quinta-feira, dezembro 21, 2006

Mestrado em Economia

Está na dúvida de onde fazer mestrado em economia?
Veja a nota com que a Capes avalia os cursos.

Nota 7
FGV/RJ

Nota 6
USP
UFMG
PUC/RIO

Nota 5
UFC
UFPE
UNICAMP
UNB
UFF
UFRGS
UFRJ

A UFBA teve nota 3.

terça-feira, dezembro 19, 2006

Encontro da ANPEC

Alguns Bons Trabalhos no encontro da ANPEC

A CONTRIBUIÇÃO DO CRÉDITO BANCÁRIO E DO CAPITAL HUMANO NO CRESCIMENTO ECONÔMICO DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS: UMA AVALIAÇÃO EM PAINÉIS DE DADOS DINÂMICOS

Darlan Christiano Kroth; Joilson Dias
O primeiro trabalho que assisti foi do Darlan da UEM-PR, vejam ele na foto, com o qual fiquei amigo e conversei bastante durante todo o encontro. Achei o trabalho muito interessante pois nele se busca explicar o crescimento das cidades brasileiras a partir de dois leques de variáveis; o crédito bancário e o capital humano. Na minha monografia pretendo testar a significância estatística das transferências voluntárias no índice de crescimento das cidades baianas e este artigo me deu uma boa noção de como fazer.

ANÁLISE TEÓRICA E EMPÍRICA DOS DETERMINANTES DE CORRUPÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL

Breno Emerenciano Albuquerque; Francisco S. Ramos
Esse trabalho do pessoal da UFPE gostei muito, pela forma como foi apresentado (é impressionante como muitos economistas não sabem mexer no Power Point, mas este sabia.) e principalmente, pela boa idéia de utilizar a base de dados da AGU que seleciona aleatoriamente as contas municipais e verifica com pente fino as irregularidades.

POBREZA MULTIDIMENSIONAL NO BRASIL

Mirela de Carvalho Pereira da Silva; Ricardo Paes de Barros
Neste trabalho o Ricardo Paes de Barros do IPEA questiona a metodologia utilizada por Amartya Sen, pois esta não pode ser utilizada para media o grau de pobreza de uma família e propõe outra metodologia


PROGRAMAS DE TRANSFERÊNCIAS DE RENDA NO BRASIL: IMPACTOS SOBRE A DESIGUALDADE

Fabio Veras Soares; Sergei Soares; Marcelo Medeiros; Rafael G. Osório
Este artigo do pessoal do IPEA foi apresentado com o enfoque não na pobreza mas na desigualdade, demonstrando como alguns programas de transferência de renda e políticas públicas modificam a desigualdade no Brasil, tendo como referência o índice de Gini. É interessante notar a alta focalização obtida pelo bolsa-familia e perceber que enquanto as aposentadorias até um salário mínimo tendem a reduzir a desigualdade às de mais de um S.M tendem a aumentar a desigualdade.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

O Crescimento das Capitais Brasileiras 99-04

O IBGE divulgou anteontem o PIB municipal para 2004, e ontem o Guilherme do Rabiscos Econômicos fez um excelente post mostrando como o modelo de crescimento neoclássico explica a diferença de crescimento estre as capitais brasileiras, sendo que as de maior renda cresceram menos e as de menor, cresceram mais.

terça-feira, dezembro 12, 2006

Encontro da ANPEC/SBE

Foi um choque, eu sempre achei que o ambiente intelectual daqui da FCE-UFBA fosse diferente do resto do Brasil, mas o tamanho da diferença é incrível.

No primeiro dia do encontro, alguns colegas de faculdade estavam presentes, mas a partir do segundo dia eu não vi praticamente nenhum outro colega de graduação, apesar de no último dia eles reaparecerem pra ver a palestra (que não aconteceu) do Sergio Gabrielli.
O desaparecimento de meus coleguinhas, ao meu ver, se deve pela forma como os trabalhos são desenvolvidos e apresentado, 80% deles com a descrição de um modelo ou de hipóteses da literatura econômica, que é em seguida testado econometricamente. Compreender os modelos não foi nada fácil, pra mim e eu fiquei imaginando meus coleguinhas que acham que usar dados pra testar hipóteses uma bobagem...

Algumas mesas foram muito boas outras nem tanto, eu vou relatar aqui os melhores trabalhos que assisti da SBE, depois eu comento os da ANPEC;

Competence Effects for Choices involving Gains and Losses” Resende, José Guilherme de Lara (University of Chicago) e Wu, George (University of Chicago)
Trabalho apresentado pelo José Guilherme de Lara Resende, utilizando um experimento com seus alunos mostra como nosso comportamento muda na de escolher entre duas alternativas quando a se acertamos ganhamos dinheiro para se errarmos perdemos dinheiro.

"Make Trade not War?"
Philippe Martin (Université Paris-I Panthéon-Sorbonne)
O comércio reduz a probabilidade de guerras? Segundo Philippe, isso depende, pois é a dependência desse comércio que reduz a probabilidade de guerra. O comércio entre dois países reduz a probabilidade de guerra entre os dois, na medida emq eu o pais tem a perder com o fim desse comércio, portanto a ampliação dos parceiros comerciais e da menor dependência do comercio entre países vizinhos aumenta a probabilidade de guerras.

Electoral Campaign Financing: The Role of Public Contributions and Party Ideology” Portugal, Adriana Cuoco (UnB) e Bugarin, Maurício Soares (Ibmec São Paulo)
Qual o resultado de um financiamento público total das campanhas eleitorais no resultado das eleições no curto e longo prazo, e na ideologia dos partidos? Este trabalho foi muito interessante e ainda valeu por ver o Maurício Bugarin apresenta-lo e ter a oportunidade de conversar rapidamente com ele.

Aproveitei e consegui que meu pai me presenteasse com 4 livros, dois deles com a participação do pessoal do Gustibus e dois para o exame da Anpec.
- Gasto Público Eficiente
- Para Além da Política
- Macroeconomia: exercicios resolvidos da Anpec
- Matemática para economistas

Seguranças, Traficantes, ou Nenhum dos Dois...

Vejam esta notícia.

Equidade e Saúde Suplementar na Bahia - Brasil: uma análise a partir dos dados da PNAD 2003

Hoje, as 18h na FCE, Guillermo vai apresentar a sua monografia, que até onde eu sei está muito bem feita.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Clipping

- O Gustibus está de volta com seu Podcast

- o Selva Brasilis com vários posts legais, indicando inclusive o Centro Celso Furtado.

- O Imperialismo Econômico

- Novo Blog: O Indivíduo

- Novo Blog: Democrata Liberal

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Recesso

Em virtude do Encontro da Anpec e de uma viagem esse blog está e vai ficar meio desatualizado, segunda a tarde eu volto à ativa.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Esclarecendo um pouco da nebulosidade em torno das Agências Reguladoras e da questão do Petróleo.

"Porque não acabaram com o monopólio no texto constitucional, mas a Lei 9.478, criada no governo FHC, acaba com o monopólio. Ela é claramente inconstitucional, mas oito ministros do Supremo inexplicavelmente contrariaram a lógica. Porque você tem no país hoje, por exemplo, a Shell produzindo petróleo em Bijupirá-Salema e mandando toda a sua produção - 70 mil barris - para o exterior. Então tem que se trocar todos os livros de economia."


ENTREVISTA: PAULO METRI

O engenheiro Paulo Metri começou seus estudos sobre energia na Finep, a financiadora de estudos e projetos do governo, onde participou de um grupo de trabalho sobre fontes alternativas de energia, na época da primeira crise do petróleo (1973). Depois, trabalhou na área de planejamento da Nuclebrás, atual Indústrias Nucleares do Brasil, quando foi cedido ao Ministério de Minas e Energia para participar da elaboração do balanço energético brasileiro. Mas foi na Agência Nacional do Petróleo (ANP), onde ocupou o cargo de engenheiro da superintendência de exploração e produção, que ele pôde se aprofundar no estudo das questões relativas ao petróleo. Hoje, Metri trabalha na Comissão Nacional de Energia Nuclear, mas continua se dedicando ao setor petróleo informalmente. Tanto que está lançando, junto com o também engenheiro Sergio Xavier Ferolla, o livro "Nem todo o petróleo é nosso", prefaciado pelo economista Carlos Lessa. A obra explica de forma simples como o Brasil vem entregando ano após ano o petróleo do país às empresas multinacionais, via rodadas de licitação da ANP. Leitura indispensável às vésperas do oitavo leilão, marcado para os dias 28 e 29 desse mês.

Entrevista concedida a Bruno Zornitta e publicada no Surgente, jornal do Sindipetro-RJ.

O senhor está lançando o livro "Nem todo o petróleo é nosso", junto com o engenheiro Sergio Xavier Ferolla. Por que esse título?
Tivemos, na década de 50, o movimento "O petróleo é nosso". Nessa época, houve a aprovação e promulgação da Lei 2004, que criou o monopólio estatal, e logo depois a criação da Petrobrás, em 1953. A população entendeu que o setor de petróleo era estratégico, por lidar com uma fonte energética extremamente importante para o desenvolvimento. A sociedade compreendeu perfeitamente que, se permitíssemos a entrada de empresas estrangeiras no setor, estaríamos cometendo um grave erro, correríamos o risco de depois não termos petróleo para o nosso próprio desenvolvimento. As empresas estrangeiras, além de auferirem lucros extraordinários, passariam a privilegiar mercados externos. As petrolíferas estrangeiras só entram no país se tiverem garantia da exportação de seu petróleo.

Passamos a ter uma comunicação no país que deixa muito a desejar. Os EUA pregam a democracia, mas uma democracia que, assim que os países começam a fazer eleições, etc, eles fazem questão de ter controle. Muitas das corporações americanas, em conjunto com grupos nacionais desses diversos países, passam a ter controle sobre a mídia. Então é uma pseudodemocracia, uma democracia com debate limitado. E dentro dessa nova democracia que apareceu no mundo dizia-se que nós tínhamos que absorver o neoliberalismo. Eram aqueles preceitos ditados pelo Consenso de Washington, que temos que fazer abertura, privatizações, abertura essa que poderia significar a falência de várias empresas nacionais e o aumento dos desempregados no país. Caíram muitas, ou quase a totalidade, das barreiras alfandegárias, os programas de privatização foram imensos, criaram-se agências reguladoras, que têm a finalidade maior de tornar o setor atrativo ao capital estrangeiro, basicamente. Conseguiram fazer uma mudança na Constituição Federal, até hoje inexplicável. Porque não acabaram com o monopólio no texto constitucional, mas a Lei 9.478, criada no governo FHC, acaba com o monopólio. Ela é claramente inconstitucional, mas oito ministros do Supremo inexplicavelmente contrariaram a lógica. Porque você tem no país hoje, por exemplo, a Shell produzindo petróleo em Bijupirá-Salema e mandando toda a sua produção - 70 mil barris - para o exterior. Então tem que se trocar todos os livros de economia. Oito ministros do Supremo conseguiram criar um novo conceito de monopólio. É um monopólio flexibilizado. Aliás, a palavra flexibilizado foi lançada no governo FHC quando ele quis fazer a emenda constitucional que, a bem da verdade, não acabou com o monopólio, formalmente. A Lei 9.478, que acabava com o monopólio, já estava engatilhada. No fundo, aquela emenda é um eufemismo, acaba, mas não acaba. Houve a entrada das empresas estrangeiras no país. A mídia trabalhou muito bem a cabeça dos brasileiros não trazendo o tema à tona. A gente liga no Jornal Nacional e ouve falar de tudo, mas sobre as rodadas de licitação só aparece no dia uma notícia de 15 segundos, 30 segundos. Sempre falam da arrecadação de bônus, "não sei quantos milhões de dólares".

