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Não foram poucas as vezes que vi uma pergunta da platéia constranger um palestrante que não deveria se sentir constrangido por isso.
Foi no seminário Industrias Culturais, após a palestra do chefe da Central do Carnaval, alguém perguntou a ele para dissertar sobre o racismo e as desigualdades do carnaval. Uma pergunta que tinha como objetivo constranger o palestrante e que foi recebida com uma salva de palmas pela platéia.
Nos dias de hoje demonstrar um caso de sucesso pessoal é reacionário, legal mesmo é mostrar um caso de fracasso (bastante aplaudido) de um "poeta/escritor/compositor" que quer ajuda do governo como solução para seu fracasso.
Mas sim, a resposta que ele deu foi horrível, chamou a pergunta de discurso negativista. Vamos ao que interessa, qual deveria ter sido a resposta do reacionário de plantão, o chefe da Central do Carnaval no caso.
Bastava explicar ao sujeito que ele não liga a mínima pra isso, que o negocio dele é ganhar dinheiro, cash, money. Que se tem desigualdade e racismo no carnaval, não venham reclamar com ele.
Ele deveria explicar também que é exatamente para isso que existem os políticos, e se ele quer mudar as regras do jogo (do capitalismo) que ele se filie a um partido de esquerda, que vá reclamar do prefeito, do governador e do presidente.
Porque as regras como estão colocadas (o capitalismo do jeito que está) o obriga a buscar quase que exclusivamente o lucro, que ele só vai mudar de comportamento se as regras do jogo mudarem.
Se tivéssemos um marxista ortodoxo seria ótimo para explicar a todos que a luta política na se dá pelo convencimento ou constrangimento de palestrantes, mas pela expropriação deles, pela luta política, pela união do proletariado, blá blá blá...
Na pratica isso só afasta esses palestrantes, lembra Boxel daquele cara da Propeg que falou na Facom, você acha que ele volta lá algum dia? Hahahhahahha