds, she’s going to outlive you.
66. They can't live without tension. Every once in a while she's gonna pick a fight with you for no reason. Accept this as a running, inevitable theme and your relationship will make a lot more sense.
47. According to the U.S. Bureau of Statistics, 23 percent of 18- to 34-year-old women live with their parents, versus 31 percent of you losers.
16. Chicks aren't afraid to get kinky; you just have to have the nerve to ask.
8. Sixty percent of women in the United States color their hair, according to L'Oréal (who are obviously hoping they can peer-pressure the other 40 percent).
Clipping
- Fiquei feliz depois que vi que este Blog esta linkado através do Olhar Econômico, um blog feito por dois economistas com nomes parecidos (eu continuo a procura de alguem pra dividir este blog), uma das coisas mais legais deste Blog é a qualidade dos links, hehehhehehhe, é verdade, tem links para diversos bancos de teses que eu nem sabia que existiam. Ah tem um bom post sobre reeleição também.
- Tá rolando uma ótima piada de loira na net
- Esses muçulamos agora se revoltam contra os cartoons de Maomé. Aiaiai, se o Lula, o Bush, o FHC, ou qualquer outro famoso fizesse isso. Um filme bom sobe essa discussão é O Povo Contra Larry Flint.
- Tá rolando uma ótima piada de loira na net
- Esses muçulamos agora se revoltam contra os cartoons de Maomé. Aiaiai, se o Lula, o Bush, o FHC, ou qualquer outro famoso fizesse isso. Um filme bom sobe essa discussão é O Povo Contra Larry Flint.
sexta-feira, fevereiro 03, 2006
O Orkut é Brasileiro
Fiquei pensando bobagens e cheguei a uma teoria (mais uma) sobre o porque do o ser majoritariamente (72%) brazuca.
Lembrei do livro do Calligaris e do meu próprio comportamento (reservado, digamos) muito parecido com os dos EUA e da Europa. (A propósito eu prefiro a espontaneidade do brasileiro em geral e do baiano em especial a este comportamento que tenho)
Mas sim, eu uso o Orkut com regularidade, conheci pessoas através dele e reencontrei bons amigos. Devo ter um pouco mais de 170 ‘amigos’, só que desses 170 eu devo ter adicionado uns 20.
Agora imaginem se todo mundo no Orkut agisse como eu? Imaginem se por timidez ou sei lá oq, cada um tivesse umas 5 vezes menos amigos do que tem hoje?
O Orkut obviamente não ia funcionar direito né?
Pois é, dada a espontaneidade do brasileiro, eu acho que é por isso que o Orkut faz sucesso por aqui e não por lá.
Lembrei do livro do Calligaris e do meu próprio comportamento (reservado, digamos) muito parecido com os dos EUA e da Europa. (A propósito eu prefiro a espontaneidade do brasileiro em geral e do baiano em especial a este comportamento que tenho)
Mas sim, eu uso o Orkut com regularidade, conheci pessoas através dele e reencontrei bons amigos. Devo ter um pouco mais de 170 ‘amigos’, só que desses 170 eu devo ter adicionado uns 20.
Agora imaginem se todo mundo no Orkut agisse como eu? Imaginem se por timidez ou sei lá oq, cada um tivesse umas 5 vezes menos amigos do que tem hoje?
O Orkut obviamente não ia funcionar direito né?
Pois é, dada a espontaneidade do brasileiro, eu acho que é por isso que o Orkut faz sucesso por aqui e não por lá.
quinta-feira, fevereiro 02, 2006
Entendendo o Neo-Conservadorismo
Alguns Posts atrás eu indiquei um pequeno texto do Olavo de Carvalho como síntese do pensamento Neo-Conservador em português.
Apesar do texto ser bastante claro eu não tinha entendido o ponto 3;
"É inútil afirmar a superioridade moral do capitalismo quando não se entende que ela só veio a existir historicamente porque incorporou e perpetuou os valores da civilização ocidental, fundados na revelação judaico-cristã, na filosofia de Platão e Aristóteles e na experiência político-jurídica romana.
Quem pretende que a pura força espontânea da liberdade de mercado possa tornar-se um princípio fundante e substituir esses valores não entende que a liberdade de mercado é a simples expressão deles na ordem econômica e não sobrevive à extirpação das raízes civilizacionais que a fundam e a alimentam..."
Depois da leitura do livro abaixo, eu fui re-ler o capitulo de Nietzsche num livro daqui de casa, Curso de Filosofia organizado por Antônio Rezende. Aí então eu finalmente entendi o que o Olavo queria dizer, me permitam transcrever um trecho do capitulo sobre Nietzsche;
“Sua crítica baseia-se na concepção de que a moral e o pensamento do cristianismo seriam a vulgarização da metafísica platônica e socrática, que, em sua opinião, inaugurou o conhecimento racional característico da época moderna. O pensamento socrático teria sido originado pela invenção e dogmatização de idéias ditas superiores – Bem, Belo, Verdade – criadas, na realidade, pelas consciências ‘enfraquecidas’ e ‘escravas’.”