Como se isso fosse bom para a economia do país...
Vende-se o petróleo que foi encontrado no subsolo do país por milhões de dólares e, depois que for exportado, a empresa dona do petróleo vai auferir bilhões de dólares. Se for um campo como o Roncador, que tem dois bilhões de barris, faça o cálculo: a 50 dólares o barril, dá 100 bilhões de dólares. Quer dizer, arrecadam-se milhões de dólares, mas alienam-se reservas que são medidas em bilhões de dólares. É uma ordem de grandeza mil vezes maior. É isso que não se traz à discussão. Está se entregando riqueza. Uma elite, mancomunada com o capital internacional, entrega esse petróleo a preço de banana. Isso é uma riqueza que não pertence a essa oligarquia. Essa oligarquia precisa, inclusive, ser penalizada. Esse processo precisa ser revertido e os responsáveis identificados. Eles entregam a possibilidade de crescimento do país. Você exporta o petróleo em uma fase em que ele ainda está a preços menores e, em uma fase seguinte, quando o preço estiver maior, o Brasil - que não é nenhuma Arábia Saudita - provavelmente vai precisa importar. E aí vai importar a um preço bem maior, tendo seu desenvolvimento tolhido. É por isso que nem todo o petróleo é nosso.

Gostaria que o senhor contextualizasse o papel das agências reguladoras no neoliberalismo e nesse processo de entrega do petróleo.
As agências reguladoras são imposição do capitalismo internacional para que eles possam atuar com segurança dentro dos países varridos pela onda neoliberal. Imagine que elas venham e invistam aqui e não existam as agências, e sim órgãos controladores de cada um dos setores industriais, e que esses órgãos estejam dentro da administração direta do governo do país. Existiria, por exemplo, um departamento nacional de combustíveis. Aliás, já existiu, mas foi extinto para haver espaço para a Agência Nacional do Petróleo. Esse departamento poderia ditar normas do tipo: o petróleo, para ser exportado, precisa ter garantia, com um planejamento estratégico, que haverá reservas para o abastecimento do país nos próximos anos. Mas a agência é planejada para ser desvinculada do governo eleito - isso é maquiavélico, mas é real. Os mandatos são, em geral, de quatro anos. E os dirigentes das agências não podem ser demitidos, ao menos que sejam flagrados em roubo ou alguma coisa bastante comprovada. Mas o presidente da república não pode exonerá-los, como exonera o presidente de uma estatal, sem dar explicação. Eles só são nomeados - isso a sociedade brasileira não sabe - se forem indicados pelas empresas que atuam no setor. Não há indicação de diretor de nenhuma agência que não seja feita pelas empresas do setor. É a idéia da raposa tomando conta do galinheiro. Isso não é colocado no papel, obviamente. As agências são organismos que não são do governo brasileiro, elas não fazem parte do Brasil. São organismos do capital internacional instalados em diversos países do mundo.

E como é a questão de o país não ter controle sobre o petróleo e isso impactar no bolso do consumidor?
Esse raciocínio é um pouco difícil de desenvolver, mas temos que partir do seguinte: para qualquer sociedade, é melhor um monopólio estatal socialmente controlado do que um oligopólio privado, principalmente se for estrangeiro. Empresas estrangeiras não vêm para o país se sentirem que há controle demais sobre elas. Os cartéis são incontroláveis. Com o monopólio estatal, poderíamos criar um sistema em que a Petrobrás colocaria para o cidadão brasileiro gasolina GLP e todos os derivados a um preço menor que o do mercado internacional. O preço de custo do barril médio da Petrobrás está US$ 13, você ainda tem que botar imposto, o lucro para ela poder investir, etc., mas certamente ela poderia colocar os derivados com um preço para o petróleo entrando em suas refinarias na base de US$ 30 o barril, que é bem abaixo dos cinqüenta e tantos que está agora e bem abaixo dos 80 dólares em que já esteve. Ela pode oferecer por um preço abaixo do preço do mercado internacional. Usufrutos para a sociedade brasileira: o usufruto direto seria que o cidadão que tem carro poderia consumir uma gasolina mais barata. O cidadão que consome botijão de gás GLP teria o seu botijão mais barato. Depois teria a principal fonte energética de todo o setor industrial, que são os derivados de petróleo - o óleo combustível, o próprio GLP e em alguns lugares o óleo diesel - entrando nos diversos setores industriais mais baratos. O que significaria produtos finais mais baratos para o consumidor brasileiro também. E, se essas empresas exportassem, seriam produtos brasileiros mais baratos para competir no mercado internacional. Ou seja, o Brasil teria uma vantagem comparativa em relação a outros países do mundo. Engraçado é que a alegação para termos a Lei 9.478 era a de que precisávamos ter competição dentro do país. O que essa lei introduziu foi que o preço dos derivados dentro do país tinha que ser idêntico ao do mercado internacional. Com isso, perdemos a vantagem comparativa. Nós temos petróleo dentro do país que dá para nos abastecer durante, no mínimo, 17 anos.

Isso, sem exportar, não?
Sem exportar. Petróleo esse que é produzido a um preço bem abaixo do mercado internacional. Poderíamos alavancar o desenvolvimento nacional com esse petróleo. Mas não: introduziram aqui, através dessa lei, que o mercado interno tem que ter preços idênticos aos do mercado externo. E com isso acabou a competição. Não há competição que faça o mercado externo baixar. O mercado externo está numa sensação de que o petróleo vai acabar daqui a pouco, os preços só estão subindo com a expectativa de escassez. Então, a frase de que a Lei 9.478 estava sendo introduzida no país para termos mais competição e a sociedade usufruir dessa competição era uma grande mentira. Não houve competição. O que dita o preço aqui é o mercado externo.

E o monopólio socialmente controlado?
Existem organismos, entidades, sindicatos, associações de classe e outras entidades que podem ajudar nesse debate, ajudar na conscientização e ajudar o governo a ser socialmente controlado. Poderia haver, por exemplo, um conselho de administração da Petrobrás com membros do executivo e também membros da sociedade. Não como existe hoje, aquele Conselho Nacional de Política Energética, formado por 11 pessoas, sendo oito ministros e três da sociedade civil, mas esses três são nomeados pelo presidente da República e um vem das universidades. A participação social mesmo seria se as próprias entidades escolhessem um representante para fazer parte de um conselho de administração da Petrobrás. Já pensou os sindipetros do Brasil escolhendo um representante para fazer parte desse conselho? E outras entidades também da sociedade civil. Uma outra maneira de você ter controle social do Estado seria colocar os planos, programas, dessas entidades para serem julgados no Congresso. Por exemplo, as licitações não são aprovadas no Congresso. Poderia também se aprimorar o artigo 14 da Constituição, que prevê que a sociedade brasileira se manifeste diretamente, como aconteceu agora no referendo sobre a comercialização de armas. Só tivemos três consultas populares no país até hoje. Quando fossem alienar uma riqueza da nação, isso teria que ser necessariamente feito por meio de plebiscito. Porque a sociedade brasileira eventualmente não quer dar carta branca para que todo e qualquer assunto seja resolvido por congressistas, ou mesmo pelo presidente da República. A alienação de empresas estatais estratégicas, por exemplo, poderia ser considerado um assunto para ser resolvido por meio de plebiscito, assim como a alienação de patrimônio da União, tipo as jazidas de petróleo, ou o arrendamento de terras da Amazônia.

Sobre o mesmo assunto:
Entrevista com Fernando Siqueira, diretor de comunicação da Associação dos Engenheiros da Petrobrás. Siqueira fala também da atuação dos Assassinos Econômicos sobre políticos brasileiros, como descrito no livro de John Perkins Confissões de um assassino econômico (Editora Cultrix). Esta entrevista foi publicada em nosso jornal impresso deste mês, que pode se adquirido aqui.

FONTE:http://www.fazendomedia.com/novas/entrevista271106.htm

A babel é aqui

Texto muito bom. Quando leio algumas frases de várias pessoas que não sabem mais usar verbos, usam no infinitivo (ex: quando eu estar feliz, como vc estar? etc..) e demais aberrações estilo "miguxo", "meo amigo" e mais além, desentendimentos entre conceitos muito claros que, ao longo da discussão se percebe que cada um conceitua de forma peculiar e individual, tudo isso ficou mais claro, a face trágica dessa situação está bem descrito no texto abaixo.



O que seria do homem sem a língua, já que este deixou de ser macaco não quando inventou o instrumento físico, mas a palavra !!??



"Não há mais diálogo. Cada um de nós é hoje o enunciador de um monólogo. Rompeu-se o pacto dos brasileiros em torno de sua língua-mãe."




A babel é aqui

Um jornalista da Folha me ligou pedindo entrevista. Recusei instintivamente. Depois foi um do Estadão. Desta vez hesitei, pedi que me telefonasse depois. Não era legal me recusar a falar e depois cobrar que não fui ouvido. Mas eu precisava descobrir as raízes do meu instinto de recusa. Este texto é uma tentativa nessa direção.

Duas vezes, este mês, recusei pedidos de entrevista de um jornalista da Folha, ex-aluno meu. Recusei instintivamente, sem pensar. Não gosto do jeito que ele escreve. Logo depois, no final da semana, telefonou-me um jornalista do Estadão, também pedindo entrevista, para uma reportagem sobre os planos do governo na área da comunicação. Respondi, meio brincando e meio a sério, que só dava entrevistas para estudantes de jornalismo porque os profissionais tinham se tornado maliciosos demais para o meu gosto; deixaram de ser confiáveis. Mas hesitei. Pedi que me telefonasse na segunda, que eu ia pensar. Ele não telefonou, mas nesse ínterim, eu pensei. Pensei, principalmente, que não era legal eu me recusar a falar e depois cobrar dos jornalistas profissionais o fato de não nos ouvirem. Eu precisava descobrir as raízes do meu instinto de recusa e saber formular essas causas no plano da razão. Este texto é uma tentativa nessa direção.

Penso que o principal motivo é o reconhecimento de que não existe mais uma língua comum entre nós – digamos de modo simplificado, entre esquerda e direita. Não se trata apenas do fato de que os jornalistas profissionais não procuram saber o que a gente pensa, e querem apenas pinçar frases que legitimem o seu discurso ou dêem pretexto para nos desancar. Fomos além disso. Trata-se da perda da capacidade de se comunicar. È como se vivêssemos numa babel. Quando nós dizemos que queremos democratizar a comunicação no Brasil, eles entendem que queremos controlar a comunicação no Brasil; quando dizemos que os jornalistas nos devem uma auto-reflexão sobre o comportamento da imprensa, eles entendem que estamos pedindo que parem de criticar o governo. Quando dizemos que a imprensa está distorcendo determinada história, eles distorcem o que nós dissemos. E assim vai. Tudo o que a esquerda e, em especial, os petistas dizem, é entendido como o seu contrário.

Vivemos, portanto, um processo de desordem lingüística que está impedindo as pessoas até mesmo de se entenderem sobre quais são suas divergências. E a dissonância não se dá apenas entre esquerda e direita. Parece atravessar todo o universo da argumentação pública. Principalmente na internet, que estimula a intervenção espontânea. Este último artigo que eu escrevi sobre a Radiobrás, por exemplo, suscitou uma intervenção que me apóia por razões que eu não defendo no artigo, ao contrário, combato. E as intervenções, contra ou a favor, não se detém nos pontos que eu pensei que havia ressaltado no artigo: o fato de a Radiobrás não ter conseguido contrapor à narrativa de má qualidade da grande imprensa uma narrativa própria, calcada em investigação independente e de qualidade dos fatos da crise. Um dos leitores diz que eu quero recriar a DIP. Vejam só. É como se estivesse falando grego. A DIP era um instrumento de controle da imprensa, de um regime ditatorial, e seu principal instrumento era a censura.

Nada no meu texto, na minha história de vida e na natureza do regime político brasileiro permite essa interpretação. Mas o leitor acredita sinceramente que eu proponho a recriação do DIP. Como eu considero que um dos atributos do meu texto é a clareza, devo pensar que o problema não está no texto, está na sua decodificação. Não mais compartilhamos a mesma matriz lingüística: cada um codifica e decodifica a seu modo. O mesmo signo tem significados diferentes. Já não temos uma língua.Temos falas. Podem ser até falas escritas, mas operam como falas individuais e não uma língua, na qual os significados são compartilhados. Acontece que nem os fatos mais elementares falam por si mesmos; precisam ser narrados, interpretados, explicados e discutidos. E as idéias, então? As idéias são nebulosas se não são enunciadas através de uma língua, dizia o fundador da ciência da linguagem, Ferdinand Saussure. É o que parece estar acontecendo conosco. As palavras já não demarcam de modo unívoco, porque para uns significam uma coisa e para outros o seu contrário.

Não há mais diálogo. Cada um de nós é hoje o enunciador de um monólogo. Rompeu-se o pacto dos brasileiros em torno de sua língua-mãe. Ou, o que pode ser ainda pior: a língua está sendo usada para excluir, para separar, mesmo porque língua é uma prática social dinâmica e não um sistema estático de signos que expressam significados imutáveis. Por exemplo, no debate econômico pela mídia, se você não adere ao discurso do mercado, você está falando sozinho.

Pode ser que isso tudo faça parte de um processo mais geral de separação, de fragmentação, de individualização dos interesses, ao invés de sua socialização ou pactuação. É a mesma fragmentação que caracteriza a atuação das ONGs, cada qual defendendo a preservação do seu pedaço de mata atlântica. Uma espécie de autismo, que ignora o interesse público mais geral.

Será que isso tem a ver com o esvaziamento ideológico típico da pós-modernidade, na qual já não há significados dominantes? Tem a ver, por exemplo, com a queda do muro de Berlim? Ou tem mais a ver com fatores contingentes, como a vitória de Lula, não uma, mas duas vezes? Na segunda vez, a quase totalidade dos colunistas brasileiros descolou-se dos ideais do povo e passou a falar para si mesmos, manejando a língua não para se comunicar, e sim para se afastar dos seus leitores. Isso os levou à crise. E não venham me dizer que eu estou querendo controlar a mídia.



Bernardo Kucinski, jornalista e professor da Universidade de São Paulo, é editor-associado da Carta Maior. É autor, entre outros, de “A síndrome da antena parabólica: ética no jornalismo brasileiro” (1996) e “As Cartas Ácidas da campanha de Lula de 1998” (2000).

Cesar Maia

O prefeito do Rio, Cesar Maia, está de volta com seu ex-blog. Ele pretende lançar em fevereiro de 2007 um shadow cabinet com os "anti-ministros" de cada pasta. Ele também relata alguns trecho de um artigo que ele leu mês passado;

1. Do professor Ulrich Beck da Universidade de Munich. Um lúcido -e raro- pensador de esquerda no mundo de hoje. Diz ele:

a) Quanto mais as relações de trabalho sejam desregularizadas e flexibilizadas, mais rapidamente a sociedade será transformada de uma sociedade do trabalho em uma sociedade do risco, na qual nem o modo de vida para as pessoas, nem as medidas para o Estado e a política, serão previsíveis.

b) A margem de manobra do Estado é reduzida ao dilema entre financiar um menor nível de pobreza, em troca de um alto nível de desemprego, (como ocorre na maioria dos paises europeus), ou então, aceitar a pobreza evidente com um nível de desemprego menor, como nos EUA.

c) A renúncia a utopia significa a renúncia ao poder. A renúncia aberta à utopia é um cheque em branco ao abandono da política por parte da própria política. Só quem é capaz de entusiasmar-se, ganha apoios e conquista o poder. Quanto mais imaginativa a política, mas crível e grande em seu entusiasmo se converte a pretensão de fazer política, tanto mais forte será, porque reativará sua própria lógica interna.

sábado, dezembro 02, 2006

E Eu Acho Econometria Complicado...

Update: "Há que se superar o paradigma, teoricamente já superado, que separava e atomizada as várias instâncias. Porque são inter-retro-conectadas, as soluções devem ser includentes. A transversalidade, tese da Ministra Marina da Silva, deve conferir a tônica na implementação dos três eixos do governo"

Quem falou foi Leonardo Boff, em um texto com título: "Ecologizar a política e a economia".
Via Selva Brasilis

Artigos Interessantes


Quem ainda não se inscreveu, pode se inscrever no dia e local do encontro. Para estudantes a inscrição custa 30 ou 70 Reais dependendo da opção.

Alguns Artigos do Encontro da ANPEC:

A ECONOMIA POLÍTICA DO COGNITIVO

Bouzid Izerrougene (o único representante da UFBA apresentando trabalho)

O VALOR-TRABALHO COMO FUNDAMENTO DOS PREÇOS Cláudio Gontijo

ANÁLISE TEÓRICA E EMPÍRICA DOS DETERMINANTES DE CORRUPÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL
Breno Emerenciano Albuquerque; Francisco S. Ramos; Cláudio Gontijo

VERTICAL TRANSFERS AND THE APPROPRIATION OF RESOURCES BY THE BUREAUCRACY: THE CASE OF BRAZILIAN STATE GOVERNMENTS

João Silva Moura Neto; Nelson Marconi; Paulo Eduardo Moledo Palombo; Paulo Roberto Arvate

A CONTRIBUIÇÃO DO CRÉDITO BANCÁRIO E DO CAPITAL HUMANO NO CRESCIMENTO ECONÔMICO DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS: UMA AVALIAÇÃO EM PAINÉIS DE DADOS DINÂMICOS

Darlan Christiano Kroth; Joilson Dias

AS KIBS E A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA DAS FIRMAS DE SERVIÇOS
Luis Claudio Kubota

O PAPEL DA POLÍTICA FISCAL LOCAL NO CRESCIMENTO ECONÔMICO DE CIDADES – UMA EVIDÊNCIA EMPÍRICA PARA O BRASIL
Liderau dos Santos Marques Junior; Cristiano Aguiar de Oliveira; Paulo de Andrade Jacinto


E Alguns Artigos do Encontro de Econometria:

Ferraz, Claudio (University of California e IPEA) e Finan, Frederico (University of California) “Exposing Corrupt Politicians: The Effect of Brazil's Publicly Released Audits on Electoral Outcomes”

Binelli, Chiara (UCL and IFS); Meghir, Costas (UCL and IFS) e Menezes-Filho, Naercio (Ibmec São Paulo e FEA-USP) “Education and Wages in Brazil”

Portugal, Adriana Cuoco (UnB) e Bugarin, Maurício Soares (Ibmec São Paulo) “Electoral Campaign Financing: The Role of Public Contributions and Party Ideology”

Gomes, Renato (Northwestern University) e Novaes, Walter (PUC-Rio) “Covert Contributions in Campaign Financing

quinta-feira, novembro 30, 2006

Modern Economic Thought, as Explained by Those Who Produced It


Inside the Economist's Mind: Modern Economic Thought, as Explained by Those Who Produced It
Paul Samuelson, William Barnett(editores)

Tái um livro que eu quero ler, o problema é comprar pela net.
Ele vai ser lançado no dia 1 de dezembro (amanhã) e já está vendendo na Amazon e na Barnes & Noble.

O Blog do livro é este e quem "descrobiu" o lançamento do livro foi o blog português Pura Economia.

O livro contém entrevistas com: Robert Aumann, David Cass, Jacques Drèze, Martin Feldstein, Stanley Fischer, Milton Friedman, János Kornai, Wassily Leontief, Robert E. Lucas, Jr., Franco Modigliani, Paul A. Samuelson, Robert J. Shiller, Christopher A. Sims, Paul A. Volcker, Thomas J. Sargent e James Tobin.

Alchian-Allen Theorem

"Economist Tyler Cowen, a professor at George Mason University, has pointed out that the Alchian-Allen theorem applies to any long-distance relationship.

The theorem, briefly, implies that Australians drink higher-quality Californian wine than Californians, and vice-versa, because it is only worth the transportation costs for the most expensive wine. Similarly, there is no point in travelling to see your boyfriend for a take-away Indian meal and an evening in front of the telly. To justify the trip’s fixed costs, you will require champagne, sparkling conversation and energetic sex. Insist on it.

Meanwhile, optimal-experimentation theory suggests that at this tender stage of life you are highly likely to meet someone even better. Socialise a lot while your boyfriend is not around.
"
Escrito por Tim Harford, via MR

terça-feira, novembro 28, 2006

Trust me, I'm an Economist

Trade-off: Bolsa Família X Salário Mínimo

In watching this debate unfold, I am moving toward the view that the issue is more symbolic than substantive. Posner asks, "why are the Democrats pushing to increase the minimum wage rather than to make EITC more generous?" Here is my answer: Many voters don't know what the EITC is, whereas the minimum wage is easy to understand. As Becker points out, "Most knowledgeable supporters of a higher minimum wage do not believe it is an effective way to reduce the poverty rate." True, but few voters are so knowledgeable. As a result, the minimum wage is an easily explained issue that says, "We Democrats care about poor people, unlike those Republicans."

Here is a question that I would ask any politician: If you could set your ideal policy to help the poor, wouldn't you prefer to expand the EITC and abolish the minimum wage? Any politician that fails to answer "yes" is either misinformed or engaging in demagoguery.
Via Mankiw, Becker e Posner

O dilema é simples, nos EUA também se discute como reduzir a desigualdade, diminuir a pobreza,... os Republicanos acham que o governo não deve gastar mais dinheiro nessa área, já os Democratas preferem aumentar o salário mínimo pois lá, como aqui, isso dá maior publicidade do que aumentar o valor dos programas sociais.

Porque as Filas são Ruins

"A lot of things in economics will turn in one way or another on price. Price has a lot going for it as a generalized expression of commitment. The thing we don’t like about, say, first-come, first-serve, is that if someone really wants to get in, they could start lining up now. But the problem is that I don’t really benefit from your expression of interest, whereas if you pay me, we both are benefiting.”

quinta-feira, novembro 23, 2006

A FCE-UFBA Descobriu a Internet

Finalmente eu encontro páginas da faculdade na internet, não estou falando do site oficial da UFBA ou da FCE, mas de paginas como a do DAECO, ou do sempre presente IRAE, que tem um bom calendário de palestras e um curso preparatório pra carreira diplomática.

Além disso achei também a antiga página de Ghirardi e a nova do DCE-UFBA.

Encontro da Anpec


O encontro vai acontecer em breve, paralelo ao de econometria.
Eu só achei a forma de inscrição muito complicada, mas tudo bem, já estou me inscrevendo e pretendo participar e entrevistar alguns economistas no encontro.
A título de curiosidade, de 1996 pra cá, este é o quarto encontro nacional que acontece na Bahia.

quarta-feira, novembro 22, 2006

Academic Tabu

Este post do David Friedman vale a pena ler.

I have just been looking over a recent article by Roland Fryer and Steven Levitt in the American Law and Economics Review, "The Black-White Test Score Gap Through Third Grade." It is interesting for what it tells us about race, but more interesting for what it tells us about the state of academic discussion in present-day America.

O título do post do David é Academic Tabu, se alguém escrevesse um post parecido por aqui o nome seria "Caso de Polícia".

Conversas com Economistas Brasileiros

Delfim Netto
"Imagina o sujeito falar, como nós fizemos no BEFIEX, em estimular as exportações? Tinha idiota que dizia: “Cada par de sapato que você exporta é um par de sapato que você tira do brasileiro”. O imbecil não sabia que, para cada sapato que se exporta, a renda que você deixou dentro é exatamente igual ao sapato que se exportou; pelo contrário, para cada sapato que se exporta, deu-se um par de sapato para um brasileiro. E mais, se se considerar o multiplicador das exportações."