Resumindo Olavo e Nietzsche querem exatamente o contrário.
Apesar do texto ser bastante claro eu não tinha entendido o ponto 3;
"É inútil afirmar a superioridade moral do capitalismo quando não se entende que ela só veio a existir historicamente porque incorporou e perpetuou os valores da civilização ocidental, fundados na revelação judaico-cristã, na filosofia de Platão e Aristóteles e na experiência político-jurídica romana.
Quem pretende que a pura força espontânea da liberdade de mercado possa tornar-se um princípio fundante e substituir esses valores não entende que a liberdade de mercado é a simples expressão deles na ordem econômica e não sobrevive à extirpação das raízes civilizacionais que a fundam e a alimentam..."
Depois da leitura do livro abaixo, eu fui re-ler o capitulo de Nietzsche num livro daqui de casa, Curso de Filosofia organizado por Antônio Rezende. Aí então eu finalmente entendi o que o Olavo queria dizer, me permitam transcrever um trecho do capitulo sobre Nietzsche;
“Sua crítica baseia-se na concepção de que a moral e o pensamento do cristianismo seriam a vulgarização da metafísica platônica e socrática, que, em sua opinião, inaugurou o conhecimento racional característico da época moderna. O pensamento socrático teria sido originado pela invenção e dogmatização de idéias ditas superiores – Bem, Belo, Verdade – criadas, na realidade, pelas consciências ‘enfraquecidas’ e ‘escravas’.”
Resumindo Olavo e Nietzsche querem exatamente o contrário.
quarta-feira, fevereiro 01, 2006
4 - Quando Nietzsche Chorou
Um livro muito bom, um romance de ideias excelente, muito melhor que O Mundo de Sofia.
Ele me foi indicado e emprestado pelo meu companheiro de aventuras Bigode, que não vai receber esse livro de volta tão cedo, já que pretendo botar umas duas pessoas para lerem este livro antes de devolve-lo.
O estilo Best-seller do livro apesar de torna-lo um pouco previsível torna a leitura prazerosa do ínicio ao fim, o amplo uso de diálogos entre os personagens, com argumentos e contra-argumentos, torna a comprensão das idéias agradável e didática ao mesmo tempo.
Resumindo o livro é muito bom e o recomendo.
Outra coisa, desisti da minha meta de ler um livro por semana, mas continuarei postando as minhas mini-resenhas
"- Não! - Nietzsche foi veemente. - Ensino que a vida jamais deveria ser modificada ou esmagada devido à promessa de outro tipo de vida futura. O imoral é esta vida, este momento. Não existe uma vida após a morte, uma meta para a qual esta vida aponta, um tribunal ou julgamento apocalíptico. Este momento existe para sempre e você sozinho é a platéia sua."
Juros Culturais
O Eduardo Gianneti escreveu um livro que pretendo ler, O Valor do Amanhã, dissertando sobre os juros e sua natureza. Isso mesmo, o cara escreveu um livro inteiro sobre os juros; suas raizes, resultados e implicações.
A tese central é a de que os juros demonstram o valor que damos ao presente em relação ao amanhã, isto é, mais vale para uma pessoa ter 100 reais hoje ou 150 daqui a um ano? Dependendo do valor que a pessoa dá ao seu presente e ao seu amanhã ela vai poupar ou se endividar.
Aí eu lembrei de um outro livro, Hello Brazil, do psicanalista Contardo Calligaris que faz uma análise cultural e psicológica do brasileiro em relação a outros paises, a europa em especial. As concllusões dele são interessantes, ele demonstra como o brasileiro tende a dar muito valor ao gozo, as crianças, ao presente em geral, ao mesmo tempo que relativamente despreza o passado e as tradições assim como o futuro e o planejamento.
Juntando as duas ideias é pode-se afirmar que as altas taxas de juros no Brasil fazem parte da nossa cultura; de não poupar, mas gastar; de não planejar, mas fazer.
A tese central é a de que os juros demonstram o valor que damos ao presente em relação ao amanhã, isto é, mais vale para uma pessoa ter 100 reais hoje ou 150 daqui a um ano? Dependendo do valor que a pessoa dá ao seu presente e ao seu amanhã ela vai poupar ou se endividar.
Aí eu lembrei de um outro livro, Hello Brazil, do psicanalista Contardo Calligaris que faz uma análise cultural e psicológica do brasileiro em relação a outros paises, a europa em especial. As concllusões dele são interessantes, ele demonstra como o brasileiro tende a dar muito valor ao gozo, as crianças, ao presente em geral, ao mesmo tempo que relativamente despreza o passado e as tradições assim como o futuro e o planejamento.
Juntando as duas ideias é pode-se afirmar que as altas taxas de juros no Brasil fazem parte da nossa cultura; de não poupar, mas gastar; de não planejar, mas fazer.
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