André Lara Resende
"A decisão foi muito influenciada pela percepção de que a competição acadêmica é pouco saudável. Não há critério objetivo de julgamento. É o que eu chamei, talvez um pouco injustamente, de “competição feminina”. A forma de se destacar é convencer aqueles com quem você está concorrendo de que você é bom. Você precisa seduzi-los, para que eles o elogiem. É uma competição indireta. Quem é competente academicamente? Aqueles que os que são considerados competentes dizem que são. Você na verdade deve seduzi- los para que eles o achem inteligente, original, competente. São alianças cambiantes, circunstanciais, de elogios recíprocos, numa competição muito complicada, muito cheia de sombras e intrigas. No mercado financeiro, ao contrário, há um placar claro e objetivo. Eu sou uma pessoa muito competitiva. Gosto da competição esportiva, sempre fiz esporte, e é um alívio ter um critério claro e objetivo de aferição de resultados."

sábado, novembro 18, 2006

Preferência Revelada x Felicidade

Will Wilkinson writes,
The neuroscience shows that satisfaction of the highest ranked preference does not imply the greatest hedonic satisfaction. It does not imply any hedonic satisfaction. Take a look at this paper, “Parsing Reward,” [pdf] by Kent Berridge and Terry Robinson. They report that “wanting” and “liking” have “are in fact dissociable and have different neural substrates.” Roughly, the dopamine system is more about wanting–”incentive salience”–and liking or hedonic satisfaction has more to do with opioids.

Roughly speaking, economics shows how resources can be used most efficiently to satisfy wants. It does not connect satisfying wants with hedonic satisfaction, or happiness.

quinta-feira, novembro 16, 2006

Milton Friedman morreu

WASHINGTON, 16 Nov (AFP) - O economista americano Milton Friedman, prêmio Nobel de Economia em 1976, morreu nesta quinta-feira aos 94 anos, informou o centro de pesquisa liberal Cato Institute.

Conversas com Economistas Brasileiros: Bob Fields


Encontrei este livro disponível para download neste site, vejam este trecho da entrevista com Roberto Campos:

Aí temos uma diferenciação fundamental entre a mecânica capitalista e a mecânica socialista. O princípio axiológico do capitalismo é que o homem é dono de seu corpo e do produto de suas faculdades e só pode ser privado do produto dessas faculdades por consenso, contrato, ou pela aceitação de tributos sujeitos ao crivo da representação democrática. Já o socialismo parte do princípio de que o homem é proprietário de seu corpo, mas não é proprietário do uso de suas faculdades. Esse produto pode — e deve — ser redistribuído segundo determinados critérios ideológicos e políticos para alcançar algo definido como “justiça social”.

Ou seja, o fundamento ético do marxismo: “De cada um de acordo com sua capacidade e à cada um de acordo com sua necessidade”?

Sim, mas isso significa um divórcio entre as faculdades e o domínio dessas faculdades. As faculdades são exercidas pelo indivíduo, mas seu produto pode ser arbitrariamente redistribuído por outrem, segundo visões ideológicas. O resultado é que não se otimiza o esforço produtivo. Toda a tragédia do socialismo é, no fundo, a sub-otimização do esforço produtivo.

Flexibilidade do Mercado de Trabalho


Texto completo aqui, via Gustibus.

O crescimento da desigualdade é ruim?

Segundo Gary Becker, nem sempre.

Should not an increase in earnings inequality due primarily to higher rates of return on education and other skills be considered a favorable rather than unfavorable development? Higher rates of return on capital are a sign of greater productivity in the economy, and that inference is fully applicable to human capital as well as to physical capital. The initial impact of higher returns to human capital is wider inequality in earnings (just as the initial effect of higher returns on physical capital is widen income inequality), but that impact becomes more muted and may be reversed over time as young men and women invest more in their human capital.

I conclude that the forces raising earnings inequality in the United States is on the whole beneficial because they were reflected higher returns to investments in education and other human capital.
Via Mankiw.

domingo, novembro 12, 2006

Entrevista sobre Economia do Crime

Entrevista com Saulo da Rocha, meu colega de faculdade da FCE-UFBA sobre o tema de sua monografia economia do crime.
Esta foi a primeira entrevista de uma serie, com economistas (e futuros economistas), as perguntas ainda estão meio bobinhas e a qualidade do som ainda está ruim, mas vale a pena conferir.
entrevista com saulo
entrevista com sau...
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terça-feira, novembro 07, 2006

Rankings

Utilizando a base de dados da Research Papers in Economics (REPEC) a o projeto IDEAS criou diversos rankings interessantes;

Os 200 artigos de economia mais citados


Os mais produtivos autores e instituições brasileiras.

Os 25 artigos mais baixados nos últimos 3 meses.

Econ Talk

Os debates no Econ Talk continuam ótimos, ouvi hoje um sobre como seria um mercado de orgão humanos, quer ouvir também? clique aqui.

O PSDB acabou?

Para mim e pro Sardenberg sim. Dica do Gustibus.

Conversas com Economistas Brasileiros


Continuo pensando em entrevistar economistas, minha inspiração agora é o livro de 1996:
"Conversas com Economistas Brasileiros" org; Biderman, Cozac e Rego, Editora 34.

O livro é ótimo, pena que seja tão antigo, adoraria ver um livro com economistas discutindo temas mais atuais, mas apesar disso o formato ajuda muito e torna-o super interessante.

Os artigos são coisas sofisticadas, na qual você pensou, repensou, tirou tudo aquilo que tinha dúvida, deixou várias coisas que acha que são absolutamente corretas, e fez uma porção de defesas para se cobrir de possíveis dificuldades. Uma coisa como esta é muito mais solta, é um tipo de conversa que eu acho que esclarece melhor como o cidadão pensa”. Delfim Netto

A entrevista com o Eduardo Giannetti é a melhor:
"A vida intelectual brasileira ainda é muito tribal. Tem grupinhos de autores que dão tapinhas nas costas e que atacam junto as outras tribos.(...)Quando José Guilheme Merquior acusou Marilena Chauí de fazer aquele plágio, e, segundo a evidência, parece-me que constituiu plégio, chegaram a fazer um abaixo-assinado de solidariedade a Marilena Chauí, que é a reação mais tribal que se pode imaginar. Quer dizer, a pessoa fez um plágio e sucita um abaixo-assinado de apoio porque ela foi vítima de um ataque vil?!"

quarta-feira, novembro 01, 2006

Os filhos são um bem de Giffen?

Are Children Giffen Goods: An Economic Puzzle

Suppose someone invents an inexpensive and reliable way in which parents can choose the gender of their offspring. From the economic standpoint, this represents an increase in quality—you get a child of your preferred gender instead of a fifty-fifty chance—at no significant increase in cost. Increased quality at constant cost corresponds to decreased cost at constant quality; you are now getting more for your money. Lowering the cost of something increases the quantity demanded.

Do you conclude that, as a result of the new invention, the birth rate goes up? If not, why not? Are children Giffen goods?

Hint: I am fond of the sort of mathematical puzzle which consists of a proof of something obviously false, for example that two equals one; the puzzle is finding the mistake in the proof.

Via, David Friedman. A resposta esta aqui.

sábado, outubro 28, 2006

sexta-feira, outubro 27, 2006

Projeto Podcasts de Economia

Inspirado nesse projeto, pensei em fazer algumas entrevistas com economistas de lá da UFBA e fazer a cobrtura do Encontro Nacional de Economia que vai rolar em salvador, em dezembro.
Aproveitei e fiz um podcast de teste explicando o projeto.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Musiquinha Legal

Reuniões de Diretório Acadêmico

ATA 387
Edição Impressa 127 - Revista da Fapesp- Setembro 2006 - Por: Antônio Prata

Aos três dias do mês de setembro de dois mil e seis, às vinte horas e trinta e dois minutos, na sala S-48, sede do Centro Acadêmico Dezoito Brumário, da Faculdade de Ciências Sociais, de acordo com o disposto no artigo 8º do estatuto do regimento interno do órgão supracitado, os membros se reuniram extraordinariamente com a seguinte pauta: decidir o destino das verbas angariadas no evento intitulado “Chopada dos Bichos”, no valor de mil e noventa e três reais e setenta e três centavos.

Compareceram o diretor-geral do C.A., Augusto de Oliveira (Cabeleira), o diretor administrativo Robson S. Torres (Rob Marley), o diretor de comunicação Felipe Cuglioni (Lipão) e a diretora financeira Olívia Ramos (Lilica). Marcos Azambuja (Bujones), diretor de programação, não apareceu para o início da reunião.
Havendo número regimental, o diretor-geral Cabeleira iniciou os trabalhos apresentando aos demais presentes a lista de possíveis investimentos para a verba arrecadada, elaborada na última reunião ordinária, no último dia trinta, a saber: 1) Uma mesa de pebolim para o C.A. 2) Um novo computador para o C.A. 3) Reforma do sofá do C.A. O diretor-geral Cabeleira propôs o voto direto para decidir-se a questão.

Neste ponto, o diretor administrativo Rob Marley pediu a palavra para um aparte. Aparte aceito, Rob Marley objetou que, não estando presente à reunião do dia trinta do mês último, quando foi elaborada a lista, não poderia reconhecê-la como legítima, sendo o pebolim, o computador e a reforma do sofá alternativas autoritariamente impostas de cima para baixo, reproduzindo o sistema opressor que eles mesmos diziam combater, qual seja: o oligopólio neoliberal escamoteado como democracia. A diretora financeira Lilica lembrou o diretor administrativo Rob Marley do regulamento seis, inciso quatro, do estatuto do Centro Acadêmico, que estabelecia que, mesmo na ausência de algum dos membros, havendo quórum de 75%, as votações eram válidas. Lembrou-o ainda que, quando da votação, o diretor administrativo havia sido visto saindo do almoxarifado com uma primeiranista de psicologia, atitude que, embora não condenada pelo estatuto do Centro Acadêmico, merecia no mínimo uma admoestação verbal. O diretor administrativo Rob Marley argumentou que não tinha vergonha de seus atos e que bastava ler Reich ou Marcuse para saber que a revolução decorrerá de ações como as por ele praticadas no almoxarifado, não da burocracia cinzenta das altas esferas do poder, sendo aplaudido entusiasticamente pelo diretor de comunicação Lipão. A diretora financeira Lilica ameaçou sair da sala, mas foi dissuadida pelo diretor-geral Cabeleira, que insistiu na importância de sua presença, dada a natureza do tema serem exatamente as finanças.

Acalmados os ânimos, foi pedido ao diretor de comunicação Lipão que preparasse as cédulas. Neste ínterim, o diretor administrativo Rob Marley pediu a palavra e levantou a questão do efeito estufa, do aquecimento global e do degelo das calotas, propondo que, a longo prazo, o C.A. Dezoito Brumário se engajasse mais na questão ecológica. Sugeriu, porém, a curtíssimo prazo — tendo em vista a boa hidratação de todos os presentes – que se comprassem algumas cervejas. A proposta foi aceita por unanimidade. A diretora financeira Lilica disse que não iria ser ela a comprar as cervejas, posto que nas últimas duas reuniões havia sido encarregada de tal função. Sublinhou ainda que poderia haver sob tal insistência um fundo de machismo dos membros do C.A. O diretor-geral Cabeleira ofereceu-se para buscar as cervejas, mas lembrou-a de que de machismo ele não poderia ser acusado, sendo a prova cabal de sua idoneidade o tema de seu trabalho de iniciação científica: Margaret Mead e a questão do masculino e do feminino nas sociedades primitivas. A diretora financeira Lilica declarou nada saber a respeito da iniciação científica do colega e pediu mais informações, mas o diretor-geral Cabeleira disse que preferia ater-se à pauta do dia. Antes de sair, percebendo certa animosidade no recinto, sugeriu que o diretor administrativo Rob Marley preparasse um cigarro de maconha. Ficou acertado que o dinheiro para as cervejas seria abatido do total arrecadado, na qualidade de “custos adicionais”, e que o diretor administrativo Rob Marley seria ressarcido do fumo ali consumido.

Tendo o diretor-geral Cabeleira voltado com as cervejas e vendo que as cédulas estavam prontas, decidiu abrir a votação. O diretor de comunicação Lipão observou que o cigarro de maconha também estava pronto e que colocar o trabalho antes do lazer era uma imposição burguesa às classes trabalhadoras, citando um ou outro trecho de Foucault e propondo, destarte, que fumassem o baseado. Foi bastante aplaudido.

Findos os trabalhos canabino-revolucionários, adentrou o recinto o diretor de programação Bujones, tocando ao violão a canção Viva a sociedade alternativa! (de autoria do músico baiano Raul Seixas), acompanhado por três intercambistas bolivianos, munidos de flautas de bambu. Após a execução da música, Bujones cumprimentou a todos os presentes e convocou-os para a cervejada do C.A. de psicologia. O diretor administrativo Rob Marley defendeu a idéia com eloqüência e, citando Maquiavel, argumentou que a união dos C.As. era fundamental e que a separação entre eles era justamente o projeto de dominação da reitoria. A diretora financeira Lilica afirmou saber exatamente o tipo de união que ele buscava no C.A. de psicologia. O diretor de programação Bujones e os três bolivianos deram início à execução da canção Volver a los 17, de Violeta Parra. Projetando a voz, o diretor-geral Cabeleira propôs que se encerrassem os trabalhos. A diretora financeira Lilica fez o uso da palavra para protestar contra o que chamou de furdunço engajado e deixou claro que se o C.A. Dezoito Brumário continuasse com tamanha propensão para a esbórnia, ela sairia da chapa. O diretor administrativo Rob Marley aproveitou a deixa para encorajar a colega a assim proceder, pois suas posturas pequeno-burguesas não condiziam com a postura revolucionária do grupo. Dada a agressividade do diretor administrativo, a diretora financeira decidiu responder à altura e, arrancando a flauta de bambu da mão de um dos intercambistas bolivianos, deu com a mesma na cabeça do diretor de administração, que, ao cair no chão, bateu com a cabeça na máquina de escrever e derramou no carpete considerável quantidade de sangue. Diante da conjuntura adversa, o diretor-geral Cabeleira achou por bem encerrar os trabalhos e dirigirem-se todos à Santa Casa de Misericórdia — sem votação.

Tendo todos os membros deixado às pressas o recinto, às vinte e uma horas e quarenta e nove minutos da data mencionada anteriormente, encerrou-se, sem conclusão sobre a pauta, na sala S-48, a reunião de número 387 do Centro Acadêmico Dezoito Brumário.

Sem mais, Buzunfa (estagiário).

terça-feira, outubro 10, 2006

Confiança e Diversidade



Boxel, você já ouviu falar nesse cientista político, o Robert Putnam de Harvard que escreveu o livro "Bowling Alone: The Collapse and Revival of American Community"?

Pois bem o resultado da nova pesquisa dele é que quanto maior a diversidade da comunidade em que se vive, menor é a confiança que temos com nosso vizinhos.

Via Mankiw,
Study paints bleak picture of ethnic diversity

A bleak picture of the corrosive effects of ethnic diversity has been revealed in research by Harvard University’s Robert Putnam, one of the world’s most influential political scientists.

His research shows that the more diverse a community is, the less likely its inhabitants are to trust anyone – from their next-door neighbour to the mayor.

This is a contentious finding in the current climate of concern about the benefits of immigration. Professor Putnam told the Financial Times he had delayed publishing his research until he could develop proposals to compensate for the negative effects of diversity, saying it “would have been irresponsible to publish without that”.

The core message of the research was that, “in the presence of diversity, we hunker down”, he said. “We act like turtles. The effect of diversity is worse than had been imagined. And it’s not just that we don’t trust people who are not like us. In diverse communities, we don’t trust people who do look like us.”

Prof Putnam found trust was lowest in Los Angeles, “the most diverse human habitation in human history”, but his findings also held for rural South Dakota, where “diversity means inviting Swedes to a Norwegians’ picnic”.

terça-feira, outubro 03, 2006

O Aniversariante

"A dívida pública é imoral pois transfere dívidas de hoje para gente que nem nasceu."

A frase é de James Buchanan, que segundo o Gustibus fez aniversário ontem.

O salário mínimo é eficiente pra combater a pobreza?

Vejam o que dizem os Rabiscos e o Mankiw.

A Passeio

Estive em Santos esse fim de semana, consegui viajar pela OceanAir com passagens a 30 reais, não votei e tomei um susto com o resultado dessas eleições, segundo turno pra presidente foi uma surpresa mas Wagner levar no primeiro turno, acho que nem ele esperava.

Obs: Se por aqui é dificil encontrar alguém que assuma o voto no Alckmin, por lá é difícil encontrar alguém que assuma que votou no Lula.

terça-feira, setembro 26, 2006

Clipping

- O Blog do Gary Becker

- Quem vai ser o Nobel de Economia em 2006? Previsões e palpites...

- Será que a inflação não está sendo super-estimada?

- Pesquisa Ibope; Souto está com 48% contra 31% de Wagner. Os demais candidatos, os chamados nanicos, não ajudam na pontuação.
É no Senado que está a grande sensação. João Durval lidera com 29%, contra 25% de Imbassahy e Rodolpho Tourinho tem 19%. Via SC.

- Pesquisa A TARDE/Campus, realizada entre 19 e 22 de setembro, Rodolfo Tourinho (PFL) subiu 20 pontos em pouco mais de um mês, passando para 22,8%. O candidato João Durval Carneiro (PDT) ainda lidera, com 27,5%, seguido de Antonio Imbassahy (PSDB), com 24,4%. Jaques Wagner (PT) cresceu mais de dez pontos e está agora com 31,4%. Mas, ainda assim, Paulo Souto (PFL) seria eleito no 1º turno com 49,1%. Na corrida para a Presidência, o presidente Lula, na Bahia, tem 62% das intenções de voto contra 20,2% do tucano Geraldo Alckmin.

sábado, setembro 23, 2006

Motivos para Votar Nulo

Nenhum dos candidatos que se apresentam tem propostas de governo transformistas, os que se propõem a isso, não têm proposta, apenas críticas.

O fato de saber que não haverão 50% mais um dos votos nulos não é, para mim, uma constatação importante para tomar essa decisão pois, se a propabilidade de um candidato ganhar influisse no meu voto, votaria branco, e ratificaria a opinião da maioria.

Um motivo muito importante: Não acredito em papai noel, por que acreditaria em voto eletrônico ? Jovens adolescentes ivadem sites das instituições teoricamente mais seguras do mundo (FBI, NASA, OPEP, etc..) ( http://linhadecodigo.com.br/livros.asp?id=244 ) Por que eu acreditaria na Urna Eletrônica brasileira ???

Leiam este texto de um engenheiro especializado na questão:

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Um país do Zerézimo Mundo.

Por Eng. Amílcar Brunazo Filho

A esperança de ingressar no Primeiro Mundo tem aparecido em muitos momentos e ambientes da sociedade brasileira. É uma ambição eticamente aceita e também é um fator desencadeante de ações que estimulam a nosso desenvolvimento social. Um dos fatos que tem sido citado como exemplo de queo Brasil caminha firme para o primeiro mundo, é o pionerismo do nosso sistema eleitoral informatizado. Desde a década do 80, a nossa Justiça Eleitoral, em seus diversos níveis, ensaiava o uso da informática dentro do processo eleitoral. Em 1982, tivemos a malfadada tentativa do TRE-RJ de informatizar a totalização dos votos e que acabou num grande escândalo, a primeira fraude eleitoral informatizada, que ficou conhecido como Caso Proconsult, a qual respingoui nclusive sobre a imagem o antigo SNI, hoje chamado de ABIN (N.do E.:Agência Brasileira de Inteligência, a nossa CIA - guardadas as proporções,naturalmente) Em 1985, o TSE começou o processo de recadastramento dos eleitores.Novas tentativas de informatização da totalização foram sendo feitas até que em 1996, com a adoção da Urna Eletrônica, foram informatizadas a identificação do eleitor no momento da votação, a própria votação e a apuração dos votos de cada seção eleitoral. A Urna Eletrônica foi implantada em três etapas, nas eleições de 1996,1998 e 2000, atingindo um terço do eleitorado de cada vez, de forma que no ano de 2000 o Brasil se tornou o primeiro país do mundo a ter 100% dos eleitores votando num processo 100% informatizado, em todas as suas etapas,desde o cadastro dos eleitores, passando pela identificação destes na hora do voto, a votação propriamente dita, a apuração dos votos de cada urna, a totalização dos votos até a divulgação dos resultados pela Internet. E para muitos este é um motivo de inegável orgulho, uma prova do desenvolvimento tecnológico do Brasil. Mas, para muitos outros ficam algumas dúvidas: Por que outros países, econômica e tecnologicamente mais desenvolvidosque o Brasil, ainda não informatizaram todo o processo eleitoral,especialmente a apuração dos votos? Por que os países que nos vendem as peças e os programas básicos das urnas eletrônicas, não informatizam eles mesmos suas eleições? Por que a ABIN continua tendo participação ativa dentro do processo eleitoral? Talvez o Brasil não esteja na linha de frente do domínio da tecnologia de informatização do voto e sim tenha ultrapassado esta linha de maneira precipitada e imprudente. O que se coloca aqui é um convite ao eleitor brasileiro para que reflita com calma, e sem ufanismo simplório, se o caminho da informatização do processo eleitoral brasileiro está sendo construído sobre bases sólidas ou sobre mitos, conluios e enganações. A credibilidade de uma democracia no mundo moderno se constrói começando pela confiabilidade do seu processo eleitoral e este, por sua vez,está apoiado em três pés: a votação, a apuração e a fiscalização. Na firmeza de cada uma destas pernas do processo eleitoral se apoiará a legitimidade final da democracia de um país. Infelizmente a credibilidade de nossa democracia está totalmente comprometida pela falta de transparência do nosso processo eleitoral informatizado. Quem conhece e analisa os detalhes, verifica que a votação eletrônica brasileira foi construída de maneira que a fiscalização externa é totalmente inócua. Quebra-se, assim, uma das pernas de sustentação do modelo de confiabilidade eleitoral e, por conseqüência, nossa democracia perde credibilidade e até legitimidade. A penúltima etapa do processo eleitoral informatizado no Brasil, a apuração dos votos de cada seção eleitoral, foi implementada por meio de uma máquina de votar inauditável, uma verdadeira "caixa preta" da qual nenhumpartido político, fiscal ou auditor externo ao Tribunal Superior Eleitoral,TSE, jamais teve acesso para conferir sua integridade. Apesar da desinformação provocada pela Justiça Eleitoral, que insiste em divulgar que tudo é transparente e conferido pelos partidos, a avaliação sobre o sistema informatizado de eleições, feito pela Unicamp e recentemente divulgado, revela de forma inequívoca que existiam, sim, programas decomputador mantidos secretos pelo TSE até 2000 e que aos partidos políticos não era possível conferir os programas efetivamente colocados nas urnas eletrônicas, se estavam íntegros ou se teriam sido modificados. E como já aconteceu em 1996, 1998 e 2000, nas eleições de 2002 também se utilizará máquinas de votar nas quais não há como se recontar os votos nem os partidos políticos tiveram disponíveis meios técnicos satisfatóriospara conferir a integridade de seus programas. Em agosto de 2002, na apresentação dos programas de computador do TSE aos partidos políticos, ocorreram lances muito significativos. O código do Sistema Operacional VirtuOS só poderia ser visto e analisado por apenas 3 dias, pelos técnicos que pagassem R$ 250.000,00 à empresa proprietária do programa. Nenhum partido concordou com este pagamento e, consequentemente, nenhum partido analisou o seu conteúdo que estará instalado em mais de 360.000 urnas eletrônicas. As demais 50.000 urnas eletrônicas conterão outro Sistema Operacional,o Windows CE, que apesar de ter seu código aberto aos fiscais, tem um porte desmesurado com seus mais de seis mil programas e dois milhões de linhas de código, de forma que nenhum dos partidos políticos analisou sequer 1% do seu conteúdo, nos cinco dias em que estiveram disponíveis. Todos os técnicos que estiveram presentes a esta apresentação, mesmo os que manifestaram confiança no sistema, declararam que em cinco dias é impossível se avaliar o sistema por inteiro. Os técnicos da Unicamp nem aceitaram a tarefa de avaliar o sistema de 2002 por causa desta exigüidade de tempo. Cabe uma pergunta: Será que um sistema eleitoral, que não permite conferência da apuração e nem passa por auditoria externa independente, pode ser chamado de "coisa do Primeiro Mundo"? Para escapar do debate sobre esta questão e esconder o modelo desegurança obscurantista que adotou desde 1996, o TSE tem desenvolvido um grande trabalho de propaganda e de assessoria de imprensa para difundir a idéia de que o Sistema Eletrônico de Votação é 100% seguro contra fraudes e que o eleitor e os partidos podem confiar cegamente nas capacitação técnicada Justiça Eleitoral. E tem conseguido algum sucesso nesta empreitada de criar uma imagem de segurança que deixe a população tranqüila. Para atingir este nível de confiança, não se poupou esforços nem se respeitou com muito rigor princípios morais e legais, como a transparência dos atos do serviço público. Baseados no eticamente discutível princípio maquiavélico, de que o fim justifica os meios, funcionários do TSE não se importaram em sacrificar a verdade para tentar convencer o eleitorado de que o sistema por eles trazido é confiável. O primeiro grande engodo, dito repetidamente por quase todos os administradores do processo eleitoral, em todas as suas instâncias, é que o sistema é 100% seguro contra fraudes. Se isto fosse verdade o Brasil teria conseguido criar o único sistema informatizado 100% seguro do mundo! E isto,certamente, não é verdade. Para justificar este grande engodo, uma porção de outras mentiras tem sido contadas por representantes da Justiça Eleitoral, e inadvertidamente repetidas pela imprensa em geral, ao longo do últimos quatro anos, tais como: · Todos os programas da urna são analisados pelos partidos políticos; · Violar a urna eletrônica é impossível sem se romper seus lacres; · A rede de computadores do TSE é à prova de invasões (inclusive por agentes internos mal intencionados); · A zerézima garante que a urna eletrônica está vazia antes da votação se iniciar. E aqui surge o título deste artigo: Zerézima é um neologismo criado pelo corpo técnico do TSE para designar o relatório impresso pela urna eletrônica, no início do processo de votação, onde o nome de cada candidato aparece como tendo zero votos. Segundo estes técnicos do TSE, a zerézima é a garantia de que não existemv otos previamente depositados nas memórias da urna eletrônica. Mas será mesmo uma garantia? Certamente, não é. Qualquer programador de computador, mesmo iniciante, sabe que é possível se imprimir uma coisa, a zerézima por exemplo, e guardar outra coisa na memória do computador e também sabe que é perfeitamente possível começar o processo de votação e apuração com zerovotos para todos os candidatos e depois ir desviando uma porcentagem dos votos conforme estes forem sendo dados. Se a zerézima é o que o TSE pode nos oferecer como garantia de lisura na apuração, então não temos garantia real nenhuma, e em vez de ingressarmos no Primeiro Mundo, onde idealmente a apuração das eleições públicas deveriam ser claras e transparentes, a Urna Eletrônica remete o Brasil diretamente ao Zerézimo Mundo, onde o eleitor não pode ver o seu próprio voto e a oposição não tem como fiscalizar a apuração.

E o Zerézimo Mundo é qualquer coisa, menos uma democraciaverdadeira.

Fonte: http://www.softwarelivre.ufsc.br/pipermail/gufsc/2002-September/000473.html

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Depois de ler este texto, vejam a entrevista com o engenheiro no site http://www.tvcidadania.com.br/_programas_relatorio_alfa_tv.php

Conclusão: eu me sinto um palhaço sendo obrigado a participar desse joguinho RIDICULO que chamam de democracia, ou seria DEMOcracia??
Favor divuldar...

sexta-feira, setembro 22, 2006

Blogs Legais

Grupo de Jornalismo On-line da Facom.

Finalmente achei o novo blog do Ivan Tiago.

Outro Blog legal, com ideias econômicas e links bacanas.

"Não Vote Nulo, Vote Nela."

O PSTU está trabalhando em duas frentes nesta eleição, oficialmente eles apoiam HH, mas fazem campanha é pro voto nulo, olhem um email que recebi desse povo:

Porque os Revolucionários devem votar nulo!!!

Teses Sobre as Eleições de 2006, escritas pelo Profº Sérgio Lessa. Uma análise da conjuntura social e política do Brasil, justificando o porquê de ser viável uma campanha pelo voto nulo ou abstenção nas eleições deste ano e as finalidades de uma campanha neste sentido.
(...)
II.5. Dado importante da conjuntura tem sido o crescimento do PSTU e do CONLUTAS. Em que exatamente se resultará este crescimento é difícil dizer. O PSTU tem, como uma de suas características principais, a avaliação de que caminhamos para uma crise revolucionária no prazo de alguns poucos anos. Isto faz com que em suas avaliações o fator tempo tenha uma enorme premência. O que se traduz em sua dificuldade em trabalhar em frente (isto é, incorporar que o programa de uma frente tem que ser o programa máximo do setor mais atrasado) e a tendência a impor, por qualquer meio, as medidas e ações que considera imprescindíveis. Ao mesmo tempo, em alguns momentos, em sua tentativa de ampliar sua base e sua influência, cede onde não deveria, como no caso de recomendar voto em Lula no segundo turno das eleições passadas ou, então, como ao chamar hoje para uma frente o PSOL e o PCB. A esta altura, apoiar a candidatura da Heloísa Helena significa, na prática, rever as críticas do PSTU ao PT, pois é, de fato, um apoio político ao mesmo "cretinismo parlamentar".

E ai Guillermo, esta eleição vai votar nulo ou tem candidato?

sábado, setembro 16, 2006

Isso não é um Partido, é uma Quadrilha.

Mas que partido sujo, eu pretendia votar pelo menos no Wagner pra governador, mas depois dessa armação nem mais isto.
Olhem só o plano armado pelo PT nacional para acusar o Serra as vesperas da eleição e (segundo o Zé Dirceu) "jogar uma pá de cal na candidatura Alckimin".


Via RA - Primeiro tempo
A revista IstoÉ, mesmo sem ter em mãos qualquer evidência do envolvimento de Serra e contra até as palavras dos “entrevistados” — os mesmos que estavam vendendo provas —, deu uma chamada tão escandalosa quanto mentirosa na capa. Agora nós sabemos. Era só o primeiro tempo da armação

Segundo tempo
No primeiro tempo, Serra, claro, negaria as ligações com Vedoin. Aí, então, viriam as “provas”, na forma de fitas e fotos. Estas estavam sendo vendidas pelos Vedoin, os queridinho da capa da IstoÉ, por R$ 1,8 milhão (na verdade, foram, R$ 2 milhões; conto depois). O comprador era um conhecido militante do PT.

Terceiro Tempo
O terceiro tempo consistia em mostrar no horário eleitoral as supostas fotos comprometedoras. Quais? Nada. Serra em solenidade de entrega de ambulância, o que, evidentemente, lhe cabia como ministro. É a novilíngua petista: o crime é chamado de normalidade, e a normalidade, de crime.


Via CH - PF: operação por um triz
No Mato Grosso, a Polícia Federal passou a noite de quinta trabalhando e não encontrou um só juiz federal que emitisse mandados de busca para a operação que apreendeu fotos e vídeos do ex-ministro da Saúde José Serra na Planam. A operação, revelada ontem neste site, mostrou que Luiz Antônio Vedoin, chefe da máfia, negociava o material com o PT por R$ 2 milhões. O dinheiro do negócio foi apreendido em São Paulo.

Receptador
Em São Paulo, a PF apreendeu com Valderan Padilha R$ 1,715 milhão em espécie. Era o homem do PT pronto para comprar o material contra Serra.


Via - Noblat Membros da CPI defendem Serra e Barjas
Em nota divulgada ontem à noite, integrantes da CPI dos Sanguessugas dizem não haver provas contra os ex-ministros da Saúde José Serra (PSDB) e Barjas Negri.
Até que as denúncias sejam levadas a juízo (e não devem ser), os membros da CPI nada farão.
Abaixo, trechos da nota:
1) Os Srs. Luiz Antônio Vedoin e Darci Vedoin foram instados, por diversas vezes, a se pronunciarem a respeito de eventuais conexões com o Ministério da Saúde durante o período em que o Sr. José Serra exerceu o cargo de Ministro. Em todas essas oportunidades, o Sr. Vedoin negou peremptoriamente a existência de envolvimento do Sr. José Serra com o esquema que havia sido montado em torno da compra de unidades móveis de saúde;

Via Folha Online - Empresário sanguessuga queria vender fotos de tucanos por R$ 2 mi, diz PF
A Polícia Federal apreendeu vídeo, DVD e fotos que mostram o candidato a governador em São Paulo pelo PSDB, José Serra, na entrega de ambulâncias da máfia dos sanguessugas em Cuiabá em 2001.

quinta-feira, setembro 14, 2006

quarta-feira, setembro 13, 2006

Onde é que nós vamos parar...


O momento é estarrecedor. Se filmarem Lula com máscara, invadindo um banco para roubá-lo, vão dizer que ele queria roubar para dar aos pobres”.
Pedro Simon (PMDB-RS)

Via petralhas.

Pastores Aproveitem

O doutorado em divindade está em promoção.

Guerra das Raças?

Vejam o que no relata o Otambosi, começou a guerra das "raças".

Num episódio que marca novo lance de tensão racial na primeira universidade federal a criar o regime de cotas para o exame vestibular, os alunos da Universidade de Brasília (UnB) enfrentam uma situação de perplexidade desde que se descobriu, ontem, uma operação clandestina para tentar desmoralizar uma das mais respeitadas pesquisadoras do País, a professora Lúcia Avelar, diretora do Instituto de Ciência Política.

Conhecida por ter assumido um papel ponderado nas investigações em torno de um professor acusado de cometer ofensas racistas em sala de aula, cobrando que todas as partes envolvidas fossem ouvidas antes de qualquer deliberação, Lúcia Avelar aceitou convite para participar de uma mesa-redonda sobre eleições e democracia no Brasil, marcada para hoje, na abertura de uma atividade definida como "Semana Política". O que ela não sabia é que se pretendia aproveitar a oportunidade para, conforme palavras textuais do aluno que idealizou o plano, deixá-la com "cara de trouxa"."


O texto completo tá no Blog do Otambosi, agora o que eu fico chateado é essa mania dos "guerreiros" de militar em debate de todo e qualquer tipo; de debate sobre software livre a discussão sobre o carnaval ou o plano diretor da cidade, eles estão em todas.

Segundo o Nemerson, estes são apenas os ovos da serpente.

terça-feira, setembro 12, 2006

Se for a um debate; leve a militância para lhe aplaudir e vair os adversários

Debate é para se discutir, né? Pois não é o que pensa a Educafro;

"Nesta segunda-feira (11/09), das 17:00 às 19:00 horas, no 9° andar da Associação Comercial de São Paulo, Rua Boa Vista, 51, no Centro, acontecerá um debate com o seguinte tema:"COTAS RACIAIS OU COTAS SOCIAIS?" Este evento está sendo promovido pelo Instituto Millenium e pela Associação Comercial de São Paulo.
O Frei David será um dos participantes da mesa, e a Educafro precisa marcar presença no evento.O núcleo, que enviar o maior número de representantes terá uma avaliação diferenciada. O Vestibular de Cidadania se aproxima e além da nota da prova será avaliado a participação dos nossos guerreiros/as nos eventos práticos de cidadania. Vai ficar de fora dessa? Organize um grupo para representar seu núcleo!"


Que especie de debate civilizado é esse em que se convoca a militância para aplaudir os amigos e vair os adversários. Muito triste isso. Vejam o resumo do debate pelo Reinaldo Azevedo e pelo Claudio Shikida.

Mais Pesquisas

Estas são do Ibope;

-GOVERNO DO ESTADO

Paulo Souto (PFL): 50%
Jaques Wagner (PT): 26%
Atila Brandão (PSC): 2%
Antonio Albino (PSDC): 1%
Rosana Vedovato (PSL): 1%
Tereza Serra (PRONA): 1%

-SENADO FEDERAL

João Durval (PDT): 29%
Antônio Imbassahy (PSDB): 24%
Rodolpho Tourinho (PFL): 16%
Juca Chaves (PSDC): 2%
José Maria (PCO): 2%
André Luis (PSOL): 1%

segunda-feira, setembro 11, 2006

Pesquisa nova

O governador Paulo Souto aparece com 52,3% das intenções de voto e seria eleito no primeiro turno. O petista Jaques Wagner tem 20,3%.

Debate, pressupõem divergência de idéias

Claudio Shikida e Reinaldo Azevedo estão hoje discutindo cotas raciais e sociais, num debate promovido pelo Instituto Millenium e pela ACSP, debate este que eu adoraria assistir.
Ambos são contra as ditas cotas e explicam o porque. É isso que anda faltando no debate político brasileiro, saiu no Atarde de sábado matéria com os líderes da juventude de diversos partidos na Bahia.

Quando perguntados se eram a favor de cotas para negros nas universidades eles respoderam:
PSDB Jovem, Elmo do Santos de 36 anos, "Há divisões dentro do meu partido mas eu sou a favor de cotas para negros."
PFL Jovem, Leonardo Prates, 28, mestrando em economia da UFBA, "Sou a favor de cotas por classe econômica"
Os dos outros partidos (PMDB, PCdoB, PSOL, PSTU, PSC) todos foram a favor das cotas raciais.

Cadê a opinião do Shikida e do Reinaldo entre os líderes políticos?

sábado, setembro 09, 2006

AsquintaS

Vendo o título deste último post, não posso deixar de pensar naquele slogan que vem sendo veiculado em alguma propaganda do TRE. Dizem eles, "o futuro do Brasil está nas suas mãos". Eu pensei q ótima frase pra escrever na parede do mictório, mas interpretando a frase de P.Betti parece q pode haver um novo sentido nela.
mas em tempos de merda, nas mãos e nas cabeças, mensalão, sanguessugas, Okamotos, Azeredos, Valério e Dudas, vale a pena ver o site da Transparencia Brasil, um grande banco de dados para vc não dizer depois como certas figuras da República, "eu não sabia..."

quarta-feira, setembro 06, 2006

Economics in Six Minutes

Bigode me disse que vai fazer o vestibular da Ufba pra economia, bem que ele podia economizar 4 ou 5 anos e pegar este resumão.

Oriente Médio, parte final

A retirada israelense do sul do Líbano no ano 2000 minava a necessidade de existência do Hizbollah em se manter enquanto milícia armada. O Hizbollah então precisava urgentemente encontrar uma justificativa para não entregar as armas, assim como as outras milícias armadas fizerem ao fim da guerra civil libanesa em 1990. Apesar da ONU ter reconhecido que Israel havia totalmente se retirado do Líbano, os terroristas do Hizbollah passaram a reivindicar como objetivo a ser alcançado a posse de um pequeno pedaço do Golan, além de também ter como objetivo a destruição do Estado de Israel. As colinas do Golan é parte de Israel e devido a sua posição militar estratégica, foi um território tomado e anexado da Síria na Guerra dos Seis Dias, quando o exército sírio juntos com outros exércitos árabes mais uma vez tentou destruir o Estado israelense.

A Síria, que até hoje reivindica o Golan de volta, na tentativa de dar uma justificativa para a contínua existência do grupo terrorista enquanto milícia armada, fala publicamente que a região extremo norte do Golan (as fazendas de Chebaa) são pertencentes ao Líbano. Deste modo, a luta do Hizbollah contra Israel não precisa acabar.

Em 2004 a ONU aprovou a resolução 1559 que obrigava que todas as milícias libanesas (leia-se Hizbollah) fossem desarmadas. O governo central libanês não tomou as medidas cabíveis e os milhares de soldados que formavam as forças de monitoramento de paz da ONU tampouco implementaram a resolução, pelo contrário, o Hizbollah passou a ter cada vez mais autonomia política no sul do Líbano e ainda conseguiu posteriormente se eleger em 10% do parlamento nacional libanês.

Desde o início da sua criação, principalmente nos seis anos (2000-2006) em que o exército israelense permaneceu fora do Líbano, cumprindo integralmente a resolução 425, à Síria e, sobretudo o Irã vem dando significativo auxilio militar, financeiro e logístico ao Hizbollah. Até o início da atual guerra nunca um foguete do Hizbollah havia ultrapassado 20 km além da fronteira. Graças ao apoio militar iraniano milhares de foguetes procedentes de solo libanês chegaram a até 80 km dentro de Israel, matando até o presente momento (08/08/2006) um total de 38 civis israelenses e ferindo mais de 700, causando enorme destruição em todo o norte do país.

Após seis anos de ataques e provocações por parte do Hizbollah quase que diários, período em que mais uma vez as forças internacionais da ONU falharam em manter o sul do Líbano um lugar seguro de ataques a Israel, a gota d´água foi quando cerca de cem terroristas do Hizbollah, numa mega operação, invadiram solo israelense, mataram oito soldados e seqüestraram outros dois....era o começo de mais uma outra guerra. Alguns dizem que o Hizbollah se surpreendera com a resposta militar de Israel, contudo isso não aparenta ser verdade. Apenas semanas atrás um outro soldado havia sido seqüestrado em situação muito semelhante quando terroristas do Hamas haviam também invadido solo israelense e a resposta militar por parte de Israel havia sido extremamente significativa. O curioso de tudo é que o Hizbollah, já prevendo a reação israelense, resolveu começar uma guerra justo uma semana antes do comitê de segurança da ONU se reunir para tomar uma decisão mais concreta sobre o programa nuclear iraniano. Estava na hora do governo do Irã usar o Hizbollah para começar uma guerra com Israel para tentar mudar o foco de atenção mundial.

Muito na mídia tem sido exposto e falado sobre o grande numero de morto no Líbano, em especial em relação aos civis. Voltamos então ao ponto inicial do texto. O Hizbollah até o presente momento (08/08/2006) já enviou mais de três mil e trezentos foguetes para Israel e, no entanto o numero de mortos (38) e feridos (700) aparenta ser significativamente inferior ao do lado libanês. Existem algumas razoes para tal diferença numérica, contudo a principal delas a ser apontada é que após inúmeras guerras, Israel acabou tendo que aprender a proteger seus cidadãos e sobretudo na região do norte os abrigos subterrâneos ou “bunkers” são facilmente encontrados. Milhares de israelenses estão vivendo nesses bunkers, esperando que a guerra termine. Caso não houvesse tais abrigos, o número de perdas civis seria muito superior.

O sofrimento israelense com a guerra quase não recebe cobertura na mídia mundial e principalmente na mídia brasileira. Falemos então sobre as baixas civis no Líbano. Até o presente momento (08/08/2006) as autoridades libanesas proclamam que mais de mil libaneses já foram mortos. Israel afirma ter matado 475 membros do Hizbollah (http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI1091424-EI308,00.html), o que pode-se dizer que seria algo em torno de 47,5% de acerto. Contudo, mais da metade dos mortos libaneses seriam civis... o que poderia explicar isso?

Bom, primeiro é preciso definir o que viria a ser um civil e para tal é necessário definir o que viria a ser um militar. Os militares e um exército de modo geral deve ser devidamente identificado com fardas, suas bases militares devem ser estabelecidas em regiões fora de áreas civis e o seu objeto de combate deve ser unicamente um outro exército. Isso é a explicação clássica e convencional, sendo os civis toda população que não fosse militar. Contudo, não há nada de convencional nessa guerra. Ou melhor, não há nada de convencional em qualquer guerra que envolva terroristas.

Existe uma grande diferença, tanto legal quanto moral, entre um bebê de 2 anos que morre ao ser atingido por um foguete e um adulto de 30 anos que permite que sua casa seja usada como depósito de foguetes katyucha. Ambos são tecnicamente civis, mas o primeiro é muito mais inocente que o ultimo. Existe também uma diferença entre quem é apenas simpatizante e vota para representações políticas de grupos terroristas e os que ajudam os grupos terroristas com auxilio financeiro e suporte material. Finalmente, existe uma diferença entre os civis que são mantidos reféns e usados contra a sua vontade como involuntário escudos humanos e civis que voluntariamente que se colocam ao redor dos terroristas para os protegerem de artilharia inimiga. Essas diferenças e outras são todas camufladas com o simples uso da palavra: Civis. Nem sempre mulheres e crianças podem ser contados como civis, mas invariavelmente os são por agencias de noticias. O terrorismo vem cada vez mais fazendo uso de mulheres e crianças para atividades terroristas.

O exército de Israel vem há dias e semanas lançando panfletos para que as populações civis venham se retirando da região sul do país, de forma que aqueles que voluntariamente permanecem onde estão, tem algum grau de cumplicidade. Aqueles que não podem nem puderam se mudar de onde estão então de fato devem ser contados como vítimas civis inocentes. Toda morte de civis é uma tragédia, mas algumas são mais trágicas que outras.


Como já estabelecemos antes, o terrorismo se apresenta como uma forma muito mais eficiente de combater seus inimigos do que os fracassos militares dos governos árabes de anos atrás. Os terroristas do Hizbollah se camuflam entre civis muito facilmente, pois não usam fardas. Além disso eles não só guardam seus coletes, óculos de visão noturna, granadas, lançadores anti-tanques, metralhadoras e etc, em regiões altamente povoadas, mas principalmente os seus milhares (estima-se de 10 á 13 mil) mísseis que vem aterrorizando a população civil de Israel há anos. E eles não só guardam esse milhares de mísseis em áreas civis, mas eles fazem lançamentos desses mísseis para atingir cidades israelenses partindo justamente dessas cidades e vilarejos libanesas. http://www.mfa.gov.il/MFA/MFAArchive/2000_2009/2006/Operation+Change+of+Direction+Video+Clips.htm#photos

A verdade é que a Lei Internacional permite matar civis libaneses e proíbe matar civis israelenses. Evidente que a primeira vista tal frase pode parecer um absurdo, no entanto está correta. De acordo com a Convenção de Geneva, assinado em 12 de Agosto de 1949, parte (IV) relativo à proteção de civis em tempos de guerra:

O artigo 28 diz a quem se esconde entre civis (como o Hizbulah e o Hamas) que o fato de eles se esconderem ali, não torna o lugar em uma região imune ao ataque do outro lado do conflito (nesse caso, Israel).

O artigo 29 vai mais longe ainda: ele diz ao Hizbulah e/ou ao governo do Líbano (e, no caso de Gaza, ao Hamas e a Autoridade Palestina) que, se Israel ataca-los lá, onde eles estão e, como conseqüência disso, morrerem civis, eles é que são os responsáveis pela morte dos civis e não Israel.

Em outras palavras: de acordo com a lei internacional, se o exercito de Israel quer atacar terroristas ou bases militares deles, dentro de prédios residenciais, Israel nem precisaria avisar com antecedência (como Israel fez, na verdade, lançando panfletos de aviões, dizendo a população daquele lugar pra sair de lá, para não serem atingidos). Israel pode atacar zonas urbanas e residenciais sem nenhum problema de moralidade ou legalidade. Isso porque, a responsabilidade pela morte dos civis, não cai em cima dos ombros de Israel e sim, sobre os ombros do Hizbulah e do governo do Líbano.
A própria ONU reconhece que os terroristas são os culpados pelas mortes de civis libaneses. http://www.estadao.com.br/ultimas/mundo/noticias/2006/jul/25/153.htm

O Hizbollah, por outro lado não tem direito algum a atingir e matar civis israelenses, pois o exército de Israel veste uniformes e tem suas bases militares sempre estabelecidas em áreas fora das cidades.

Apesar de estar com a razão legal e de ser atingido por milhares de foguetes, ainda assim, Israel continua a usar apenas uma pequena fração do seu poder de fogo para desmantelar a infra-estrutura terrorista, sobre receio de atingir civis libaneses no processo. Israel poderia militarmente resolver o conflito de duas formas que acabaria com os envios de foguetes para cidades israelenses. A primeira seria fazendo uso maciço de força aérea, contudo o numero atual de civis mortos no Líbano poderia se tornar irrisório comparado ao que poderia vir a chegar. Israel então vem se utilizando de uma outra alternativa e vem fazendo cada vez mais operações por terra, arriscando a vida de seus soldados, dos quais mais de 60 até o presente momento (08/08/2004) vieram a falecer em combate.

Essa guerra tem sido de interesse especial para o Brasil, pois comporta a maior comunidade de libaneses e descendentes do mundo com cerca de seis milhões. Não só isso, mas 8 brasileiros foram mortos e algo em torno de dois mil brasileiros retornaram ao Brasil. Historicamente a grande maioria dos libaneses que vieram para o Brasil eram cristãos e muitos vieram para cá em meados do século XX, justamente para fugir das agressões dos muçulmanos. De qualquer forma, o Brasil também tem uma razoável comunidade de libaneses e descendentes que fazem parte da comunidade muçulmana no Brasil, sobretudo em Foz do Iguaçu, na região da Tríplice Fronteira.

Segue aqui ao fim do parágrafo uma noticia que fala sobre um garoto libanês de 16 anos que vivia no sul de Beirute e que fazia parte do Hizbollah até ter se mudado recentemente para o Brasil. Ele diz na reportagem que o grupo terrorista recrutava garotos a partir dos 14 anos para receberem aulas de tiro e treinamento em geral. O garoto foi aprovado a treinar nas divisões de base do Flamengo e ao menos por enquanto, vem trocando as armas pela bola.
http://www.estado.com.br/editorias/2006/07/29/int-1.93.9.20060729.6.1.xml

O último brasileiro morto no atual conflito se chamava Ibrahim Saleh e tinha apenas 17 anos. Ibrahim era membro do Hizbollah e morreu quando lutava nas fileiras do grupo terrorista contra Israel na cidade de Maroun er Ras, no sul do Líbano. Segundo a família do garoto, Ibrahim foi atraído muito cedo pela ideologia do grupo xiita, e seu sonho sempre foi morrer lutando contra Israel. A tia e a mãe do jovem rapaz se dizem orgulhosas do garoto e receberam diversos telefonemas as parabenizando pela ação de Ibrahim. http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u98659.shtml

É importante se deixar claro, que não tenho a intenção de insinuar que todos os brasileiros que vivem no Líbano são terroristas, pois tal afirmativa seria uma generalização tola e preconceituosa, contudo, é importante manter uma perspectiva crítica, pois a situação é bastante complexa. A grande comunidade libanesa no Brasil é uma grande emissora de recursos para o Hizbollah que mantém vários projetos sociais. Contudo, invariavelmente, parte desse recurso é usado na infra-estrutura do terror.

Muitos se perguntam o porquê de Israel estar danificando infra-estrutura libanesa se a guerra é apenas contra o Hizbollah. Qual seria o propósito de se destruir pontes, estradas, aeroportos, criar um bloqueio marítimo, etc.

Como foi dito anteriormente, o Hizbollah recebe apoio logístico e militar da Síria e do Irã, de modo que com a infra-estrutura libanesa permanecendo intacta, os terroristas poderiam muito rapidamente serem reabastecidos com todo o material bélico que necessitem, prolongando o tempo de guerra e consequentemente a dor e perda de milhares de civis em ambos lados da fronteira.

Perguntam também o porquê de haver complicações em a ajuda humanitária chegar ao sul do Líbano e entre outros fatores, novamente entra na questão dos terroristas se infiltrando e se passando por civis, carregando armamentos e etc. De fato que cada guerra é uma história diferente, mas seque aqui um vídeo que mostra uma ambulância palestina que tentava passar por um posto de fiscalização israelense. Alem do motorista, um garoto e uma senhora, a ambulância continha uma caixa com um cinturão-bomba, que muito certamente seria usado contra israelenses civis em bares, clubes, ônibus, etc.
http://www.youtube.com/watch?v=cz-BFq6G7Ac

Existe uma tendência natural na mídia em mostrar o que há de pior. Costuma-se dizer que para a mídia não há melhor notícia do que a pior notícia, pois ela é a que mais vende. Deste modo, algumas agências de noticias e a mídia árabe, com apoio até mesmo dos grupos terroristas, que tem uma boa acessória de imprensa, se apressam para lançar novas notícias sobre as manobras militares israelenses e suas conseqüentes baixas em civis libaneses. Na correria pela divulgação de informações, os principais meios de comunicação mundial não devidamente procuram checar dados antes de enviar ao ar. O impacto negativo que uma noticia falsa ou exagerada pode causar, simplesmente não é eliminado com uma pequena notificação de correção.

Não é a primeira vez e infelizmente não deve ser a ultima que esse tipo de coisa acontece, mas sem me alongar mais nesse ponto, seguem aqui alguns lamentáveis incidentes jornalísticos sobre a atual guerra:

(A agencia REUTERS admite que adulterou uma foto de Beiture no Photo Shop para realçar a fumaça)
http://www.jpost.com/servlet/Satellite?cid=1154525816599&pagename=JPost%2FJPArticle%2FShowFull

(Após o ministro libanês Sinora ter chorado em público pela morte de supostos 40 libaneses, foi tempos depois anunciado que o numero correto foi de apenas um morto).
http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI1090466-EI308,00.html

(Após amplamente divulgado pela mídia mundial 56 mortos na cidade de Qana, dias depois a Humans Right Watch divulga que foram 28 o numero de mortos.)
http://www.deolhonamidia.org.br/Noticias/mostraNoticia.asp?tID=197


(Ainda em relação ao ataque em Qana, existem muitas questões que não se mantém coerentes. Como pode um prédio ter caído 8 horas após o bombardeio israelense? Como pode fotos tiradas em horas diferentes, por diferentes jornalistas de diferentes meios de comunicação mostrassem o mesmo rapaz, supostamente do corpo de resgate, socorrendo a mesma garota com ela nos braços? Teria ele passeado por horas e horas com uma menina ferida ou morta nos braços para satisfazer todos os desejos de fotógrafos e jornalistas da área? Porque os homens adultos foram cobertos e os corpos das crianças e mulheres expostos para a mídia? A verdade é que existem muitos porquês e serem questionados...)
http://www.frontpagemag.com/Articles/ReadArticle.asp?ID=23655

Distorcer imagens e informações é dos crimes mais graves que se pode cometer na mídia, senão o pior de todos.

A verdade é que a mídia, que é a formadora de opinião pública, prefere sempre culpar o país militarmente mais forte, mais rico e mais estruturado. Prefere culpar Israel pela morte dos civis libaneses do que culpar o Hizbollah.

Israel, ou qualquer democracia, que venha lutar contra o terrorismo nessas condições, fica na escolha entre perder a guerra militarmente ou perder a guerra na mídia. Cabendo então aos terroristas as opções de ganhar a guerra militarmente ou ganhar a guerra pela mídia. Na verdade, a mídia é usada como um ciclo de auto-alimentação para o terror, pois ao fazer o jogo dos terroristas, não apontando os verdadeiros culpados, os terroristas ganham não só carta verde, mas até mesmo estímulo para continuar. Quanto mais mortos civis, não só do lado israelense, mas do próprio lado libanês, então melhor para o Hizbollah.

Nem Israel, nem os Estados Unidos, Inglaterra ou qualquer outro país ou exército do mundo vai conseguir acabar com o terrorismo por vias militares, mas isso não significa que não devem se defender até que a raiz do problema seja resolvida. O terrorismo é uma ideologia e para ser destruído, precisa que a sua ideologia seja destruída. Os terroristas planejam, pretendem e acreditam ser possível alcançar todos os seus objetivos através do uso do terror. Existe uma grande inércia histórica por trás de todos os fatos que vem acontecendo nos últimos sessenta, setenta, oitenta anos no Oriente Médio. É bastante questionável se existia de fato um sentimento de coletividade e de povo entre os árabes que viviam na palestina em 1948 que os diferenciava de qualquer outro árabe daquela região, contudo hoje é inegável que existe sim uma cultura e uma identificação palestina enquanto povo. Trata-se de uma cultura baseada no ódio, no rancor, na intolerância e que ainda continua a ter como seu principal sonho a destruição de Israel, ao invés da formação e construção de uma pátria própria.

A história é no entanto, tudo menos estática, de modo que 58 anos é um período relativamente ainda muito curto para que os árabes e muçulmanos aceitem a realidade que é ter um país como Israel em pleno Oriente Médio. Os judeus, assim como os cristãos sempre foram tratados na absoluta maioria do mundo árabe, durante séculos, como cidadãos de segunda categoria, de modo que aceitar a existência de um país não-muçulmano naquela região é para muitos algo difícil que infelizmente ainda levará tempo.

Uma cultura baseada em ódio não pode durar tanto tempo. Mais cedo ou mais tarde o terrorismo vai falhar em destruir Israel e vai se aperceber disso, nem que esse processo leve séculos. Estará então destruída a fonte do terrorismo, a ideologia do terror e a esperança em que o terrorismo pode alcançar resultados.

Países como a França e Inglaterra, que foram adversários históricos e envolvidos em inúmeras guerras sangrentas, hoje são nações em paz com amplas relações. A democracia, a educação, a prosperidade econômica e o respeito pela liberdade no seu sentido mais amplo têm ajudado consistentemente a deixar a política do ódio para trás.

Durante essa guerra, milhares de egípcios protestaram em Cairo contra Israel, exigindo que o Egito expulsasse o embaixador israelense, cortasse relações, rasgasse o Acordo de Paz entre Israel e Egito, feito em 1979 e declarasse guerra a Israel. O presidente egípcio Hosni Mubarak disse que a era das aventuras acabaram, que o Egito não tem mais 25, mas 70 milhões de habitantes e precisa prover e investir cada vez mais em saúde, educação, infra-estrutura e etc. Mubarak certamente não morre de amores por Israel, e nem Israel faz questão disso, mas existe um respeito e reconhecimento mútuo e parte do rancor de quatro guerras disputadas entre os dois, aos poucos vai sendo dissolvida com o tempo.

Cinqüenta e oito anos atrás Israel estava sendo atacado por sete exércitos. Hoje Israel está em paz, mantém acordos comerciais e projetos de pesquisa em conjunto com os seus vizinhos Egito e Jordânia. Evidentemente que nem tudo são flores na atualidade, mas a história será testemunha futura. No futuro é bem possível que alguém estude sobre os séculos e as muitas guerras que aconteceram no Oriente Médio, até que finalmente Israel conseguisse viver em paz com seus vizinhos. Nossos descendentes verão.
Por: Saulo da Rocha